sábado, 7 de dezembro de 2013

Bloco de Esquerda, das origens á actualidade: opinião de Luís Fazenda.


No passado dia 28 de Novembro de 2013 recebemos no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas o Deputado Luís Fazenda, militante e fundador do Bloco de Esquerda. O nosso convidado falou-nos não só das origens e bases ideológicas do partido como também, da sua situação actual, nomeadamente o fraco desempenho do partido nas eleições autárquicas deste ano e, a actual liderança de João Semedo e Catarina Martins.
 Na sua opinião, o Bloco de Esquerda nasceu da necessidade de preencher o espaço político à esquerda que em 1998/1999 não estava preenchido. O partido surgiu num momento em que dominava o neo – capitalismo pelo que, era necessário uma força política que lutasse contra ele que do ponto de vista político, quer do ponto de vista ideológico. Nasce numa altura em que um conjunto de questões como, a eutanásia, o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não eram temas de grande reflexão em Portugal. O Bloco nasce da junção de várias faccções políticas: a UDP, PSR e o Política XXI.
A UDP, partido ao qual pertencia Luís Fazenda. Um grupo formado em 1974 por três grupos marxistas – leninistas: o comité de Apoio à Reconstrução do Partido Marxista – Leninista, os Comités Revolucionários Marxistas – Leninistas, e a Unidade Revolucionária Marxistas – Leninistas (próxima aos trotskistas). Actualmente, é uma associação política liderada por Joana Mortágua.
O Partido Socialista Revolucionário, partido ao qual pertencia Francisco Louçã, foi fundado em 1978 a partir da fusão da Liga Comunista Internacional com o Partido Revolucionário dos Trabalhadores e integrou um conjunto de militantes de várias correntes trotskistas. Extinguiu-se como partido político em 2006, transformando-se na Associação Política Socialista Revolucionária (ASPSR).  
O Partido “Política XXI ”, do qual fez parte Miguel Portas, fundado por ex-membros do PCP e do MDP/CDE. Tal como outros partidos anteriormente referidos, transformou-se numa associação política, o Fórum Manifesto, cuja identidade vai da esquerda marxista à social – democracia de esquerda.
Luís Fazenda não nos facultou apenas, as origens ideológicas do Bloco de Esquerda mas, fez também uma análise da actualidade do partido nomeadamente, a liderança bicéfala, e os maus resultados nas últimas eleições autárquicas.
Relativamente à liderança de Catarina Martins e João Semedo, o nosso convidado considerou que para a maioria dos críticos, tem de haver apenas um líder que tem de decidir tudo dentro de um partido e que, para os mesmos é difícil que essas decisões sejam tomadas por dois. No entanto, disse-nos Luís Fazenda que esta é uma liderança semelhante a outras existentes pela Europa e, o Bloco de Esquerda quis acompanhar esta evolução.
Relativamente ao novo Partido “Livre” Luís Fazenda considera que esta este não é uma ameaça para o Bloco de Esquerda. A cisão com Rui Tavares deveu-se ao facto de que este era a favor do bombardeamento na Líbia e, outros membros do BE, nomeadamente, Miguel manifestaram-se contra. Foi a partir daqui que se deu a cisão de Rui Tavares com o Bloco de Esquerda.
Na opinião de Fazenda o Partido “Livre” procura agregar várias pessoas que que sirvam de “muleta” para o Partido Socialista.                                                                                         
Confrontado pela audiência pelos maus resultados obtidos pelo partido nas últimas eleições autárquicas, Luís Fazenda justifica que tal facto se deve á fraca implementação do Partido a nível local e que algo deve ser feito nesse sentido, a fim de melhorar os resultados nas próximas eleições. Pelo contrário, há outros partidos que têm uma implementação muito mais forte a nível local, que lhe permite obter melhores resultados. A perda de Salvaterra de Magos, concretamente, deveu-se à impossibilidade de a figura política que “representava” o BE, não se ter podido recandidato. No futuro, Luiz fazenda espera que os resultados eleitorais das europeias sejam mais favoráveis para o BE, caso contrário será preciso mudar muita coisa no seio do partido. 

Jéssica Caetano

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