sábado, 2 de novembro de 2013

A globalização dos "Verdes"

O diálogo entre a ecologia e a política não é novidade. Nem muito menos notícia de abertura de qualquer jornal nacional. Com início no final dos anos 70 do século passado, os ecologistas também conhecidos como os "Verdes", foram abraçando movimentos sociais emergentes tal como o ambientalismo, o feminismo ou o pacifismo, no percurso evolutivo da sua existência.

Na necessidade de criar uma linha contínua para dar voz ao ecologismo, uma ideologia política que nasceu pela preocupação do esgotamento dos recursos naturais e da sustentabilidade do futuro do planeta, contribui para a criação de um novo partido político na Europa. Tem como data e local de nascimento 22 de fevereiro do 2004 e Roma, respectivamente. Resultado da fusão de 32 partidos ecologistas nacionais composta por 34 países da Europa, surge o Partido Verde Europeu. A Suíça, Rússia, Geórgia e Ucrânia são os únicos resistentes à entrada na União Europeia.
Com um grupo no Parlamento Europeu com deputados regionalistas, nacionalistas ou independentes de esquerda, o ecologismo ganha maior representação.

Os partidos membros são:

Bündnis 90/Die Grünen (Alemanha)
Die Grünen
(
Áustria)
Groen!
(
Bélgica)
De Grønne  
(
Dinamarca)
Partido verde búlgaro (Bulgária)
Ecolo (Bélgica)
Cyprus Green Party (Chipre)
Strana Zelenych na Slovensku (Eslováquia)
The Green Party of England and Wales (Reino Unido)
Scottish Green Party (Escócia)
Vihreä liitto (Finlândia)
Les Verts (França)
EQUO e Iniciativa per Catalunya Verds
(
Espanha)
Eesti Rohelised (Estónia)
Verdes de Georgia (Geórgia)
Verdes ecologistas
(
Grécia)
Zöld Demokraták (Hungria)
Comhaontas Glas (Irlanda)
Federazione dei Verdi (Itália)
Alternattiva Demokratika
(
Malta)
Déi Gréng
(
Luxemburgo)
Latvijas Zala Partija (Letónia)
Miljöpartiet de Grønne (Noruega)
Zieloni 2004
(
Polónia)
De Groenen e GroenLinks  (Países Baixos)
Partido Ecologista "Os Verdes"  (Portugal)
Partija Zelenych Ukrajiny (Ucrânia)
Grüne / Les Verts
(
Suíça)
Federaţia Ecologistă din Romania
(
Roménia)
The Interregional Green Party (Rússia)
Partido Ambiental - Os Verdes  (Suécia)
Strana Zelených (República Checa)


O porta-voz deste grupo parlamentar – Grupo dos Verdes/ Aliança Livre Europeia - é Daniel Cohn-Bendit. Filho de judeus alemães refugiados em França desde 1933 e outrora membro da Federação Anarquista, foi líder do Maio de 1968 em Paris enquanto estudante de Sociologia na Universidade de Nanterre. Com o slogan "Somos todos judeus alemães", Daniel demonstra o apoio dos jovens neste contexto histórico, político e social. Hoje, é um dos mais conhecidos deputados europeus. Monica Frassoni e Joschka Fischer são duas personalidades que têm feito campanha em toda a União pelo ecologismo global.

Em território não europeu, isto é, fora da Europa, os partidos ecologistas também consagram uma força particular no mundo. Global Greens (Verdes globais, traduzido para português), constituem uma rede internacional de partidos ecologistas (ou partidos verdes) com princípios bem definidos na Carta Verde da Terra, o primeiro documento unificado dos Partidos Verdes Mundiais. A data da sua fundação marca o mês de Abril e o ano de 2001. Camberra foi a cidade escolhida.
Actualmente, esta organização é constituída por quatro federações – a Federação de África,  a Federação de América, a Federação de Ásia Pacífico e  a Federação de Europa. Os partidos membros da primeira mencionada federação integra 19 partidos. Entre eles estão Os Verdes de Benim, o Movimento Verde de Burundi, Os Verdes do Egipto, o Partido Ecologista da Guiné, a Liga Guineense de Protecção Ecológica, o Partido Ecologista do Mali, o Partido Verde do Níger, o Partido Verde da Nigéria, a Sociedade Verde Ruandesa, o Movimento Verde de Uganda e Os Verdes da Zâmbia.

