sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ataques Terroristas

Al-Shabaab é um grupo fundamentalista islâmico criado em 2004, tendo como principal objectivo implantar o sistema islâmico actuando particularmente na Somália. No passado dia 22 de Setembro, 10 a 15 pessoas deste grupo terrorista apoderaram-se de um centro comercial na capital do Quénia como forma de punição aos cidadãos deste país. Este ataque deveu-se à não aceitação por parte do governo Queniano em retirar as suas tropas da Somália, exigido pelo grupo terrorista. As mesmas autoridades foram para a Somália ajudar a combater os ataques terroristas realizados por Al-Shabaab.
De acordo com várias testemunhas, o grupo fundamentalista islâmico entrou no centro comercial e pediu a todos os muçulmanos para abandonarem o edifício, começando a executar os não-muçulmanos. O ataque terrorista durou cerca de quatro dias e conta já com 72 mortes (número que pode vir a aumentar derivado ao elevado número de feridos). O edifício, outrora frequentado por pessoas da alta sociedade e por cidadãos expatriados, acabou por ruir ficando algumas pessoas presas nos seus escombros.

Este ataque é um dos piores ataques terroristas feitos ao Quénia desde 1998. O Presidente Queniano já veio afirmar que irá manter a sua palavra e não vai retirar o exército queniano da Somália. Algo que não agradou ao grupo fundamentalista islâmico que já veio ameaçar com novas punições se este continuar com a mesma posição.

O mundo ainda em choque com este ataque terrorista foi uma vez mais surpreendido com outra noticia horrenda por parte de fundamentalistas islâmicos. Desta vez foi na Nigéria que um grupo chamado Boko Haram atacou numa faculdade em Gubja. O nome Boko Haram significa "a educação oriental é pecado", por isso este grupo ataca contra o ensino que não siga os preceitos islâmicos, o que acontece na Nigéria. 

Os fundamentalistas islâmicos defendem que o Islão não é apenas uma religião, mas um sistema que deve englobar todos os aspectos do quotidiano (sistema politico, económico, cultural e social do Estado), não havendo separação entre a religião e as leis. Os muçulmanos acreditam que apenas o Alcorão tem a palavra exacta e actualizada de Ala, por isso o Alcorão deve ser espalhado e executado em todo o mundo.  

Não é fácil entender estes atraques terroristas. O amor pela religião passa as barreiras do aceitável quando morrem inocentes nos seus ataques. A religião deve espalhar a paz e não a guerra. O amor e não o ódio. A reconciliação e não o conflito. Porém muitos muçulmanos, principalmente os fundamentalistas levam a religião ao extremo. Não aceitam outras religiões e espalham o Islão de duas formas: a bem ou mal, usando a força. Será que podemos chamar religião a algo que nos é imposto? 

Fontes:


Marta Ferrnandes
212295, CP

Debate 03/10/2013



José Salvador
212267
3.º ano Ciência Política

O que se diz por aí no domínio da economia (27 de Setembro a 3 de Outubro de 2013)

Esta semana foi dedicada quase exclusivamente ao resultado das eleições autárquicas, e ao que esse mesmo resultado significava em termos de política nacional para os diferentes partidos. Há que salientar a aguerrida “vitória” do PS, e a acentuada subida de domínio da CDU, enquanto o PSD parece ter sido o grande perdedor desta luta partidária.

Entretanto no Expresso, Henrique Monteiro falou nas decisões do Tribunal Constitucional (TC), com os sucessivos chumbos às políticas governamentais, nomeadamente o facto de ter sido considerado ilegal o despedimento por extinção do posto de trabalho, alegando que essa mesma política violaria o preceito da proibição de despedimentos sem justa causa, presente no artigo 53º da Constituição. Para Henrique Monteiro é fácil tirar uma ilação de que em Portugal a linguagem jurídica é demasiado confusa e não se dirige essencialmente aos cidadãos, que era suposto serem os verdadeiros destinatários da lei, preferindo-se um discurso teórico em vez de se falar concretamente na realidade das empresas. Exerce uma grande crítica à forma como a lei é aplicada, parecendo na maioria dos casos favorecer os “grandes” e deixando os “pequenos” à mercê da vontade dos tribunais. O chumbo do TC é visto pelo cronista da perspectiva em que esta política só se aplicaria em grandes empresas, pois as pequenas empresas passam, muitas vezes, ao lado de todos os pressupostos judiciais empresariais.

Já para Camilo Lourenço, do Jornal de Negócios, o chumbo do TC só vem agravar ainda mais a situação de Portugal. Segundo a perspectiva do comentador a forma de se fazerem reformas no nosso país é “a pontapé”. A questão aqui é que parece que o TC nunca deixará qualquer governo (não apenas este) reformar o país, tendo em conta que a reforma estrutural das políticas públicas é algo essencial e que deveria ser feito o mais depressa possível, segundo o comentador.

No dia 29 de Setembro, Pedro d’Anunciação, cronista do Sol, preferiu escrever sobre a economia paralela, referindo que a mesma cresceu nos últimos anos, atingindo 25,4% do PIB. Refere ainda que, de acordo com um estudo realizado, se a economia não registada (ENR) portuguesa estivesse na média dos países da OCDE, e não fossem cobrados impostos adicionais, o défice do ano passado poderia ter sido 3,9% (um limiar que todos parecem pretender atingir nos últimos tempos). A questão segundo o cronista é: se se conhecem estes números, porque não integrar esta ENR nos circuitos normais? Talvez fosse a nossa solução!

