sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O que se diz por aí no domínio da economia (27 de Setembro a 3 de Outubro de 2013)

Esta semana foi dedicada quase exclusivamente ao resultado das eleições autárquicas, e ao que esse mesmo resultado significava em termos de política nacional para os diferentes partidos. Há que salientar a aguerrida “vitória” do PS, e a acentuada subida de domínio da CDU, enquanto o PSD parece ter sido o grande perdedor desta luta partidária.

Entretanto no Expresso, Henrique Monteiro falou nas decisões do Tribunal Constitucional (TC), com os sucessivos chumbos às políticas governamentais, nomeadamente o facto de ter sido considerado ilegal o despedimento por extinção do posto de trabalho, alegando que essa mesma política violaria o preceito da proibição de despedimentos sem justa causa, presente no artigo 53º da Constituição. Para Henrique Monteiro é fácil tirar uma ilação de que em Portugal a linguagem jurídica é demasiado confusa e não se dirige essencialmente aos cidadãos, que era suposto serem os verdadeiros destinatários da lei, preferindo-se um discurso teórico em vez de se falar concretamente na realidade das empresas. Exerce uma grande crítica à forma como a lei é aplicada, parecendo na maioria dos casos favorecer os “grandes” e deixando os “pequenos” à mercê da vontade dos tribunais. O chumbo do TC é visto pelo cronista da perspectiva em que esta política só se aplicaria em grandes empresas, pois as pequenas empresas passam, muitas vezes, ao lado de todos os pressupostos judiciais empresariais.

Já para Camilo Lourenço, do Jornal de Negócios, o chumbo do TC só vem agravar ainda mais a situação de Portugal. Segundo a perspectiva do comentador a forma de se fazerem reformas no nosso país é “a pontapé”. A questão aqui é que parece que o TC nunca deixará qualquer governo (não apenas este) reformar o país, tendo em conta que a reforma estrutural das políticas públicas é algo essencial e que deveria ser feito o mais depressa possível, segundo o comentador.

No dia 29 de Setembro, Pedro d’Anunciação, cronista do Sol, preferiu escrever sobre a economia paralela, referindo que a mesma cresceu nos últimos anos, atingindo 25,4% do PIB. Refere ainda que, de acordo com um estudo realizado, se a economia não registada (ENR) portuguesa estivesse na média dos países da OCDE, e não fossem cobrados impostos adicionais, o défice do ano passado poderia ter sido 3,9% (um limiar que todos parecem pretender atingir nos últimos tempos). A questão segundo o cronista é: se se conhecem estes números, porque não integrar esta ENR nos circuitos normais? Talvez fosse a nossa solução!

Voltando ao Jornal de Negócios, desta vez com Joaquim Aguiar que publicou uma crónica no dia 1 de Outubro, com o tema central do ajustamento das políticas públicas portuguesas. Afirma o cronista que é necessário uma reconversão urgente das políticas públicas, e tem que se passar, de uma vez por todas, da retórica para a acção. Acrescenta ainda, que este não é problema de agora, já vem desde 1995, o que acentua ainda mais a urgência de um ajustamento.

Já Miguel Frasquilho (o qual integrou a Comissão de Reforma do IRC), do Jornal de Negócios, no dia 1 de Outubro, preferiu falar da competitividade do país e dos seus grandes problemas estruturais. Informa que a competitividade portuguesa tem vindo a decrescer, o que parece não ser grande novidade, e a única solução é uma saída calculada da situação de resgate financeiro em que nos encontramos e um regresso aos mercados. No entanto existem problemas estruturais graves, como a política fiscal, que nos moldes em que se encontra, tem vindo a condicionar o investimento, e não incentiva, de modo algum, os trabalhadores a realizarem um trabalho melhor, tendo em conta a quantidade de impostos que lhe vai ser pedida no final do mês. Há que ter em conta, que Portugal a nível competitivo, e de acordo com dados internacionais, encontra-se na posição 139º, num total de 148 países, só pior do que a competitividade portuguesa, está o endividamento, onde nos encontramos na posição 143º. Posto isto, Frasquilho defende que as reformas do IRC e do IRS são necessárias. A reforma do IRC tem estado na ordem do dia, e já é conhecida publicamente, e o economista defende que irá tornar a economia portuguesa numa das mais competitivas, considerando as várias críticas que têm sido dirigidas a esta reforma, infundadas e carregadas de ideologia, não olhando para os factos com neutralidade. Também a reforma do IRS é estritamente necessária, de forma a aliviar a carga fiscal sobre os portugueses. Outra medida essencial é a diminuição da despesa pública e a reforma do Estado, defendendo a actuação nas prestações sociais e na massa salarial (medidas não muito populares), criticando ainda os partidos da oposição e o TC por estes se oporem a estas mesmas medidas.

A nível televisivo, na Quadratura de Círculo do dia 27 de Setembro, na Sic Notícias, falou-se também das decisões do TC, afirmando Lobo Xavier que este acórdão mostra que o TC está completamente alheado da realidade constitucional. Já João Magalhães e Pacheco Pereira criticam o governo, pois são os agentes governamentais que geraram estes factos ao “porem os pés pelas mãos” com estas políticas públicas. Afirmam ainda que o governo aparenta não ter autoridade política, nem responsabilidade política, mas “o TC também tem dificultado”.

Fontes/Sites de interesse:


"The King of the world"


Susana Amador, 212277

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