A Maçonaria
não possui leis gerais, não é uma religião, pelo que não apresenta dogmas que
obriguem ao seguimento pelos seus membros. Tudo isto, não implica contudo, que
esta instituição não seja regida por um conjunto de princípios básicos aceites
por todos os Maçons em qualquer parte
do mundo. É nesta aceitação que vigora o carácter universal da irmandade, não
havendo no entanto, uma centralidade de pensamento e de acção da ordem
maçónica. 1
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Símbolos Maçónicos (acedido em http://www.redeto.com.) |
Os aspectos que marcam a
universalidade deste fenómeno são os seus símbolos, considerados como uma “ciência
exacta e sagrada”. A meditação que se faz em torno dos mesmos assume-se como um
autêntico ritual e cada um deles apresenta uma pluralidade de sentidos que se
harmonizam e que se completam. 2
Em título de exemplo, identificam-se vários símbolos maçónicos únicos e com
significado próprio:
· A Acácia -
é a planta símbolo por excelência da Maçonaria,
que representa a segurança, a clareza, a inocência ou a pureza. É um símbolo da
verdadeira Iniciação para uma nova vida, da ressurreição para uma vida futura.
· O Avental –
é o símbolo do trabalho maçónico. É de pele e branco para os aprendizes e
companheiros e branco orlado de vermelho ou azul celeste (de acordo com a
potência da loja simbólica ou com o Rito praticado) para os mestres.
· O Cinzel –
é o símbolo da força e da tenacidade, do discernimento, dos conhecimentos
adquiridos e das decisões tomadas. É inseparável do malhete.
· O Malhete –
é um pequeno martelo, que simboliza a vontade activa do trabalho e da força
material. É um instrumento de direcção, de poder e de autoridade.
·
As
Colunas – são o símbolo dos limites do mundo criado, da vida
e da morte, do elemento masculino e do elemento feminino, do activo e do
passivo.
· O Compasso -
é o símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio e
também do relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto). Os
círculos traçados com o compasso representam as lojas.
·
O
Esquadro - é o símbolo da rectidão e também da ação do Homem
sobre a matéria e da ação do Homem sobre si mesmo. Emite a ideia da imparcialidade
e da precisão de carácter, de moralidade.
·
A
Régua – é o símbolo da rectidão, do método, da lei e do
aperfeiçoamento em toda a construção.
·
A
Estrela de Cinco Pontas – é o símbolo que representa o homem
nos seus cinco aspectos: físico, emocional, mental, intuitivo e espiritual. É o
emblema da paz, do bom acolhimento e da amizade fraternal. É o símbolo do Homem
Perfeito, da Humanidade plena entre Pai e Filho, que enaltece também o
feminismo uma vez que representa a Deusa Vénus.
· A Letra G – é
um símbolo com várias interpretações, sendo a de gnose a mais generalizada (é o mais amplo conhecimento moral, o
impulso que leva o homem a aprender sempre mais e que é o principal factor do
progresso). Pode também simbolizar a palavra God (Deus em inglês) que para os maçons é o Grande Arquitecto do Universo.
- O Delta – é o triângulo luminoso, símbolo da força. Está presente em vários Ritos.
· A Corda de nós -
simboliza a união fraterna entre os maçons.
O número de nós na corda varia consoante o Rito praticado.
- O
Fio-de-prumo – é o símbolo da profundidade do
conhecimento e da sua rectidão.
· A Lua -
simboliza a vida e a saúde. É o símbolo da instabilidade, da mudança, da
imaginação e da sensibilidade.
- O
Sol – é o símbolo da vida, da saúde, do equilíbrio e
da força.
·
O
Nível – é o símbolo da igualdade social e da serenidade
imparcial do juízo. Representa também a justiça para com os semelhantes.
·
A
Pedra Bruta – é o símbolo das imperfeições e do
espirito que o maçon deve procurar
corrigir, da liberdade total do aprendiz.
- A Pedra
Cúbica – é o símbolo da obra-prima que o aprendiz deve realizar.
·
O Templo – representa o
coração humano. É o símbolo da construção maçónica por excelência, da paz
profunda para que caminham todos os maçons.
· OS Três Pontos – são o símbolo com várias
interpretações: luz, trevas e tempo, nascimento, vida e morte, sabedoria, força
e beleza, liberdade, igualdade e fraternidade.
·
O Triângulo - com o olho no meio
simboliza o Sol, a expressão visível de Deus, que emana a luz e a vida.
· O Pavimento Mosaico -
chão de xadrez preto e branco, com que devem ser revestidos os templos. É o símbolo
da diversidade, da oposição dos contrários, do bem e do mal, do espírito e do
corpo, da luz e das trevas.
· A Romã –
é o símbolo da unidade entre os maçons,
separados na sua individualidade e personalidade mas unidos por um ideal comum.
· A Esfera –
representa o símbolo da universalidade.
· A Espada –
é o símbolo do verbo, isto é do pensamento activo transmitido pelo iniciado.
· As Janelas –
são o símbolo das três portas do templo de Salomão colocadas a Oriente, a
Ocidente e a Sul.
· O Olho –
é o símbolo do sol visível, da fonte de luz e de vida. É também o símbolo do
princípio criador, de Deus para os crentes.
· O Pentalfa –
é a figura formada por cinco triângulos. É o símbolo da paz, da amizade, da
sabedoria e da perfeição. Cf. Estrela flamejante. 3
Os símbolos maçónicos são um dos
últimos compêndios da sabedoria primordial, transmitidos de geração em geração
e guardados ao longo dos séculos. A plenitude de compreensão destes mesmos
símbolos depende apenas do iniciado. Contudo, a importância dada ao simbolismo
tem sofrido um descrédito no seu significado devido às preocupações de
carácter exotérico e profano que se têm verificado ao longo dos tempos na Maçonaria nacional e na de outros países. 4
Ana
Cristina Santos
Fontes:
1
– MARQUES, A.H. DE OLIVEIRA – A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo.
Publicações Dom Quixote 1975. Consultado a 10 de Outubro de 2013, pelas 21h
2-
CARVALHO, ANTÓNIO CARLOS – Para a história da MAÇONARIA em Portugal 1913-1935.
Editorial Vega 1976. Consultado a 10 de Outubro de 2013, pelas 22h
3
– Maçonaria em Portugal. Simbologia Maçónica - Símbolos Maçónicos - Maçonaria
Portuguesa. Acedido em http://www.maconariaportugal.com,
no dia 11 de Outubro de 2013, pelas 16h
4
- CARVALHO, ANTÓNIO CARLOS – Para a história da MAÇONARIA em Portugal
1913-1935. Editorial Vega 1976. Consultado a 11 de Outubro de 2013, pelas 17h
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