Já a Federação da América tem 11 partidos, tal como a Iniciativa Verde da Argentina, o Movimento Ecológico da Venezuela, o Partido Ecologista Alternativa do Peru, o Partido Verde do Brasil, do Canadá, dos Estados Unidos, da República Dominicana, da Colombia ou ainda os Partidos Ecologistas do Chile, do México ou de Nicarágua. Em contraste, a ecologia da Ásia e Ocêania tem um total de 14 partidos. Os Verdes Australianos, os Verdes Coreanos (Coreia do Sul), os Verdes Paquistaneses, o Partido Verde das Filipinas, da Papua Nova Guiné, do Nepal ou da Nova Zelândia são alguns desses partidos.

A Europa marca o maior número de partidos ecologistas, com 36 na sua totalidade com países como Albânia, Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Moldávia, Noruega, Portugal, Reino Unido (dividio em Partido Verde de Inglaterra e Gales e Partido Verde Escocês), República Checa, Roménia ou Suíça.
Como em qualquer partido ou organização política, existem sempre os nomeados observadores. A Global Greens não é excepção. Partit Verds d’Andorra, a SF da Dinamarca, a Federation of  Young European Greens, Les Verts Guadeloup, a Zeleni da Sérvia ou Os Verdes da Guiana Francesa são alguns desses mesmos observadores que constituem o quinto grupo de instituições de membros não efectivos das federações acima mencionadas.
 

Adriana Correia

Fontes:


http://www.globalgreens.org (visitado às 16h05 de 02-11-2013)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Os Mesteres e a Arte



            A Maçonaria é uma organização de iniciados que tem com base um Mester (um operário, um oficial mecânico por assim dizer). Como salienta o autor René Guénon, “a conexão com o Mester se deixou de existir quanto ao exercício exterior, não deixa de subsistir de modo mais essencial, permanecendo necessariamente inscrita na própria forma desta iniciação; se acabasse por ser eliminada Não seria mais a Iniciação Maçónica, mas antes qualquer outra coisa diferente, e como seria, por outro lado, impossível subsistir legitimamente outra filiação tradicional à que existe de facto, não haveria então qualquer Iniciação”.1 Segundo as ideias de Luc Benoist, a possibilidade do Homem integrar-se numa tradição que confira a cada Mester um significado superior acaba por tornar a actividade do indivíduo menos penosa e fatigante. Com este significado superior, o Mester tornar-se-ia parte do próprio Homem, servindo-lhe de base à sua Iniciação e permitindo-lhe uma elevação muito além da individualidade temporária. A actividade do artista torna-se a expressão exterior e mais consciente dos seus próprios princípios.

            As artes e os Mesteres constituem assim uma linguagem simbólica. “O artista e o esteta (individuo que que aprecia e pratica o belo como um valor essencial) nasceram em simultâneo no que foram as ruínas dos antigos Mesteres. O Maçon não é um artista, mas sim o artesão perfeito que soube talhar a pedra em bruto e dar-lhe uma nova forma, uma forma cúbica e preliminar, tal como os seus Mestres Maçons medievais o fizeram. O primeiro objecto, o seu fabrico, aparece como um rito e a noção de arte consistia em fazer todas as coisas necessárias ao corpo de uma forma a que contentassem também o espírito.

            Ser-se Mester é uma vocação, é adaptar-se naturalmente ao Homem fazendo parte de si e conduzindo-o a um caminho de Luz e de Conhecimento. Um Homem sem Mester nada conhece verdadeiramente no seu interior e não passa pela própria transformação de si mesmo. Pode concorrer para elevar a harmonia que o rodeia e a sua própria, empregando um elemento supra-humano à semelhança de como Deus criou o Homem com o seu sopro subtil e supremo. Uma forma de refazer a criação era, para os Maçons, a construção de Igrejas que tornavam-se na criação de um novo mundo, de um novo começo. A importância desta associação da Igreja a um novo mundo, dá-se pois esta é vista como um símbolo cósmico, um modelo natural de toda a arquitectura. A função verdadeira de um Mester era aproximar a consciência de que o artesão trabalhava com o Grande Arquitecto do Universo o que o tornaria também um genuíno criador.2