Voltando ao Jornal de Negócios, desta vez com Joaquim Aguiar que publicou uma crónica no dia 1 de Outubro, com o tema central do ajustamento das políticas públicas portuguesas. Afirma o cronista que é necessário uma reconversão urgente das políticas públicas, e tem que se passar, de uma vez por todas, da retórica para a acção. Acrescenta ainda, que este não é problema de agora, já vem desde 1995, o que acentua ainda mais a urgência de um ajustamento.

Já Miguel Frasquilho (o qual integrou a Comissão de Reforma do IRC), do Jornal de Negócios, no dia 1 de Outubro, preferiu falar da competitividade do país e dos seus grandes problemas estruturais. Informa que a competitividade portuguesa tem vindo a decrescer, o que parece não ser grande novidade, e a única solução é uma saída calculada da situação de resgate financeiro em que nos encontramos e um regresso aos mercados. No entanto existem problemas estruturais graves, como a política fiscal, que nos moldes em que se encontra, tem vindo a condicionar o investimento, e não incentiva, de modo algum, os trabalhadores a realizarem um trabalho melhor, tendo em conta a quantidade de impostos que lhe vai ser pedida no final do mês. Há que ter em conta, que Portugal a nível competitivo, e de acordo com dados internacionais, encontra-se na posição 139º, num total de 148 países, só pior do que a competitividade portuguesa, está o endividamento, onde nos encontramos na posição 143º. Posto isto, Frasquilho defende que as reformas do IRC e do IRS são necessárias. A reforma do IRC tem estado na ordem do dia, e já é conhecida publicamente, e o economista defende que irá tornar a economia portuguesa numa das mais competitivas, considerando as várias críticas que têm sido dirigidas a esta reforma, infundadas e carregadas de ideologia, não olhando para os factos com neutralidade. Também a reforma do IRS é estritamente necessária, de forma a aliviar a carga fiscal sobre os portugueses. Outra medida essencial é a diminuição da despesa pública e a reforma do Estado, defendendo a actuação nas prestações sociais e na massa salarial (medidas não muito populares), criticando ainda os partidos da oposição e o TC por estes se oporem a estas mesmas medidas.

A nível televisivo, na Quadratura de Círculo do dia 27 de Setembro, na Sic Notícias, falou-se também das decisões do TC, afirmando Lobo Xavier que este acórdão mostra que o TC está completamente alheado da realidade constitucional. Já João Magalhães e Pacheco Pereira criticam o governo, pois são os agentes governamentais que geraram estes factos ao “porem os pés pelas mãos” com estas políticas públicas. Afirmam ainda que o governo aparenta não ter autoridade política, nem responsabilidade política, mas “o TC também tem dificultado”.

Fontes/Sites de interesse:


"The King of the world"


Susana Amador, 212277

Posicionamento da Igreja Católica e o Resultado das Eleições Autárquicas

De acordo com a emissão online da Rádio Renascença, o Papa Francisco dirigiu-se aos cristãos desafiando-os a participar ativamente na vida política e a trabalharem pelo “ bem comum “, visto que faz parte da missão da Igreja “ emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito á ordem política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa … “ (CIC par.2245). O Bispo de Roma ainda acrescentou com um tom severo que “ A crise pode tornar-se momento de purificação e de revisão dos nossos modelos económico-sociais e de uma certa conceção de progresso que tem alimentado ilusões, para recuperar o humano em todas as suas dimensões “, nesta declaração o Papa quis alertar aos políticos para terem em atenção as consequências que advêm das políticas implementadas (capitalismo selvagem) que tem contribuído para o retrocesso dos direitos fundamentais, em que o Homem deveria ser o principal beneficiário (estas políticas acabam por “sufocar” as classes mais desfavorecidas).
Na sequência destas declarações proferidas pelo Santo Papa, os bispos (Conselho Permanente da Conferencia Episcopal Portuguesa) reforçam a importância da responsabilidade cívica e o voto das populações nas eleições autárquicas do próximo domingo. A CEP alertou aos cidadãos que a “ Abstenção acaba sempre no beco sem saída da desistência de contribuir para a vida em comunidade “. E dirigindo-se posteriormente aos políticos que se preparam para concorrer, os bispos salientaram que “ Mais do que fazer prevalecer uma determinada cor política partidária, esta em jogo a capacidade de os candidatos servirem o povo da sua zona”.
                É neste período de campanha eleitoral que a Igreja também na voz do bispo açoriano D.António Sousa Braga defende que apesar da “ desilusão “ em relação aos políticos, é de extrema importância fazer uma escolha “segundo as próprias convicções” e “tendo presente os princípios da Doutrina Social da Igreja”, bem como a “defesa da vida humana em todas as suas fases e proteção da família heterossexual”. Também alertou que “O primeiro critério na escolha de uma pessoa, para colocar à frente de uma autarquia, é que ponha claramente o bem comum acima dos interesses pessoais e de grupo”.
                No decorrer da Conferencia Episcopal Portuguesa realizada em Fátima no início de Setembro, o secretário da CEP padre Manuel Morujão alertou para a “tentação de descredibilizar pessoas que estão envolvidas em cargos políticos” e que cumprem um “serviço” indispensável à coletividade da nação e ao nível das autarquias”, no entanto, “por esses casos não se deve generalizar e dizer que a política é um negócio que suja as mãos de quem se mete nela”, apontou o secretário da CEP. O padre recorda que “a política é uma ocasião excelente de enobrecer quem está nela e de enobrecer o povo que serve”.
Também D. Jorge Ortiga (Arcebispo Primaz de Braga) pediu aos políticos que não se distraiam em discussões e se concentrem na realidade social do país. O Arcebispo afirmou ainda que “Corre-se o risco de os partidos e a própria assembleia se distrair um pouco em algumas discussões, sem encontrar verdadeiramente aquela solução e o acordo suporte de algumas atitudes, não tendo a capacidade de reconhecer determinadas situações que existem, que persistem e se agravam todos os dias”. D. Jorge Ortiga receia que esses números se agravem já este ano, caso o bem comum não seja colocado em primeiro lugar: “Seria bom que efetivamente o consenso entre as principais forças fosse uma realidade. Tenho as minhas dúvidas, mas espero que no essencial estejamos de acordo para depois se poder lutar por aquilo que é o particular, mas que o bem comum seja colocado em primeiro lugar.”
É neste ambiente de Campanha Autárquicas que a Igreja Católica alerta aos cidadãos que possam ser mais participativos na vida civil e que os políticos possam estar ao serviço das populações, principalmente os que mais sofrem.

