Desde o início que o Bloco de Esquerda considerou o
Orçamento do Estado para 2014 injusto, desigual e que em nada contribuía para
uma melhoria da qualidade de vida dos portugueses e para a saída da crise bem
pelo contrário, apenas para o seu agravamento.
Através de apelos ao Presidente da República para solicitar
a fiscalização preventiva da constitucionalidade do OE, através da apresentação
de propostas alternativas às do Governo, através da participação de acções de
protesto, o Bloco de Esquerda sempre se manifestou contra este Orçamento.
Cavaco Silva quer por vontade própria, por pedido do Bloco
de Esquerda, ou por pressão de Mário Soares, decidiu pedir ao TC a fiscalização
preventiva da constitucionalidade do regime de pensões entre o sector publico e
o sector privado, que reduz cerca de 10% das pensões superiores. Apesar de este
diploma salvaguardar o valor bruto das pensões de aposentação, reforma,
invalidez e sobrevivências pagas pela CGA não fica abaixo dos 600€. (1)
Uma atitude que agradou ao Bloco de Esquerda e que já tinha
pedido há muito tempo. No entanto o Bloco, considera que outras medidas
deveriam mereciam a fiscalização do TC como, os cortes nos salários e nos
complementos das pensões e a contribuição extraordinária de solidariedade. Isto
porque, este Governo já provou que não se dá bem com a Constituição mas, tem de
perceber que Portugal é um Estado de direito democrático com uma Constituição
que deve ser respeitada. (2)
No passado dia 26 de Janeiro, o pior aconteceu e o Orçamento
do Estado para 2014 foi aprovado pelos partidos do Governo. O Bloco de
Esquerda, tal como todos os outros partidos da oposição votou contra,
manifestando-se defensor da Constituição e tudo fez para que, para que os portugueses
não sofressem mais austeridade no próximo ano.
Durante o debate o Bloco acusou de estas políticas do
Governo ser uma política do “ Faz de conta”. “Faz de conta” que as coisas estão
a correr bem para Portugal, o que não é verdade pois desde o início que as
metas orçamentais falharam, tendo a dívida pública aumentado 20 mil milhões de
euros acima das previsões.
Desde a chegada da troika que aquilo que se verifica é um
país cada vez mais pobre, desigual, um aumento da emigração. Um país onde não
há espaço para os jovens, quer no mercado de trabalho, quer na escola. Um país
onde os mais velhos têm de escolher entre ter uma refeição e ter medicamentos. (3)
Aquilo que este Governo sempre procurou foi acabar com
aquilo que é público e de todos, beneficiando os privados: “ Há 500.000 pessoas
sem subsídio de desemprego, mas pagamos 1.645 milhões para as PPP. O Governo
critica as PPP mas alarga o seu modelo a vários sectores da Sociedade. Através
por exemplo do cheque ensino, a proposta de entrega da saúde aos privados, a proposta
da entrega da saúde aos privados, a proposta e concessão dos transportes
públicos ao privado. O Governo é sempre um momento de escolhas e a escolha
deste Governo é a entrega ao privado daquilo que é público ao privado”. (4)
Um país em que os mais pobres pagam a dívida e os mais ricos
são poupados e continuam ainda mais ricos. Ainda assim o Bloco de Esquerda
continuará a defender os portugueses e a Constituição, através da apresentação
de propostas alternativas, nas ruas junto daqueles que protestam e tentam lutar
por uma melhor qualidade de vida que lhes tem sido roubada.
Jéssica CaetanoFontes
1. Presidente da República envia convergência das
pensões para o Tribunal Constitucional.
2. Jornal de
Negócios . [Online]
3. Esquerda.net . http://www.esquerda.net/artigo/%E2%80%9C-alternativas-de-equidade-n%C3%A3o-interessam-%C3%A0-maioria-da-direita%E2%80%9D/30375.
[Online]
4. Esquerda.net. http://www.esquerda.net/videos.
[Online]
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.