Na passada quinta-feira, 5 de Dezembro de 2013, foi um dia
triste não só para a África do Sul mas também para o mundo. Faleceu Nélson
Mandela, o herói da luta contra o “Apartheid” e Prémio Nobel da Paz em 1993.
Nasceu a 18 de Julho, de etnia Xhosa e membro da tribo tembu e era advogado.
Passou 27 anos na prisão, enfrentou o regime branco racista,
tendo-se preparado em várias ocasiões para morrer, quando estava a ser julgado
para ouvir a sentença que pensava ele seria a pena de morte. Durante a sua
defesa declarou o seguinte: “Dediquei a minha vida à luta pelo povo africano.
Combati a dominação branca e combati a dominação negra. Acarinhei o ideal de
uma sociedade democrática e livre em que todos vivam em conjunto, em harmonia e
com igualdade de oportunidades. É um ideal que espero alcançar e pelo qual
espero viver. Mas, se necessário, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer”. (1)
Conseguiu a transição para a democracia, vencendo as
primeiras eleições livres em 1994, tornando-se o primeiro presidente negro da África
do Sul.
O Bloco de Esquerda prestou homenagem ao homem que ficará
para sempre na história da Humanidade, elogiando o grande exemplo que Madiba
deixou ao mundo ao ter lutado pela dignidade de todos. Foram várias as
personalidades dentro do Bloco de Esquerda que se pronunciaram face a esta
enorme perda.
José Manuel Pureza sublinhou que as convicções do ex-
presidente da África do Sul “Mudaram o mundo de racismo de “Apartheid”, de
respeito pelos direitos fundamentais de todas as pessoas”. (2)
Francisco Louça recordou Mandela dizendo que, todos o
recordariam quer pelas suas qualidades, quer pelos seus feitos “ (…) pelo seu
compromisso com a luta contra o “Apartheid”, porque mudou tudo (…) pela resistência
de uma vida inteira, porque foi tudo”. (2)
Na Assembleia da República, a deputada do Bloco de Esquerda,
Helena Pinto, lembrou que em 1987 na Assembleia das Nações Unidas, Portugal “esteve
do lado errado” ao votar contra a resolução que exigia a liberdade
incondicional de um Homem que mesmo considerado terrorista, porque, pela
liberdade e dignidade do seu povo, nunca hesitou, nem mesmo quando foi preciso
pegar em armas”. Helena Pinto referia-se ao período em que Portugal votou
contra uma resolução das Nações Unidas de 1987 que condenava o regime de “Apartheid”
e exigia a libertação de Mandela. Nesta altura o Primeiro Ministro de Portugal
era Cavaco Silva, que foi entretanto defendido pelo seu assessor na época,
Martins Cruz, que afirmou ao Expresso que
“ os votos de Portugal nas Nações Unidas e na generalidade das organizações
internacionais, não passavam pelo gabinete do Primeiro Ministro. (2)
Também a eurodeputada bloquista, Marisa Matias lembrou
Mandela dizendo que este, representa aquilo que há de melhor em todos nós. Um
dos momentos que reflectiu a sua coragem e generosidade foi “em 1964 quando se
declarou-se inocente mas, ao mesmo tempo culpado por lutar pelos Direitos Humanos,
e por ter ido contra leis injustas”. Foi dúvida uma grande lição para todos
nós.
Mandela teve “Uma
vida muito longa, sempre a lutar pela liberdade e pelo reconhecimento que não
lhe era reconhecido por parte da Comunidade internacional nomeadamente por
Thatcher, por ela reconhecido por terrorista. Por isso, foi um lutador não só
contra o regime mas, pelo reconhecimento”. Marisa Matias afirmou que todos “
Tivemos a sorte e a felicidade de viver no mundo de Mandela”. Assim a melhor
forma de homenagear o homem que lutou pela dignidade e liberdade de todos, não
é só recordá-lo é sê-lo também, devemos por isso, resistir sempre que tivermos
a injustiça pela frente, em qualquer parte do mundo. Esta é a grande lição que
devemos tirar para os dias de hoje. Num mundo onde reina a injustiça e a
corrupção. (3)
Jéssica Caetano
Fontes
1. http://expresso.sapo.pt/portugal-votou-a-favor-e-contra-mandela=f844893
[online]
2.
http://www.esquerda.net/artigo/bloco-mandela-nunca-foi-neutro-implicou-se-tomou-partido/30511.
[Online]
3.
http://www.esquerda.net/videos/tivemos-sorte-de-viver-no-mesmo-tempo-que-mandela/3051.
[Online]
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.