Após as eleições do dia 29 de Setembro, Igreja Católica prenunciou-se na voz do bispo D.Pio Alves administrador apostólico da Diocese do Porto e do presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. Num texto a publicar na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, o bispo D.Pio Alves elogia a participação política dos cristãos nas autárquicas do último domingo “ Deixo aqui a minha saudação às mulheres e aos homens que, com verdadeiro espírito cívico, exerceram funções; às/aos que continuam; às/aos que iniciam. A todos: Obrigado! ”. O prelado reforça ainda mais a importância da participação política dos cristãos, recordando que o Concílio Vaticano II, na encíclica Gaudium et Spes, revela a “especial responsabilidade” dos cristãos na política: “Todos os cristãos tenham consciência da sua vocação especial e própria na comunidade política; por ela são obrigados a dar exemplo de sentida responsabilidade e dedicação pelo bem comum”.
Das recentes eleições, o Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais analisa que a informação as noticia sobre as autarcas e autarquias foram variadas, na medida em que “A grande informação centrou, prioritariamente, a sua atenção nos números, cruzados estatisticamente de molde a responder a quase todas as curiosidades”.
Segundo ainda D.Pio Alves, “estas mulheres e estes homens”, que trabalham pelas suas comunidades com diferentes níveis de responsabilidade, “normalmente” são notícia “quando suspeitos e acusados de incapacidades ou abusos como corrupção, gestão danosa, nepotismo, favorecimento ilícito.
E se existem actos ilícitos também existe “muito fumo sem fogo”, “a inveja, a calúnia, a leviandade informativa são capazes de muitas construções”, acrescenta.
Em última análise, o bispo salienta que a imagem construída na opinião pública não incentiva à participação activa “macula tudo e todos quantos assumem ou se dispõem a assumir estas funções” e considera que esta situação “dá jeito aos cidadãos honestos para se desculparem da sua inibição”, uma contribuição que poderia “dar” um ar novo à construção e ao exercício da política.

Fontes:
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=122907  (23-09-2013) http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1371&did=12138 (21-09-2013)
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=97041  (22-09-2013)
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=96906 (21-09-2013)

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=97193 (4/10/2013
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaudium_et_Spes (Concílio Vaticano II “ Alegria e Esperança “ – A Igreja no Mundo Actual) 1965 (4/10/2013)

Joana Reais, 213227

quinta-feira, 3 de outubro de 2013


29 de Setembro de 2013, uma noite de fracasso para o Bloco de Esquerda!