                                                                                                        

Ana Cristina Santos


Fontes:


1 - CARVALHO, ANTÓNIO CARLOS – Para a história da MAÇONARIA em Portugal 1913-1935. Editorial Vega 1976. Consultado a 31 de Outubro de 2013, pelas 20h

2- Idem

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A manifestação saiu à rua

Foto:AFP Photo / Patricia De Melo Moreira                                      
A manifestação saiu à rua no passado sábado. No entanto, será que o objectivo  pretendido foi alcançado?
Quando falamos deste tipo de iniciativas, sabemos de antemão que para se conseguir atingir o alvo, é necessário à partida um aglomerado bastante considerável. Sobretudo, quando os media são os primeiros a dar conta disso. Quanto maior for o “aparato”, maior será a atenção disponibilizada pelos mesmos.
Portanto, o factor quantitativo continua a assumir um papel preponderante, quando se pretende passar uma mensagem, que depende de alguma forma da cobertura mediática.
O acontecimento é único, embora as interpretações que podem ser extrapoladas sejam inúmeras.
Ao Jornal i, Ricardo Morte declarou: «As perspectivas para este protesto são as melhores, temos grandes ambições e contamos com muita gente na rua».
O manifesto elaborado pelo Movimento contou com a subscrição de mais de 1000 pessoas, das quais se destacam figuras mediáticas do mundo da música e das artes.
Relativamente à falsa manifestação de apoio à Troika, não pareceu ser um factor determinante na adesão à manifestação, segundo Ricardo Morte (membro do Movimento) e Cristina Nunes (investigadora do ISCTE). [1]
A manifestação estava prevista em todas as capitais de distrito do país. De acordo com o Jornal de Notícias, em Castelo Branco a manifestação acabou por ser desconvocada devido à falta de adesão. Um dos principais responsáveis pela organização  da acção nesta cidade, demonstrou a sua indignação perante a atitude da população. Perante isto, Manuel Costa Alves  encontra a justificação para o sucedido, referindo: «antes do 25 de Abril dava-se o peito às balas. Havia a PIDE, mas os que acreditavam, lutavam pelos seus ideais. Mas hoje, em democracia, impera o medo, sobretudo o medo de represálias que levam à perda do emprego». Ainda assim, denota-se que há uma controvérsia entre aquilo que as pessoas pensam e o que na prática fazem. Nos dia-dia criticam constantemente as medidas praticadas por este governo, assim como, o mal-estar que se sente e que se assiste, no entanto, quando tem a oportunidade de expressar a sua indignação em actos, limitam-se ao silêncio ensurdecedor.
No dia a seguir ao protesto, Castelo Branco acordou com algumas faixas negras que incorporavam a palavra “Basta”. Para Manuel Alves já é um sinal do descontentamento que se vive, não deixando de ser muito pouco significante. [2]
A seguir a Lisboa, as expectativas recaem sob a cidade Invicta.
No Porto, o foco recaiu sobre a desobediência dos manifestantes em relação às ordens da polícia. Segundo a mesma fonte, a organização contou com a presença de mais de 2000 pessoas, número este corroborado pela polícia (1000 manifestantes). Ora parece-me que não é só os media, que demonstram ter problemas com os números. A PSP do Porto assegura que os 1000 manifestantes contabilizados não incluem a população que se junta a ocasião apenas com o intuito de observar. Tratam-se única e exclusivamente de manifestantes. Enquanto, um membro da organização aponta para um número que ultrapassa largamente os mil.
Quem será que acertou no resultado da equação?
A notícia diz ainda que, a redução do número de participantes face aos anteriores protestos organizado pelo mesmo Movimento, foi logo notória, mesmo antes de se iniciar o desfile. Embora tenha sido alterado o trajecto do desfile, não se registaram incidentes. [3]
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, justificou a sua presença na manifestação, com a necessidade crucial da união das forças e vontades. [4]
No momento pós-manifestação, em que é chegada a altura de fazer o balanço, várias vozes apontam para a fragilização do Movimento.
Numa página de um blog, pode ler-se acerca deste assunto: «O movimento está fragilizado, é verdade. Mas essa fragilidade está longe de ser porque o partido A ou B não pode fazer um comício disfarçado de assembleia popular ou porque no final da manifestação não houve uma hora de chuva de calhaus sobre a escadaria de São Bento. Se estamos vergados é porque não está aberto o caminho de quem quer novos caminhos e porque um senhor chamado Arménio Carlos, líder da CGTP, decidiu recuar de uma acção para a qual chamou toda a centralidade no dia e na hora da apresentação do Orçamento de Estado.» [5]
E se os ditados populares ainda tem algum fundamento de verdade, eu diria “O tempo o dirá”.

