Como habitual têm se
analisado os comentários proferidos por António Lobo Xavier, no programa Quadratura
do Círculo na Sic Notícias. Na sua frequente análise semanal, foi
abordado como principal assunto o Orçamento de Estado, e os danos colaterais
que advém do documento.
Na sua primeira
abordagem analisa o facto que de certa forma existe uma continuidade com as
políticas de Gaspar. Apesar do falhanço que o próprio admitiu na sua carta de
“despedida”. Na perspectiva do comentador a reforma/remodelação profunda do
Estado não vai ocorrer nesta legislatura. E nem mesmo como o próprio refere,
que essa tarefa passasse somente pelas mãos de Paulo Portas de delinear um
plano para remodelar a Administração Pública. Vê este Orçamento como
consequência do falhanço de Gaspar, assim de como todos aqueles que
participaram na prossecução desta política. Não se sente surpreendido com o que
está no documento no seu conjunto, apesar de considerá-lo decepcionante.
O comentador é da opinião que se deveria
ter feito um plano bem delineado sobre os cortes, no sentido do que deve ser
extinto, remodelado, fundido, etc. Contudo, no seu ponto de vista esse plano
detalhado e rigoroso nunca existiu, por esse mesmo facto é que a única forma
que o executivo encontrou foi de cortar nos agregados da despesa, onde se
encontram as prestações sociais, os salários, no fundo o conjunto de medidas
que são conhecidas.
No que diz respeito às
entidades internacionais imputa-lhes também responsabilidades, visto que as
medidas de austeridade estão a causar danos profundos na economia portuguesa,
dificultando a
própria correcção dos desequilíbrios existentes na
sociedade.
Afirmando mesmo que apesar dos erros do
executivo, a grande fatia de responsabilização é devido a uma política determinada
internacional.
As instâncias internacionais não
estão dispostas a ceder, apesar de estarem cientes que as metas a alcançar não
estão a ser conseguidas. Partilha da opinião que o Primeiro-Ministro tinha a
expectativa de conseguir sensibilizar a Troika, só que rapidamente esse desejo
foi defraudado. António Lobo Xavier diz mesmo :” Reconheço que há coisas
falhadas, a condução de uma política errónea. Mas outro Governo teria as mesmas
dificuldades e o caminho a seguir não seria diferente (…) Mesmo um governo de
sábios não chegava lá, porque era necessário a ajuda do estrangeiro”.
O comentador é da
opinião que de certa forma o Governo seguiu um pensamento ideológico
Anglo-Saxónico, numa crença de poder existir uma destruição-criadora.
Ou seja, que inicialmente produzisse efeitos devastadores para certos sectores
e para a economia, mas que a longo prazo iria emergir um crescimento.
Caracteriza este momento de Portugal como
de sofrimento, mas algo que já esperava :”Nunca esperei que pudesse sofrer
menos danos que estes, em termos gerais. Estamos a sofrer menos que a Grécia.
Claro que deploro este sofrimento, mas nunca pensei que pudesse passar sem
ele”.
No seu ponto de vista o Partido Socialista
está a vender a ideia que este caminho é substituível por outro, no sentido de
rejeitar a austeridade e de promover o crescimento. Caracteriza essa posição do
PS como um caminho perigoso.
Para António Lobo de
Xavier quando a Troika deixar o país o rumo desta política não será muito
diferente : “Aspiro que se comece uma coisa parecida, mais suave e
mais apoiada”. Se por um lado o comentador transmite a ideia de que este
caminho desenha um quadro pouco favorável a Portugal, por outro lado não vê
grandes alternativas, sendo pessimista para o futuro. A incógnita está instalada,
o sentimento de pessimismo está presente, e soluções ao problema estão por
encontrar…
Paloma Colaço
Nº212272
Fontes:
Programa Quadratura
do Círculo de dia 17 de Outubro de 2013, Sic Notícias.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.