O passado dia 29 de Setembro foi um dia de derrota histórica para o Bloco de Esquerda. O partido não alcançou nenhum dos objectivos que tinha definido para estas eleições autárquicas, registando piores resultados que em 2009. 
 Com 100 deputados municipais eleitos (37 comparativamente a 2009) e 138 membros para a Assembleia de Freguesia, o foco da derrota bloquista incidiu essencialmente, na perda da única autarquia que tinha, Salvaterra de Magos. Para além disso o Partido, não consegui eleger um vereador para a capital (um dos seus objectivos para estas eleições), contando agora com um total de oito vereadores, menos um que em 2009.
Estes resultados tal como o coordenador do Partido referiu no final da noite eleitoral, «ficaram muito aquém das expectativas», assumindo também a «frágil participação, inserção do BE nas autarquias e no trabalho autárquico». No entanto e apesar da derrota, preferiu destacar o bom desempenho das coligações em que o partido participou no Funchal e em Santa cruz.
 A terminar as suas declarações sobre os resultados eleitorais João Semedo, não deixou de destacar a derrota do governo e da direita, realçando que «os maus resultados do Bloco não iludem a derrota do governo».
O fracasso da direita e do governo, o bom desempenho das coligações e das listas independentes que o Bloco de Esquerda apoiou e a «derrota do jardinismo», não foram o suficiente para sossegar alguns dos militantes e ex-dirigentes do partido, que manifestar o seu desagrado face aos resultados obtidos, tendo mesmo criticado a actual liderança.
Joana Amaral Dias, ex – dirigente do Bloco de Esquerda, admite que o Partido tem «incorrido numa acumulação de erros» que na sua opinião, tem levado «à perda de eleitores e simpatizantes», não antevendo por isso, «soluções fáceis», para o Partido.
Mas as vozes de descontentamento não se ficam por aqui. João Madeira reforça a necessidade de se reflectir sobre os resultados eleitorais do passado Domingo admitindo que, o Bloco de Esquerda precisa de maior empenho, mais trabalho a nível local, pois só assim conseguirá ser «uma organização abrangente a nível nacional».
Ainda em declarações sobre aquele que foi o desempenho do Partido nas eleições, João Madeira, não deixa de se dirigir á actual liderança. Relembrou que, João Semedo e Catarina Martins foram eleitos há um ano, reconhecendo ainda assim, as dificuldades de suceder a «uma fase de carisma e capacidade de liderança», referindo-se a Francisco Louça.
Como vimos, a «viragem à esquerda» tão apelada pelos Bloquistas não se verificou no passado Domingo. Para além dos resultados devastadores que o Partido enfrentou, conta agora com contestações e manifestações de preocupação e desagrado relativamente ao seu funcionamento e liderança, por parte de alguns militantes. Tal descontentamento vai ao encontro do que mencionei no meu anterior comentário (sobre as autárquicas), relativamente à possível fragilidade que a liderança do Bloco de Esquerda podia enfrentar, caso os resultados não fossem os esperados.
Questionado sobre as consequências negativas que os resultados eleitorais param a liderança do partido, João Semedo, diz que nem ele, nem a Comissão política vêm a necessidade de se repensar a liderança a dois do Partido.
O facto é que, os resultados foram maus para o Partido. O Bloco de Esquerda ficou sem Salvaterra de Magos. João Semedo não foi eleito vereador em Lisboa. As vozes de desagrado também se fazem ouvir. Perante este cenário, será que se adivinham mudanças no Bloco?!
Jéssica Caetano, 212271


Fontes:
http://www.esquerda.net/artigo/aut%C3%A1rquicas-2013-bloco-n%C3%A3o-atinge-objetivos-governo-sofre-derrota-hist%C3%B3rica/29677
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=659688
http://www.bloco.org/
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica/eleicoes/detalhe/bloco_de_esquerda_falha_vereacao_na_camara_de_lisboa.html
http://www.noticiasaominuto.com/politica/111633/resultados-do-bloco-ficaram-muito-aqu%C3%A9m-das-expectativas#.Uk1ERyRJM1I

O poder financeiro e os resultados das eleições autárquicas


             Os últimos dias de campanha autárquica foram o espelho de todos os que já tinham sido passados, ou seja,  o protagonismo recaiu sobre a difícil situação económica e financeira vivida em Portugal. Nestes dias, a decisão do Tribunal Constitucional relativamente ao chumbo do despedimento por extinção do posto de trabalho e a obrigação à alteração do despedimento por inadaptação marcaram as principais manchetes. Enquanto que a oposição saudava esta decisão, Pedro Passos Coelho continuou a defender a sua postura inicial, mencionando que tencionava manter o rumo com vista a alcançar os objectivos anteriormente delineados. O Governo foi tomando algumas iniciativas no domínio financeiro ao longo deste período de tempo, como a criação de uma comissão permanente de apoio ao investimento e a execução da venda do BPN Brasil ao Banco BIC.

Neste seguimento, é essencial salientar que, segundo o FMI, as receitas das privatizações podem reduzir a dívida pública. Contudo, os valores alcançados com as privatizações foram muito reduzidos, o que significa que a longo prazo as decisões podem vir a ter um carácter insustentável. No último dia de campanha a oposição apelava a um voto de indignação e mudança. Contrariamente, Paulo Portas e Pires de Lima continuavam com a sua postura optimista salientado o crescimento do último trimestre e afastando a hipótese um segundo resgate financeiro, demonstrando, assim, alguma apreensão relativamente à imagem que se tem passado para os mercados exteriores.

            Passado o dia de reflexão onde se continuou a dar importância à decisão do Tribunal Constitucional, aos dados que comprovam o crescimento económico e à queda dos juros da dívida pública para 6.78%, chegou finalmente o dia em que se ansiava a tão esperada decisão dos portugueses. Deste dia, sai uma enorme derrota para o PSD e uma vitória para o PS, para a CDU e para o CDS. Passos Coelho assumiu a sua grande derrota, que, para muitos, embora a abstenção tenha atingido valores históricos, é o espelho do sentimento nacional, enquanto que a oposição festejava a vitória, salientando a demonstração de descontentamento da população perante as políticas governamentais.

            Passado o frenesim eleitoral, voltou a falar-se do elevado valor do défice. Este que se situava nos 7.1%, falhando, em muito, a previsão dos 5.5.% do Governo (que garante que será cumprida)e a meta inicial de 4,5%. Fernando Ulrich defende que Portugal vai no caminho mais correcto e, tal como o Governo, nega a possibilidade de preparação de um novo resgate, salientando que a principal preocupação deverá ser a concretização dos compromissos com os credores. Também neste contexto, o Presidente da República fez questão de mencionar que Portugal já saiu da recessão e que não percebe uma taxa do défice tão elevada. No entanto, tal como Durão Barroso, salienta que é essencial esperar para ver os resultados das avaliações da troika, apela ao investimento e à cooperação económica e, inacreditavelmente, desdramatiza os resultados das eleições autárquicas. Ainda no domínio financeiro a Tesouraria do Estado foi-se sentido ameaçada, temendo um atraso nos fundos da troika. No entanto, o FMI defende que o plano de austeridade foi adaptado as características do país.