 
 Margarida Mendes
30 de Outubro de 2013

 
Fontes:
[1] Jornal i, Movimento está a contar com "muita gente na rua", artigo publicado na página do Jornal i a 26 de Outubro de 2013. Disponível em: http://www.ionline.pt/artigos/portugal/movimento-esta-contar-muita-gente-na-rua [consultado a 30 de Outubro de 2013 às 10h47]

[2] Jornal de Notícias, Protesto contra a "troika" em Castelo Branco desconvocado por falta de adesão, artigo publicado na página do Jornal de Notícias a 26 de Outubro de 2013. Disponível  em: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3499082&page=-1    [Consultado a 30 de Outubro de 2013 às 19h14]

[3] Jornal de Notícias, Manifestantes do Porto contrariam ordem da polícia no trajeto do desfile, artigo publicado na página do Jornal de Notícias a 26 de Outubro de 2013. Disponível em: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3499170&page=-1 [consultado a 30 de Outubro de 2013 às 19h21]

[4] Jornal de Notícias, Arménio Carlos diz que é tempo de "juntar forças e vontades" contra atuais políticas, artigo publicado a 26 de Outubro de 2013. Disponível em: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3499139&page=-1 [consultado a 30 de Outubro de 2013 às 21h42]

[5] 5 Dias.Net, Não era possível ganhar a 26 o que se perdeu a 19, artigo publicado na página do blog 5 Dias.Net a 28 de Outubro de 2013. Disponível em: http://5dias.wordpress.com/2013/10/28/nao-era-possivel-ganhar-a-26-o-que-se-perdeu-a-19/ [Consultado a 30 de Outubro de 2013 às 21h50]

 

 

 

 

 

Aula 31/10/2013




José Salvador

O guião da reforma do Estado

Paulo Portas apresentou na passada quarta-feira, dia 29 de Outubro, o guião de reforma de estado. Um plano que chegou com um atraso de 9 meses. Entre as principais medidas constantes neste documento estão:

  • Os cortes nos ministérios, com a ideia de concentrar serviços que se encontram agora dispersos por variados ministérios;
  • Venda de património imobiliário do estado, assim como a redução de rendas que o sector público paga a privados;
  • Continuação de redução de institutos, agências, conselhos, comissões e observatórios do Estado e das autarquias;
  • Redução de empresas públicas, como a cessação de criação de empresas públicas e o fim das contratualizações em Parcerias Público-Privadas;
  •  Redução no número de militares, que sofrerão um corte entre 30 mil a 32 mil pessoas;
  • Reformar as instituições do sistema judicial, algo que poderá passar por uma revisão constitucional, tal como se prevê a revisão do estatuto das magistraturas;
  • Concessionar escolas, passa a ser possível os professores abrirem “escolas independentes”, cujo ensino e instalações é contratualizado com o Estado;
  • Reforma no ensino superior, entre as prioridades encontra-se o ensino politécnico e também a criação de um novo modelo mais curto de ensino superior;
  • Desburocratizar o estado e facilitar a vida às empresas, o objectivo é a redução de procedimentos burocráticos nos Ministérios;
  • Criação de mais comissões para avaliar outras reformas, tal como é o caso da reforma do IRC, da Segurança Social (no entanto só é possível qualquer alteração nesta área quando o país se encontrar com um PIB superior a 2%);
  • Captar investimento para a área da saúde;
  • Agregação de municípios, de forma a existirem menos câmaras, tal como foi feito com as freguesias.


