sábado, 23 de novembro de 2013

A Europa verde

Apesar de ter tudo começado da aspiração de um grupo de ecologistas - United Tasmanian Group - no sudeste da Tasmânia, em 1972, ‘Os Verdes’ espalharam-se por todo o mundo. E a Europa não foi excepção.

Começando esta viagem pela Europa pela nossa vizinha Espanha, ‘Os Verdes’ (Los Verdes, em castelhano) foram fundados em Junho de 1984 com a iniciativa do Manifesto de Tenerife de 1983. Apesar da sua formalização enquanto partido político, distinguem-se várias organizações independentes entre si, nomeadamente os Los Verdes enquanto confederação que engloba a maioria dos partidos ecologistas e que tem presença em praticamente toda a Espanha, a Iniciativa per Catalunya Verds, os Los Verdes - Grupo Verde que não têm representação parlamentar e Os Verdes, integrados na Esquerda Unida e na Iniciativa per Catalunya Verds ainda sem deputado próprio.

E não se pode falar de Espanha sem mencionar a Catalunha. Neste sentido, a Iniciativa per Catalunya Verds (ICV) é um partido político ecologista de origem Catalá cujas influências ideológicas provêm do comunismo e do eco-socialismo. Fundada a 22 de Fevereiro de 1987 e, com sede em Barcelona, autodenomina-se como um partido eco-socialista, cuja ideologia está resumida no livro “O manifesto ecossocialista". De acordo com este livro, o feminismo e a liberdade dos povos europeus (tal como o País Basco ou a própria Catalunha) são dois movimentos a defenderem-se seriamente. É uma ideologia que se apresenta como uma renovação da esquerda contra o comunismo tal como praticado por Margaret Thatcher e Ronald Reagan, mas também contra a social-democracia, uma vez que esta não responde aos problemas não só ambientais como sociais.
Em França, os Les Verts tornaram-se um partido em 1984 enquanto partido político de centro-esquerda e de esquerda ecológica, após os movimentos ecológicos dos anos 60. O seu primeiro candidato foi René Dumont, nas presidenciais de 1974. Volvidos 13 anos após formalização partidária, ‘Os Verdes’ franceses conseguem uma participação no governo da "esquerda plural" com Jospin. Actualmente, os seus filiados rondam os 9,1 mil.
Na Alemanha, Bündnis 90/Die Grünen (Aliança '90/Os Verdes, traduzido para português) são um partido político desde 13 de Janeiro 1980. Este surgiu da luta contra a energia nuclear, sobretudo em Baden-Württemberg. A sua expressão eleitoral em 2011 figurava a a nível federal (nacional) o terceiro lugar entre todos os partidos representados, a seguir ao CDU/CSU e do SPD

E, apesar de ser o mesmo partido, este tem raízes diferentes. Enquanto na Alemanha Ocidental, a sua origem destaca os movimentos ecologistas cujo desenvolvimento levou à fundação na antiga RFA, do partido Die Grünen, em 1980; na Alemanha Oriental, a antiga RDA, foram os movimentos cívicos de resistência ao regime comunista que desenvolveram fortes vínculos com o Die Grünen. Após a reunificação alemã, ambas as correntes juntaram-se e acabam por se conseguir afirmar a nível federal com um partido minoritário mas estável. Em 1998, conquistaram um governo de coligação com o SPD, com o o chanceler Gerhard Schröder e o Vice Chanceler (e Ministro dos Negócios Estrangeiros) Joschka Fischer. Desde a derrota eleitoral desta coligação em 2005 e o advento de uma coligação centro-direita chefiada por Angela Merkel, a Aliança 90/Os Verdes desempenha um papel de fortemente activo enquanto oposição, a nível federal. Este partido teve ainda um decisivo impacto sobre a catástrofe nuclear em Fukushima em que contribui para o encerramento das centrais nucleares alemãs, até 2022. Presente em todos os parlamentos estaduais e em seis governos estaduais, este partido defensor de uma ecologia política e de uma democracia das bases, consagra 59505 membros (dados de 9-11-2012)

No Norte da Europa, a Irlanda e a Finlândia consagram-se como duas realidades diferentes, apesar da mesma ideologia.

Na Irlanda, os Comhaontas Glas;  foram fundados enquanto Partido Ecologista em 1981, em Dublin pelo professor Christopher Fettes. O partido tornou-se Aliança Verde em 1983 tendo sido  renomeado para a sua actual designação, em 1987. Tendo em conta que a República da Irlanda e a Irlanda do Norte têm sistemas de representação proporcional com o voto único transferível, esta realidade contribui para que os pequenos partidos tenham mais oportunidade de ganhar representação. É o caso do Partido Ecologista irlandês. A 14 de Junho de 2007, na sequência das negociações que chegaram a acordo sobre um programa de Governo, o Partido Verde integra o Governo com o Fianna Fáil (Soldados da Irlanda - Partido Republicano) e o Partido Democrata Progressista. Neste país, Os Verdes são o segundo maior partido, depois do Partido Republicano (Sinn Féin).

Já na Finlândia, a Aliança dos Verdes - Vihreä liitto, em finlandês - é um partido ecologista fundado desde 1987 e cujo presidente é Ville Niinistö. É um forte defensor da igualdade, liberdade, desenvolvimento sustentável em que a democracia prevalece sobre o capital e em que o Estado-social bem como a solidariedade no mundo devem ser reformados. Lê-se também no seu site oficial que um dos seus objectivos é “libertar a humanidade da guerra, opressão, miséria e desigualdade”. No que diz respeito aos resultados eleitorais, nas eleições legislativas de 2011, este partido conquistou 212 837 votos (7,2%), tendo ganho 10 lugares no Edskunta (Parlamento, traduzido para português).
Adriana Correia

Fontes
http://www.greenparty.ie/ visitado às 18h50 de 23-11-2013
www.iniciativa.cat visitado às 18h30 de 23-11-2013
http://www.partidoverde.org.mx/pvem/ visitado às 18h40 de 23-11-2013
http://www.greens-efa.eu/ visitado às 18h55 de 23-11-2013
www.degrona.fi visitado às 18h12 de 23-11-2013
www.gruene.de visitado às 19h05 de 23-11-2013
http://lesverts.fr/ visitado às 19h09 de 23-11-2013

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