Estes últimos dias foram marcados pela Fusão da PT com a OI. Esta fusão dará origem a uma das maiores empresas de telecomunicações. O grande enigma está, realmente, na questão financeira. A sede da empresa passará a ser no Brasil mas garante-se que não haverão despedimentos e que os encargos com o fisco serão referentes ao local onde se registam as receitas. O Governo garante que será uma boa oportunidade, embora a oposição acredite que este não seja um negócio assim tão vantajoso para Portugal. É essencial referir o grande disparo nas bolsas relativamente à PT e à OI com o surgir na novidade.

Por último, surge o lançamento de uma plano de regularização das dívidas ao fisco que terá como principal objectivo conseguir com que os contribuintes e as empresas paguem as suas dividas fiscais de acordo com as suas capacidades.

 

 

Fontes:

Programas televisivos:

Noticiários (SIC NOTICIAS E TVI24); 25º hora (Resumo diário) – TVI 24.

Alguns links a consultar:

SILVA, Marta, Fusão PT/ Oi será a quarta maior do sector em 2013,  Jornal Económico, publicado a 2/10/2013, in http://economico.sapo.pt/noticias/fusao-pt-oi-sera-a-quarta-maior-do-sector-em-2013_178522.html, consultado a 3/10/2013.

CRISÓSTOMO, Pedro, Défice ficou em 7,1% no primeiro semestre, Jornal Público, publicado a 30/09/2013, in http://www.publico.pt/economia/noticia/defice-orcamental-portugues-atinge-71-no-final-do-primeiro-semestre-1607572, consultado a 1/10/2013.

Juros da dívida sobem mas mantêm-se abaixo dos 7% a dez anos, Jornal Público, publicado a 30/09/2013, http://www.publico.pt/economia/noticia/juros-da-divida-sobem-mas-mantemse-abaixo-dos-7-a-dez-anos-1607560, consultado a 1/10/2013.

Governo junta-se a Bruxelas e nega "negociações" para segundo resgate a Portugal, Jornal Público, publicado a 28/09/2013, in http://www.publico.pt/economia/noticia/governo-juntase-a-bruxelas-e-nega-negociacoes-para-segundo-resgate-a-portugal-1607397, consultado a 28/09/2013.

Juros da dívida portuguesa baixam mas não descolam da barreira dos 7%, Jornal Público, publicado a 27/09/2013, in http://www.publico.pt/economia/noticia/juros-da-divida-portuguesa-baixam-mas-nao-descolam-da-barreira-dos-7-1607272, consultado a 28/09/2013.

PEIXOTO, Margarida, FMI avisa que pode ser preciso flexibilizar mais os défices, Jornal Económico, publicado a 26/09/2013, in http://economico.sapo.pt/noticias/fmi-avisa-que-pode-ser-preciso-flexibilizar-mais-os-defices_177971.html, consultado a 27/09/2013.

PIRES, Luís, Atraso nos fundos da troika ameaça tesouraria do Estado, Jornal Económico, publicado a 26/09/2013,  in http://economico.sapo.pt/noticias/atraso-nos-fundos-da-troika-ameaca-tesouraria-do-estado_177966.html, consultado a 27/09/2013.

PETROLINHO, Ana e GALRÃO Márcia, Críticas ao Governo continuam a marcar campanha,  Jornal Económico, publicado a 26/09/2013, in http://economico.sapo.pt/noticias/criticas-ao-governo-continuam-a-marcar-campanha_177962.html, consultado a 27 de Setembro de 2013.

 

Patrícia Paulino

Nº de aluno: 212297

 Ciência Política – 3º ano

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Autárquicas 2013



As eleições autárquicas do passado dia 29 mostraram mais uma vez o descontentamento e desilusão que os eleitores têm vindo a demonstrar pelas políticas do actual governo. Os resultados obtidos pela CDU revelaram uma mudança de comportamento político através do voto se pensarmos que não só reforçou a percentagem eleitoral e confirmou a sua presença nas maiorias que já detinha mas também conquistou novas maiorias como Évora, Grândola, Vila Viçosa, Silves, Loures, entre outras. Assim, são alcançadas 34 presidências de Câmara, 213 mandatos e 552,506 votos.
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do partido, em declarações à comunicação social após a reunião do Comité Central, deu especial ênfase ao facto da CDU ter sido a única força política que cresceu em votos, percentagens e mandatos. Lembrando sempre que estes resultados são o reconhecimento por parte das populações, do trabalho que tem sido feito nas autarquias.
Estas eleições autárquicas podem muito bem ser analisadas como um exercício de preparação para as próximas legislativas e a reflexão a que os resultados obtidos nos permitem chegar é clara: o Partido Comunista assume uma posição de poder que lhe permite reforçar a sua acção enquanto oposição ao actual governo e as respectivas políticas. Estes resultados merecem uma análise em dois sentidos: se por um lado seria previsível o aumento da percentagem conseguida pelo Partido Socialista numa lógica que tem vindo a ser confirmada pelo tempo, de alternância do poder entre o PS e PSD, por outro observamos um aumento expressivo de votos na CDU o que se traduz numa crescente necessidade por uma política alternativa às que estão a ser levadas a cabo pelo actual governo com o apoio (quase) inequívoco do Partido Socialista.
Não são apenas os resultados em si que são reveladores: a própria abstenção merece ser analisada num contexto próprio. 47,4% dos eleitores recenseados não foram votar  e o número de votos em branco e nulos chegou mesmo a ser maior do que o número de votos em partidos como o CDS e o Bloco de Esquerda, tendo atingido os 6.82%.