Paulo Portas referiu ainda que era necessário um consenso durante, pelo menos, duas legislaturas, para que o processo de reforma não ficasse a meio.

Quanto a este guião de reforma, as opiniões dos comentadores económicos e financeiros do Expresso e do Jornal de Negócios, mostram-se quase consensuais: a reforma chegou tarde, não é uma real reforma, pois só mexe com coisas pequenas e não vai ao fundo da questão, entre outras críticas delineadas.


Henrique Monteiro, do Expresso, refere que agora que já saiu a reforma, não existe uma ideia coerente sobre o que é que deve ser reformado. Pedro Braz Teixeira, do Jornal de Negócios, diz que esta reforma quase que adivinha uma nova Constituição, para que tal aconteça tem que existir uma mudança de regime, algo que o autor defende. Carlos Albuquerque, também do Jornal de Negócios, acentua que a reforma do estado assim apresentada, só pretende melhorar o aparelho administrativo, o que não é pouco, mas é algo que não chega para o país. Já Camilo Lourenço, também do Jornal de Negócios, diz que o que se tem passado em Portugal não é nada planeado, é só um acto de reacção, ou seja, as coisas acontecem e existe uma reacção. Defende ainda que os cortes não vão ser os ideais, porque não havia um plano coerente da reforma. Enquanto que Daniel Oliveira, do Expresso, refere que o guião chega atrasado 9 meses, para, simplesmente, não reformar como era suposto.

Para quem quiser consultar o guião na íntegra: http://pt.scribd.com/doc/180306383/Guiao-da-Reforma-de-Estado

Outras fontes:
Susana Amador

PAN recusa-se a aceitar proposta do Governo

Esta semana o Ministério da Agricultura havia proposto a redução do número de animais domésticos por apartamento, visando que será permitido dois cães, ou quatro gatos, por apartamento. No total, será proibido existirem mais do que quatro animais domésticos em casa, excepto em caso de propriedades com espaço suficiente, como quintais, quintas ou caso os animais sejam de raças puras nacionais e registadas. Como argumento, é colocada em primazia a Saúde Pública.
O Partido pelos Animais e pela Natureza, veio a público criticar a ideia do Governo, admitindo que “promove o abandono de cães e de gatos”, número este, que tende  a aumentar de ano para ano, devido ao recuo das possibilidades das famílias Portuguesas, em parte, e, por outra, devido à irresponsabilidade apresentada por outros. “Consideramos que a restrição que se pretende impor constitui uma intervenção excessiva do Estado na vida privada e familiar dos cidadãos”, é a mensagem passada pela bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, Laurentina Pedroso, ao público, revelando-se indignada com a medida proposta.
O PAN admite que as questões da Saúde Pública dependem única e exclusivamente da responsabilidade de cada pessoa para com os animais que possui na sua habitação e o Governo estará a adoptar uma posição “abusiva” e “violadora dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, sendo preferível a adopção de um Código dos Animais de Companhia, que promova o nível aceitável no que toca a cheiros e ruídos, como também no caso de relações para com a vizinhança, ou em caso de maus-tratos, como abandono, alimentação deficiente e falta de acesso a cuidados veterinários. Todos estes, quando devidamente assegurados, não irão provocar quaisquer problemas, evitando-se que os animais sejam entregues “à miséria e à morte nos canis municipais”, visto que nem sequer é dada uma hipótese de defesa aos seus donos.
São apresentadas inúmeras questões para com esta proposta, principalmente para os casos em que o número de animais ultrapassa o limite exposto. Questionam se serão utilizados critérios (raça, género, saúde e comportamentais) para a selecção dos animais a manter e se, os que tiverem que abandonar a habitação, serão levados pelos próprios donos, ou os funcionários do Estado irão encarregar-se de os levar, baptizando esta medida como “macabra” e “elitista”.
É prometido, por parte do Partido pelos Animais e pela Natureza, acções de mobilização cívica, para lutar contra a proposta do Governo, promovendo, igualmente, incentivos à esterilização dos animais de companhia, promovendo o acesso ás realidades económicas mais carenciadas e combatendo, assim, a “sobrepopulação e a reprodução descontrolada”, dos animais, quer domésticos, quer de rua.


Andreia Martins