sábado, 23 de novembro de 2013

Divergências dentro do Grupo Parlamentar PSD-CDS/PP

                   Desde o início da sua criação que o Governo de coligação apresenta vários problemas em obter consensos quanto à tomada de decisões. O PSD como partido e Passos Coelho como Primeiro-ministro complicaram a imposição de medidas propostas pelo CDS que, principalmente após o começo de questões relativamente ao Orçamento de Estado para 2014, apresenta diferentes opiniões, onde se denota a tensão dirigida à acção do partido da maioria.

                Já há algum tempo que os governos de coligação têm vindo a ser alvos de discórdia, quer envolvam o PS ou o PSD. Em 2012, Santana Lopes foi um dos políticos que alertou para as possíveis dificuldades patentes num Governo PSD-CDS, quando referiu que “uma situação tão difícil como a que os portugueses têm vivido merecia que o Governo estivesse coeso na condução dos destinos do país”[1], chamando a atenção para a eventual possibilidade da coligação se verificar insustentável.

                Um problema de antes e de agora consiste na liderança partidária do CDS. Tal como em 2012, actualmente, apesar de Passos Coelho afirmar que não existem cisões no seio do Grupo Parlamentar, Paulo Portas desmente-o com as suas declarações públicas. Vários membros do CDS têm uma opinião divergente da apresentada pelo PSD e várias questões foram levantadas quanto à estratégia a ser tomada e também quanto à forma como irão ser levadas a cabo as próximas eleições legislativas e europeias.

                Para as eleições europeias, Pedro Pestana Bastos, por exemplo, refere que o CDS deve apresentar uma lista “própria”[2] liderada pelos eurodeputados Diogo Feio e Nuno Melo, enquanto o líder do PSD-Lisboa, Mauro Xavier, argumenta que não quer que o seu partido continue a ser uma “barriga de aluguer”[3], denotando-se uma vontade geral, da parte dos dois partidos, em não conduzir uma candidatura conjunta.

                Pacheco Pereira, ex-dirigente do PSD, é autor de muitas críticas quanto ao Governo e aborda o seu exercício de funções de maneira muito negativa. A sua opinião, relativamente ao Orçamento de Estado para 2014, é a de que “a vida decente de milhões de pessoas é entendida como um custo que se deve poupar”[4] por Passos Coelho e pela maioria parlamentar, apesar das modificações inerentes aos cortes salariais.

                Observando a acção governativa no geral, não são poucas as personalidades que realizam prognósticos quanto ao desenrolar de acontecimentos políticos. Mários Soares, tendo em conta a actual situação do País, declarou que a “violência está à porta”[5], existindo um grande aumento da criminalidade no futuro.


Inês Salen (212814)




[1] Sol: O conflito PSD-CDS e a possibilidade do fim da coligação, in http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interior.aspx?content_id=61456&opiniao=Opini%E3o (consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 21h32min)
[2] Sol: PSD e CDS trocam acusações, in http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=92741 (consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 21h46min)
[3] Idem
[4] Sol: Pacheco Pereira faz crítica cerrada a Passos e avisa que está ao ataque, in http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=93101 (consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 21h58min)
[5] Jornal I: “A violência está à porta”, diz Mário Soares, in http://www.ionline.pt/artigos/portugal/violencia-esta-porta-diz-mario-soares/pag/1 (consultado no dia 23 de Novembro de 2013 às 22h06min)

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