http://www.cdu.pt/2013/ acesso a 1/10/2013 às 17.55


Ana Sofia Vilarinho de Almeida  
212280

Autárquicas de 2013 e a preparação do PS

Na situação eleitoral de eleições autárquicas decidiu-se analisar a realidade do país de acordo com a visão do PS.
O PS quis “desenhar um novo futuro” nestas autárquicas e apostou em figuras de relevo nacional, como por exemplo o socialista Manuel Alegre, que deixou a mensagem de que os cidadãos deveriam castigar o governo votando no PS. [1]
O secretário-geral do PS fez uma campanha eleitoral autárquica intensa, de manhã até à noite, percorrendo todo o território continental, cerca de 111 conselhos[2], e no dia das eleições apelou aos portugueses para irem votar, relembrando que o voto não é só um direito como também uma maneira de os portugueses mostrarem a sua opinião e descontentamento, como se pode ver resultou, pois apesar de se ter assistido a um alto nível de abstenção que chegava quase a metade dos eleitores (47,3%) o PS conseguiu uma vitória considerada histórica, onde conquistou 150 câmaras municipais.[3]
"Tratou-se de uma vitória histórica do PS, os melhores resultados do PS desde sempre, conquistando 150 câmaras, mais freguesias e mais mandatos. Houve claramente um reforço da confiança dos portugueses no PS e uma recusa inequívoca das políticas do Governo", declarou o dirigente socialista.[4]
Com o resultado positivo que o PS teve nas autárquicas de domingo, o partido marcou uma reunião para esta quinta-feira (3 de Outubro de 2013) onde o assunto a ser discutido não será apenas os resultados deste domingo e a sua análise, como também a preparação para as eleições legislativas, preparando assim bases para um programa de Governo. 

                                                                                                                      Laura Silva, 211875

Outras fontes e links:
http://www.dn.pt/politica/
Noticias do PS in: http://www.ps.pt/
Resultados in: http://www.publico.pt/autarquicas2013/resultados
PS avalia autárquicas e prepara legislativas por Lusa, publicado por Miguel Marujo in : http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=3454287&page=-1




[1] http://www.publico.pt/politica/noticia/manuel-alegre-pede-castigo-ao-governo-nestas-eleicoes-autarquicas-1607101
[2]http://www.ps.pt/noticias/noticias/ps-conquista-melhor-resultado-autarquico-de-sempre-em-portugal.html
[3] http://www.ps.pt/noticias/noticias/partido-socialista-teve-vitoria-historica.html
[4] http://expresso.sapo.pt/ps-destaca-vitoria-historica-e-garante-oposicao-construtiva=f833247

Depois das eleições


«Depois da tempestade vem o tsunami» assim é o título do artigo publicado no Jornal i por Nuno Ramos de Almeida.
Como o próprio afirma, muito já foi dito e escrito acerca do resultado das eleições do passado domingo. Como já é do conhecimento geral, o PS ganhou a liderança na corrida eleitoral, enquanto a CDU reconquistou a confiança política nos distritos de Setúbal, Évora e Beja, sendo o seu maior feito a vitória alcançada à Câmara de Loures. Quanto ao Bloco de Esquerda e PSD não se pode dizer o mesmo. Estes foram os piores classificados no final desta temporada.
No entanto, os independentes não ficaram “mal na fotografia”. Ao que se apurou, as candidaturas independentes conseguiram obter um  lugar considerável,  aparentando um possível crescimento.
Deixando de parte por instantes o território continental, não podia cair no esquecimento o mais importante dos importantes, João Alberto Jardim. O futuro adivinha-se com alguma nebulosidade e quem sabe até um pouco de trovoada estarão previstos no boletim meteorológico para o arquipélago da Madeira. Mas, como todas as previsões há sempre uma margem de erro.
Nuno Ramos de Almeida aproveita ainda para referir que o crescimento da abstenção e das candidaturas independentes é o resultado expresso de que a maioria das pessoas não se identifica ou não se faz representar pelos partidos existentes. Acrescentando ainda, que as forças partidárias da ala esquerda, BE e PCP, não são reconhecidas pelas pessoas como potenciais alternativa política ao poder vigente. Desta forma: «Ao serem usados para canalizar descontentamentos e recuperá-los para o actual jogo de poder, estão, em última análise, a desistir do seu verdadeiro papel. Se querem fazer a diferença, têm de expressar esse descontentamento para destruir, e não para manter, um sistema que convive perfeitamente com o roubo dos reformados e a corrupção dos poderosos.»
O autor e membro do Movimento “Que se lixe a troika” apela à edificação de uma alternativa viável capaz de colmatar todas as consequências adversas que irão ser introduzidas com o próximo Orçamento do Estado. Mesmo que para tal, se tenha de recorrer a todos os meios de luta e mobilização.
Como o próprio título indica avizinha-se uma “ onda gigante”. Agora falta saber para quando será e até onde nos irá levar. Qual será o rumo a seguir para chegar a bom porto?!


