sábado, 23 de novembro de 2013

Alternativa ecologista

A ecologia como concepção política contribui para o desenvolvimento de uma nova perspectiva do mundo e sobre a sua própria organização. Ao construir uma dependência com a política enquanto componente da Natureza, o respeito e a salvaguarda pelos organismos naturais assumem-se, assim, como um dos “princípios básicos orientadores da concepção e acção política ecológica”.

A promoção do eco-desenvolvimento é um objectivo da ecologia política. É preciso perceber que não há justiça ambiental sem justiça social e é a partir dessa convicção que só é possível melhorar a vida dos seres humanos, se os recursos naturais estiverem disponíveis e se estiverem distribuídos por todos de forma equitativa. Assim, ao assegurar direitos e necessidades básicas, a todos os cidadãos, estes fazem parte do próprio desenvolvimento da sociedade que compõem.

O eco-desenvolvimento pressupõe a existência de uma economia ajustada à tolerância da própria Natureza. Isto resulta na garantia da renovação dos recursos, na preservação dos elementos essenciais à vida ou na sustentabilidade da sua utilização, numa  produção ligada às necessidades. Isto só é possível através da solidariedade de todos os cidadãos e não através de uma pequena minoria uma vez que este último grupo, inevitavelmente, procura seguir os seus interesses e a maximização dos seus lucros como objectivos, mesmo que para alcançar ou manter privilégios tenha de explorar o ser humano ou a Natureza.

Mas essa solidariedade não deve existir apenas entre a presente geração. O não compremetimento das gerações futuras integra o conceito de desenvolvimento sustentável que é um dos princípios basilares do eco-desenvolvimento. As garantias passam pela regeneração dos recursos renováveis, pela racionalização da utilização dos recursos não renováveis, pela utilização eficiente dos recursos naturais para as actividades humanas, bem como pela equidade na repartição de recursos e de riquezas entre membros de uma sociedade e entre gerações futuras.

Os modelos liberais e neo-liberais, presentes em todo o mundo, já deram provas suficientes da sua incapacidade para garantir não só a preservação da Natureza como também para promover o bem estar da espécie humana. E não são as reformas pontuais que conseguem alterar os principais objectivos do liberalismo e do neo-liberalismo. É preciso outra forma de estar no mundo, outra organização económica, social, ambiental e política. É preciso dar outras respostas aos problemas que confrontam diariamente todos nós. Os modelos liberais e neo-liberais têm resultado na crescente produção e consumo intensivo e descontrolado, destruindo os recursos naturais do planeta. E a riqueza daí proveniente apenas tem um caminho: as mãos de uma pequena minoria. E a pobreza aumenta.

O crescimento económico a qualquer preço, entendido como um fim em si mesmo e não como um meio para alcançar o bem-estar das populações, torna-se um mecanismo para o sofrimento humano bem como para a promoção de injustiças sociais e para a negação da democratização das sociedades, enquanto acontece paralelamente um desgaste ambiental. Apesar da economia ao serviço do bem-estar geral e da preservação do ambiente não ser uma realidade, estes danos não só ambientais como sociais acima mencionados são considerados ainda ‘economicamente ineficientes’ para estes modelos.

Ao nível internacional, o eco-desenvolvimento assume também a não-violência, rejeitando qualquer tipo de agressão sobre os seres humanos. Quer a resolução pacífica dos conflitos quer a cooperação entre Estados, no respeito pelos direitos humanos, asseguram a base da segurança internacional. A educação torna-se fulcral para o desenvolvimento desta alternativa ecologista, através dos vários agentes de socialização.
Adriana Correia

Fonte

http://www.osverdes.pt/pages/partido---programa/introducao-alternativa-ecologista.php#sthash.uJ3pktOy.dpuf 17h28/08 Out 13

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