sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Relatório do convidado José Gomes Ferreira

Na passada quinta-feira dia 12 de Dezembro de 2013, a turma do 3º ano de Ciência Política, recebeu o jornalista da SIC José Gomes Ferreira para contribuir com algumas das suas reflexões sobre a economia do nosso país no âmbito da cadeira leccionada pelo professor José Adelino Maltez, laboratório político.
A sua intervenção foi iniciada numa chamada de atenção para a quantidade de cidadãos independentes que não se manifestam tendo em conta o valor dos mesmos que poderão acrescentar à nossa sociedade. Querendo assim dizer, o jornalista e comentador económico da SIC quis apelar ao fecho do nosso sistema democrático a pessoas independentes que querem surgir na senda política actual para ajudar a resolver os problemas que tanto abalam Portugal.
Numa segunda fase, fez uma apresentação biográfica transmitindo à turma que nasceu numa terra perto de Tomar e que desde sempre sentiu dificuldades, ou de certa forma condicionado pela vida ou rumo que queria dar a si mesmo. Citando Karl Marx ao dizer que a super-estrutura influencia a estrutura. Na escola secundária seguiu os seus interesses desde sempre num curso relacionado com jornalismo e turismo, brincando com os alunos dizendo que hoje em dia talvez seja algo estranho um curso relacionar duas temáticas distintas. A sua vida académica passou pelo nosso Instituto, ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas) na licenciatura de comunicação social porque abrangia e conferia-lhe mais cultura geral. Momentos antes de terminar o curso arranjara trabalho na rádio TSF, onde ficou encarregue pelo jornalismo geral e não numa área específica. Conheceu um senhor chamado Fernando Teixeira e ambos escreveram um livro chamado “Os informadores passivos”, falando-nos um também do seu segundo emprego na revista de economia “Classe”, onde abordava apenas a área da economia. Trabalhou cerca de 7 a 8 anos na TSF e na revista “Classe” e depois foi convidado a trabalhar no jornal “O Público” permanecendo lá cerca de 2 ou 3 anos.
Hoje em dia é jornalista e comentador de economia na estação televisiva SIC em Carnaxide. José Gomes Ferreira comentou que a iniciativa própria tem sempre retorno na vida das empresas, nem que seja ao fim de algum tempo. Que os indivíduos devem sempre procurar algo para se fazer sem que o patronato lhes diga o que têm de fazer. Contou-nos igualmente que o valor do jornalismo está na interpretação das matérias e perceber questões simples, Como? Onde? Porquê? Para que desta forma seja explícito ao leitor entender a informação, a notícia. Quer dizer, que vivemos numa chamada “selva de informação” e que o jornalismo com marca é mais fidedigno.
Todavia, o jornalista faz uma nota muito interessante ao dizer que cada mais se convence que comenta mais assuntos políticos do que propriamente económicos porque o centro das decisões e opção são questões políticas. Em seguida, aconselhou os alunos sempre que façam algum trabalho para perguntarem aos seus colegas, pessoas mais velhas sobre o que acham do seu trabalho porque o bom senso e bom gosto seriam dois critérios muito importantes na realização das suas reflexões críticas, bem como reforçou a ideia de que as pessoas têm sempre uma opinião que nos pode ajudar a melhorar.
Porém, iniciou assim a sua explicação da dívida pública portuguesa com a alusão de uma rubrica do expresso feito por João Silvestre, “Índice Gaspar”.
Esta rubrica traduz-se num gráfico da dívida pública desde 1850 até 2010 que retrata de forma sintética os períodos de crescimento e queda do PIB, dizendo que em período de ditadura “O Estado Novo” foram os anos de maior estabilidade e crescimento e que a partir do 25 de Abril de 1974 verificou-se uma maior queda do PIB. Explicou que viveu-se em Portugal uma “Bebedeira de crédito” à qual agora estamos em período de “ressaca”, apontando para um PIB que está nos 128% e que a solução passaria por reduzir as despesas e gerir mais receitas, para não haver mais défice.
A austeridade é o resultado do acerto nas receitas e despesas para não se criar mais dívida e desta forma o país tornar-se auto-suficiente ou sustentável. Contudo, a austeridade não está a resultar e os seus efeitos negativos geram cada vez mais desemprego, explicando que não havia o mercado para determinados empregos, através da procura e daí algumas empresas terem fechado portas.
O segundo gráfico desenhado por José Gomes Ferreira foi a Balança corrente e capital, sob uma linha contínua zero, onde nos explicou sucintamente os períodos de declínio do endividamento com relações exteriores. Voltando a dizer que no pós-25 de Abril e nos sucessivos governos dos 3 maiores partidos do arco da governação, CDS-PP, PSD e PS foram os maiores responsáveis pela abrupta devastação e retrocesso do nosso país. Responsabilizando o período Cavaquista, a criação e falência do banco BPN como iniciação da corrupção em Portugal. Nos governos seguintes de António Guterres, Durão Barroso, Pedro Santana Lopes, José Sócrates e por fim Pedro Passos Coelho igualmente responsáveis pela queda do PIB atingindo cerca do -9%.
Por fim, o jornalista comentou que todos os partidos têm pessoas de qualidade e que a solução passaria por buscar a melhor matriz partidária que cada um tem. Os Independentes estão limitados pelas razões acima descritas e que também são bons e determinantes em algumas matérias, ou seja o sistema tem de evoluir para aceitar os independentes a querer resolver os problemas do país.
Finalizando a sua intervenção apelando para uma revolução de cidadania, que todos devem estar interessados em participar e contestar os seus direitos, dando como exemplo as empresas monopolista que precisam de concorrência para quebrar tipos de contratos que abalam as contas das pessoas, pois não se pode permitir que negócios e interesses individuais não tenham concorrência.


André Henrique Rodrigues
211109

Comentadores Económico-Financeiros


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