Fonte:
http://www.ionline.pt/iopiniao/depois-da-tempestade-vem-tsunami consultado a 2/10/2013 às 21:34h.
 
 
 
 
Margarida Mendes
2/10/2013

Neonazismo: O caso grego



As crises do capitalismo provocam graves problemas sociais e económicos na vida das classes populares e de todas as outras camadas da sociedade que de uma forma ou de outra dependem do grande capital. Milhares de pessoas são confrontadas com o desemprego, com a pobreza e com a exclusão social.
Estas situações de crise têm sido ao longo da história aproveitadas por organizações políticas de extrema-direita  para fazer avançar uma agenda ideológica de cariz racista e fascista.  Na Grécia tem-se vindo a assistir à emergência de uma organização neonazi e extremamente violenta de nome”Aurora Dourada” que tem as suas origens em 1980 quando  Nikolaos Michaloliakos e um grupo de apoiantes inicia a publicação de uma revista com o nome ” Chrysi Avgi” que quer dizer Aurora Dourada em grego. Eventualmente esta revista irá dar origem a um partido político formal que é reconhecido em 1993 e a partir daí desenvolve uma actividade política contra os imigrantes e organizações de esquerda recorrendo por vezes ao ataque físico, em 2005 o partido interrompe as suas actividades e voltará em 2007 após um congresso.
A história mais recente do “Aurora Dourada” é claramente impulsionada pela crise que afecta a Grécia e pelas duras medidas de austeridade que têm vindo progressivamente a empobrecer a população residente naquele país.  O assassinato do “rapper” Pavlos Fyssas ,por parte de um militante do partido, chamou a atenção tanto das autoridades gregas como da própria sociedade para a actividade criminosa desenvolvida por esta organização, actividade essa que tem particularmente sentida por imigrantes e por militantes de esquerda pois são frequentemente alvo de agressão física.  Na sequência do assassinato de Pavlos Fyssas, militante de esquerda e antifascista, “o líder do partido neonazi grego Aurora Dourada, Nikolaos Michaloliakos, foi detido pela polícia pelo envolvimento na morte do cantor de hip-hop”. Ao líder da extrema-direita grega juntaram-se  pelo menos mais dez militantes desse partido.[1]  Entretanto alguns militantes já foram libertados e o partido afirma estar a ser alvo de perseguição ” “Não é possível acusar ideias!”, reagia ainda o partido no seu site, depois de o Governo ter apresentado ao Parlamento uma lei pretendendo penalizar o discurso racista” [2]
A tentativa de condicionar a actividade violenta e racista deste partido recorrendo ás autoridades gregas poderá, a meu ver, não ser suficiente para travar o problema. Creio que aqueles que são atingidos tanto pela austeridade como pelo fascismo do ”Aurora Dourada” deverão encontrar formas de isolar e desmascarar esta organização que tem uma longa história de violência política e racial.


Rui Campos nº211648


Fonte

Jornal: Público

PAN dá um passo em frente após resultados Eleitorais

      No passado Domingo, Paulo Borges viria a afirmar, com orgulho, que o Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) alcançou os objectivos fixados para o pequeno partido. Tendo concorrido para os municípios de Viana do Castelo, Póvoa do Varzim, Maia, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Sintra, Oeiras, Lisboa, Almada, Moita, Sesimbra, Setúbal, Câmara de Lobos, Machico e Santa Cruz, o Partido de base Ambientalista conseguiu ter a oportunidade de eleger para as assembleias municipais de Lisboa, Oeiras, Maia e Câmara de Lobos quatro deputados, revelando um extraordinário avanço na expansão do Partido, que se aproximou do Bloco de Esquerda.

      Paulo Borges referiu que “as pessoas estão a corresponder cada vez mais às nossas propostas, que estão fartas da política tradicionaldescrevendo a realidade Portuguesa que tem vindo a sentir um forte descrédito pelo atual governo, como também tem prestado atenção ás necessidades do ambiente. 

     É de apontar que é a primeira vez que o PAN concorre a eleições locais, cuja vitória comprova que cada vez mais os Portugueses tendem a procurar alternativas ao Governo de Pedro Passos Coelho, principalmente nos pequenos partidos.

     O líder do PAN ainda acrescentou que "deixamos claramente para trás o PCTP/MRPP, que é um partido que existe desde o 25 de Abril e, neste momento, somos um partido que está entre os pequenos partidos e o Bloco de Esquerda, de que nos aproximámos substancialmente em muitos lugares". Esta procura crescente pela luta pelo bem-estar e condições ambientais, tem fornecido cada vez mais força aos partidos ecologistas, que aos poucos ganham terreno. Esta vitória, comprova-o.

Fonte: Expresso

Andreia Martins, 212264


Divisões Internas do PSD e suas causas após Resultados Eleitorais

               Quando Passos afirmou “que se lixem as eleições”[1], estava já a preparar-se para o outcome desastroso que o seu partido iria obter nas eleições autárquicas. Depois do apuramento dos resultados, em que o PSD, no geral, conseguiu o “pior resultado de sempre”[2], com 7 de 11 câmaras perdidas na Madeira e, a nível nacional, com 23 freguesias perdidas, tenta-se descortinar as causas reais quanto ao descrédito no partido.

