quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Orçamento e os danos colaterais

Como habitual têm se analisado os comentários proferidos por António Lobo Xavier, no programa Quadratura do Círculo na Sic Notícias. Na sua frequente análise semanal, foi abordado como principal assunto o Orçamento de Estado, e os danos colaterais que advém do documento.
Na sua primeira abordagem analisa o facto que de certa forma existe uma continuidade com as políticas de Gaspar. Apesar do falhanço que o próprio admitiu na sua carta de “despedida”. Na perspectiva do comentador a reforma/remodelação profunda do Estado não vai ocorrer nesta legislatura. E nem mesmo como o próprio refere, que essa tarefa passasse somente pelas mãos de Paulo Portas de delinear um plano para remodelar a Administração Pública. Vê este Orçamento como consequência do falhanço de Gaspar, assim de como todos aqueles que participaram na prossecução desta política. Não se sente surpreendido com o que está no documento no seu conjunto, apesar de considerá-lo decepcionante.
O comentador é da opinião que se deveria ter feito um plano bem delineado sobre os cortes, no sentido do que deve ser extinto, remodelado, fundido, etc. Contudo, no seu ponto de vista esse plano detalhado e rigoroso nunca existiu, por esse mesmo facto é que a única forma que o executivo encontrou foi de cortar nos agregados da despesa, onde se encontram as prestações sociais, os salários, no fundo o conjunto de medidas que são conhecidas.
No que diz respeito às entidades internacionais imputa-lhes também responsabilidades, visto que as medidas de austeridade estão a causar danos profundos na economia portuguesa, dificultando a própria correcção dos desequilíbrios existentes na sociedade.
Afirmando mesmo que apesar dos erros do executivo, a grande fatia de responsabilização é devido a uma política determinada internacional.
 As instâncias internacionais não estão dispostas a ceder, apesar de estarem cientes que as metas a alcançar não estão a ser conseguidas. Partilha da opinião que o Primeiro-Ministro tinha a expectativa de conseguir sensibilizar a Troika, só que rapidamente esse desejo foi defraudado. António Lobo Xavier diz mesmo :” Reconheço que há coisas falhadas, a condução de uma política errónea. Mas outro Governo teria as mesmas dificuldades e o caminho a seguir não seria diferente (…) Mesmo um governo de sábios não chegava lá, porque era necessário a ajuda do estrangeiro”.

O comentador é da opinião que de certa forma o Governo seguiu um pensamento ideológico Anglo-Saxónico, numa crença de poder existir uma destruição-criadora. Ou seja, que inicialmente produzisse efeitos devastadores para certos sectores e para a economia, mas que a longo prazo iria emergir um crescimento.
Caracteriza este momento de Portugal como de sofrimento, mas algo que já esperava :”Nunca esperei que pudesse sofrer menos danos que estes, em termos gerais. Estamos a sofrer menos que a Grécia. Claro que deploro este sofrimento, mas nunca pensei que pudesse passar sem ele”.
No seu ponto de vista o Partido Socialista está a vender a ideia que este caminho é substituível por outro, no sentido de rejeitar a austeridade e de promover o crescimento. Caracteriza essa posição do PS como um caminho perigoso.
Para António Lobo de Xavier quando a Troika deixar o país o rumo desta política não será muito diferente : “Aspiro que se comece uma coisa parecida, mais suave e mais apoiada”. Se por um lado o comentador transmite a ideia de que este caminho desenha um quadro pouco favorável a Portugal, por outro lado não vê grandes alternativas, sendo pessimista para o futuro. A incógnita está instalada, o sentimento de pessimismo está presente, e soluções ao problema estão por encontrar…

Paloma Colaço
Nº212272
Fontes:
Programa Quadratura do Círculo de dia 17 de Outubro de 2013, Sic Notícias.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.