Desde o início da sua criação que
o Governo de coligação apresenta vários problemas em obter consensos quanto à
tomada de decisões. O PSD como partido e Passos Coelho como Primeiro-ministro complicaram
a imposição de medidas propostas pelo CDS que, principalmente após o começo de
questões relativamente ao Orçamento de Estado para 2014, apresenta diferentes
opiniões, onde se denota a tensão dirigida à acção do partido da maioria.
Já
há algum tempo que os governos de coligação têm vindo a ser alvos de discórdia,
quer envolvam o PS ou o PSD. Em 2012, Santana Lopes foi um dos políticos que
alertou para as possíveis dificuldades patentes num Governo PSD-CDS, quando
referiu que “uma situação tão difícil como a que os portugueses têm
vivido merecia que o Governo estivesse coeso na condução dos destinos do país”[1],
chamando a atenção para a eventual possibilidade da coligação se verificar
insustentável.
Um
problema de antes e de agora consiste na liderança partidária do CDS. Tal como
em 2012, actualmente, apesar de Passos Coelho afirmar que não existem cisões no
seio do Grupo Parlamentar, Paulo Portas desmente-o com as suas declarações
públicas. Vários membros do CDS têm uma opinião divergente da apresentada pelo
PSD e várias questões foram levantadas quanto à estratégia a ser tomada e também
quanto à forma como irão ser levadas a cabo as próximas eleições legislativas e
europeias.
Para
as eleições europeias, Pedro Pestana Bastos, por exemplo, refere que o CDS deve
apresentar uma lista “própria”[2]
liderada pelos eurodeputados Diogo Feio e Nuno Melo, enquanto o líder do
PSD-Lisboa, Mauro Xavier, argumenta que não quer que o seu partido continue a
ser uma “barriga de aluguer”[3],
denotando-se uma vontade geral, da parte dos dois partidos, em não conduzir uma
candidatura conjunta.
Pacheco
Pereira, ex-dirigente do PSD, é autor de muitas críticas quanto ao Governo e
aborda o seu exercício de funções de maneira muito negativa. A sua opinião,
relativamente ao Orçamento de Estado para 2014, é a de que “a vida decente de
milhões de pessoas é entendida como um custo que se deve poupar”[4]
por Passos Coelho e pela maioria parlamentar, apesar das modificações inerentes
aos cortes salariais.
Inês Salen (212814)
[1] Sol: O conflito PSD-CDS e a possibilidade do fim
da coligação, in http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=61456&opiniao=Opini%E3o
(consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 21h32min)
[2] Sol: PSD e CDS trocam acusações, in http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=92741
(consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 21h46min)
[3] Idem
[4] Sol: Pacheco Pereira faz crítica cerrada a Passos
e avisa que está ao ataque, in http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=93101
(consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 21h58min)
[5] Jornal
I: “A violência está à porta”, diz Mário
Soares, in http://www.ionline.pt/artigos/portugal/violencia-esta-porta-diz-mario-soares/pag/1
(consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 22h06min)
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