                A ascensão da facção e do movimento anti-Passos é congruente com o descontentamento por parte da população relativamente ao desempenho do Governo e liderança partidária de Passos Coelho, que acabou por ser criticada severamente por vários autores[3], devido às medidas implementadas de acordo com o memorando da Troika (e não só), com o objectivo final de baixar o défice e o valor da dívida pública do País, à custa do peão habitual: o povo.

Apesar de Passos querer reconstruir e melhorar Portugal, a maioria dos cidadãos encara as suas medidas como totalmente erradas e discutíveis, visto que em termos económicos ser necessário uma classe média abrangente que tenha poder de compra suficiente para investir na economia portuguesa, dando-lhe um novo fôlego e a escolha de se tornar mais independente e capacitiva. Face a um novo “apertar de cinto”, a maioria da população voltou-se para outras opções políticas, personificadas por outros partidos (PS e CDU, tendo em conta os resultados eleitorais) e também por Independentes, que não surgiram nestas eleições, mas que obtiveram uma adesão histórica marcante não só para Portugal[4].

Devido à situação resultante das autárquicas, deu-se um agravamento das tensões dentro das bases do partido. Vários apontam o dedo a Passos e defendem a sua remoção como líder partidário e de chefe de Governo, pedindo a existência de mudança quanto à ocupação de cargos de poder no PSD. Na passada terça-feira na reunião do Conselho Nacional, questionou-se a possibilidade de agendar a antecipação do congresso do partido e das eleições, que estavam marcados para o início do próximo ano [5], tornando clara a falta de consenso e unidade no seio do partido.

O PSD de Rui Rio, por exemplo, surge como o “ideal” para a substituição de Passos. Os seus bons resultados eleitorais, ao contrário do resto do partido onde se insere, valeram-lhe a notoriedade que ainda não detinha, assim como ao PSD de Paulo Rangel e Miguel Veiga, que derrotaram Filipe Menezes no Porto[6].

A força anti-Passos está, assim, a evoluir positivamente no contexto político actual e não apresenta intenções de abrandar. Cada vez mais eleitores estão saturados da situação onde se encontram e anseiam por uma requalificação dos programas e medidas accionadas por Passos Coelho, defendendo alternativas quanto à reconstrução de Portugal sem ser necessário fazê-lo à custa daqueles que fazem deste grande País, a sua casa.


 Inês Salen (212814)

Links Úteis:
·         Reacções dos líderes partidários quanto aos resultados eleitorais- http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=86728 (consultado no dia 30 de Setembro de 2013 ás 21h46min);
·         (Vídeo) Declaração de Passos Coelho após apuração dos resultados de domingo- http://video.pt.msn.com/watch/video/passos-assume-resultado-claramente-negativo-para-o-psd/295r4nuhl?from=gallery_pt-pt&sf=Relevancy (consultado no dia 30 de Setembro de 2013 ás 23h12min);
·         Causas do afastamento das bases do PSD- http://www.ionline.pt/artigos/portugal/psd-passos-coelho-seguro-pela-crise-pela-troika (consultado no dia 1 de Outubro de 2013 ás 20h20min)




[1] Citação completa de Pedro Passos Coelho: “Se algum dia tiver se perder umas eleições para salvar o País, que se lixem as eleições. O que interessa é Portugal”, in http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/passos-coelho-que-se-lixe-as-eleicoes (consultado no dia 30 de Setembro de 2013 ás 21h02min)
[2] Da Costa, Claúdia Lima, “Autárquicas 2013, a noite de vitórias e derrotas históricas”, in http://www.tvi24.iol.pt/503/politica/costa-ultimas-noticias-tvi24-seguro-noite-eleitoral-autarquicas-2013/1494628-4072.html (consultado no dia 30 de Setembro de 2013 ás 21h16min)
[3] Sousa, Marcelo Rebelo: “é o pior presidente do PSD de sempre (Passos Coelho), que fez a pior liderança de umas eleições autárquicas de sempre. Foi desastroso”, in http://www.publico.pt/politica/noticia/marcelo-passos-uma-vez-disse-que-se-lixe-as-eleicoes-estao-lixadas-1607641 (consultado no dia 30 de Setembro de 2013 ás 22h34min)
[4] TVI24: “Imprensa estrangeira destaca «pesada derrota» para PSD de Passos Coelho”, in http://www.tvi24.iol.pt/iol-push---politica/autarquicas-psd-passos-coelho-tvi24/1494538-6185.html (consultado no dia 1 de Outubro de 2013 ás 09h06min)
[5] TVI24: “Resultados eleitorais abrem crise no PSD”, in http://www.tvi24.iol.pt/503/politica/psd-autarquicas-passos-coelho/1495041-4072.html (consultado no dia 1 de Outubro de 2013 ás 20h19min)
[6] Santos, Nicolau: Ganhou o PS, a CDU e o PSD anti-Passos”, in http://expresso.sapo.pt/ganhou-o-ps-a-cdu-e-o-psd-anti-passos=f833122 (consultado no dia 1 de Outubro de 2013 ás 23h47min)