Na
passada quinta-feira dia 12 de Dezembro de 2013, a turma do 3º ano de Ciência
Política, recebeu o jornalista da SIC José Gomes Ferreira para contribuir com
algumas das suas reflexões sobre a economia do nosso país no âmbito da cadeira
leccionada pelo professor José Adelino Maltez, laboratório político.
A
sua intervenção foi iniciada numa chamada de atenção para a quantidade de
cidadãos independentes que não se manifestam tendo em conta o valor dos mesmos
que poderão acrescentar à nossa sociedade. Querendo assim dizer, o jornalista e
comentador económico da SIC quis apelar ao fecho do nosso sistema democrático a
pessoas independentes que querem surgir na senda política actual para ajudar a
resolver os problemas que tanto abalam Portugal.
Numa
segunda fase, fez uma apresentação biográfica transmitindo à turma que nasceu
numa terra perto de Tomar e que desde sempre sentiu dificuldades, ou de certa
forma condicionado pela vida ou rumo que queria dar a si mesmo. Citando Karl
Marx ao dizer que a super-estrutura influencia a estrutura. Na escola secundária seguiu os seus interesses desde sempre num curso relacionado com jornalismo e
turismo, brincando com os alunos dizendo que hoje em dia talvez seja algo
estranho um curso relacionar duas temáticas distintas. A sua vida académica
passou pelo nosso Instituto, ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas) na licenciatura de comunicação social porque abrangia e conferia-lhe
mais cultura geral. Momentos antes de terminar o curso arranjara trabalho na
rádio TSF, onde ficou encarregue pelo jornalismo geral e não numa área
específica. Conheceu um senhor chamado Fernando Teixeira e ambos escreveram um
livro chamado “Os informadores passivos”, falando-nos um também do seu segundo
emprego na revista de economia “Classe”, onde abordava apenas a área da
economia. Trabalhou cerca de 7 a 8 anos na TSF e na revista “Classe” e depois
foi convidado a trabalhar no jornal “O Público” permanecendo lá cerca de 2 ou 3
anos.
Hoje
em dia é jornalista e comentador de economia na estação televisiva SIC em Carnaxide.
José Gomes Ferreira comentou que a iniciativa própria tem sempre retorno na
vida das empresas, nem que seja ao fim de algum tempo. Que os indivíduos devem
sempre procurar algo para se fazer sem que o patronato lhes diga o que têm de
fazer. Contou-nos igualmente que o valor do jornalismo está na interpretação das
matérias e perceber questões simples, Como? Onde? Porquê? Para que desta forma
seja explícito ao leitor entender a informação, a notícia. Quer dizer, que
vivemos numa chamada “selva de informação” e que o jornalismo com marca é mais
fidedigno.
Todavia,
o jornalista faz uma nota muito interessante ao dizer que cada mais se convence
que comenta mais assuntos políticos do que propriamente económicos porque o
centro das decisões e opção são questões políticas. Em seguida, aconselhou os
alunos sempre que façam algum trabalho para perguntarem aos seus colegas,
pessoas mais velhas sobre o que acham do seu trabalho porque o bom senso e bom
gosto seriam dois critérios muito importantes na realização das suas reflexões
críticas, bem como reforçou a ideia de que as pessoas têm sempre uma opinião
que nos pode ajudar a melhorar.
Porém,
iniciou assim a sua explicação da dívida pública portuguesa com a alusão de uma rubrica do expresso feito por João Silvestre, “Índice Gaspar”.
Esta rubrica traduz-se num gráfico da dívida pública desde 1850 até 2010 que retrata
de forma sintética os períodos de crescimento e queda do PIB, dizendo que em
período de ditadura “O Estado Novo” foram os anos de maior estabilidade e
crescimento e que a partir do 25 de Abril de 1974 verificou-se uma maior queda
do PIB. Explicou que viveu-se em Portugal uma “Bebedeira de crédito” à qual
agora estamos em período de “ressaca”, apontando para um PIB que está nos 128%
e que a solução passaria por reduzir as despesas e gerir mais receitas, para
não haver mais défice.
A
austeridade é o resultado do acerto nas receitas e despesas para não se criar
mais dívida e desta forma o país tornar-se auto-suficiente ou sustentável.
Contudo, a austeridade não está a resultar e os seus efeitos negativos geram
cada vez mais desemprego, explicando que não havia o mercado para determinados
empregos, através da procura e daí algumas empresas terem fechado portas.
O
segundo gráfico desenhado por José Gomes Ferreira foi a Balança corrente e
capital, sob uma linha contínua zero, onde nos explicou sucintamente os
períodos de declínio do endividamento com relações exteriores. Voltando a dizer
que no pós-25 de Abril e nos sucessivos governos dos 3 maiores partidos do arco
da governação, CDS-PP, PSD e PS foram os maiores responsáveis pela abrupta
devastação e retrocesso do nosso país. Responsabilizando o período Cavaquista,
a criação e falência do banco BPN como iniciação da corrupção em Portugal. Nos
governos seguintes de António Guterres, Durão Barroso, Pedro Santana Lopes,
José Sócrates e por fim Pedro Passos Coelho igualmente responsáveis pela queda
do PIB atingindo cerca do -9%.
Por
fim, o jornalista comentou que todos os partidos têm pessoas de qualidade e que a
solução passaria por buscar a melhor matriz partidária que cada um tem. Os
Independentes estão limitados pelas razões acima descritas e que também são
bons e determinantes em algumas matérias, ou seja o sistema tem de evoluir para
aceitar os independentes a querer resolver os problemas do país.
Finalizando
a sua intervenção apelando para uma revolução de cidadania, que todos devem
estar interessados em participar e contestar os seus direitos, dando como
exemplo as empresas monopolista que precisam de concorrência para quebrar
tipos de contratos que abalam as contas das pessoas, pois não se pode permitir
que negócios e interesses individuais não tenham concorrência.
André Henrique Rodrigues
211109
Comentadores Económico-Financeiros
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