A ecologia como concepção política contribui para o
desenvolvimento de uma nova perspectiva do mundo e sobre a sua própria organização.
Ao construir uma dependência com a política enquanto componente da Natureza, o
respeito e a salvaguarda pelos organismos naturais assumem-se, assim, como um
dos “princípios básicos orientadores da concepção e acção política ecológica”.
A promoção do eco-desenvolvimento é um objectivo da
ecologia política. É preciso perceber que não há justiça ambiental sem justiça
social e é a partir dessa convicção que só é possível melhorar a vida dos seres
humanos, se os recursos naturais estiverem disponíveis e se estiverem
distribuídos por todos de forma equitativa. Assim, ao assegurar direitos e
necessidades básicas, a todos os cidadãos, estes fazem parte do próprio
desenvolvimento da sociedade que compõem.
O eco-desenvolvimento pressupõe a existência de uma
economia ajustada à tolerância da própria Natureza. Isto resulta na garantia da
renovação dos recursos, na preservação dos elementos essenciais à vida ou na
sustentabilidade da sua utilização, numa produção ligada às necessidades. Isto só é
possível através da solidariedade de todos os cidadãos e não através de uma
pequena minoria uma vez que este último grupo, inevitavelmente, procura seguir
os seus interesses e a maximização dos seus lucros como objectivos, mesmo que
para alcançar ou manter privilégios tenha de explorar o ser humano ou a
Natureza.
Mas essa solidariedade não deve existir apenas entre a
presente geração. O não compremetimento das gerações futuras integra o conceito
de desenvolvimento sustentável que é um dos princípios basilares do
eco-desenvolvimento. As garantias passam pela regeneração dos recursos
renováveis, pela racionalização da utilização dos recursos não renováveis, pela
utilização eficiente dos recursos naturais para as actividades humanas, bem
como pela equidade na repartição de recursos e de riquezas entre membros de uma
sociedade e entre gerações futuras.
Os modelos liberais e neo-liberais, presentes em todo
o mundo, já deram provas suficientes da sua incapacidade para garantir não só a
preservação da Natureza como também para promover o bem estar da espécie
humana. E não são as reformas pontuais que conseguem alterar os principais objectivos
do liberalismo e do neo-liberalismo. É preciso outra forma de estar no mundo,
outra organização económica, social, ambiental e política. É preciso dar outras
respostas aos problemas que confrontam diariamente todos nós. Os modelos
liberais e neo-liberais têm resultado na crescente produção e consumo intensivo
e descontrolado, destruindo os recursos naturais do planeta. E a riqueza daí
proveniente apenas tem um caminho: as mãos de uma pequena minoria. E a pobreza
aumenta.
O crescimento económico a qualquer preço, entendido
como um fim em si mesmo e não como um meio para alcançar o bem-estar das populações,
torna-se um mecanismo para o sofrimento humano bem como para a promoção de
injustiças sociais e para a negação da democratização das sociedades, enquanto
acontece paralelamente um desgaste ambiental. Apesar da economia ao serviço do
bem-estar geral e da preservação do ambiente não ser uma realidade, estes danos
não só ambientais como sociais acima mencionados são considerados ainda ‘economicamente
ineficientes’ para estes modelos.
Ao nível internacional, o eco-desenvolvimento assume também
a não-violência, rejeitando qualquer tipo de agressão sobre os seres humanos.
Quer a resolução pacífica dos conflitos quer a cooperação entre Estados, no respeito
pelos direitos humanos, asseguram a base da segurança internacional. A educação
torna-se fulcral para o desenvolvimento desta alternativa ecologista, através
dos vários agentes de socialização.
Adriana Correia
Fonte
http://www.osverdes.pt/pages/partido---programa/introducao-alternativa-ecologista.php#sthash.uJ3pktOy.dpuf
17h28/08 Out 13
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.