sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Das bonecas à luta.

"No caminho para a escola eles podem matar-nos, atirar-nos com ácido para a cara, fazer o que entenderem. Mas eles não podem parar-me, eu vou ter a minha educação"
(Malala Yousafzai, 11 anos)


 
E não parou.
A luta de Malala começou quando, no período entre 2007 e 2009, os Talibãs ordenaram o encerramento das escolas para mulheres e impuseram a Sharia. Este acontecimento revoltou Malala que acabou por trocar as bonecas pela luta a favor da educação das mulheres.
Com apenas 11 anos já escrevia, sobre anonimato, para um blogue da BBC onde relatava a realidade vivida no Paquistão sobre domínio Talibã e as suas medidas extremistas. Determinada, anos mais tarde, na altura com 14 anos, Malala sofrera um atentado a caminho da escola, acabando por ser baleada no pescoço e na cabeça. Este atentado, realizado por um talibã, pretendia calar Malala para sempre, porém acabou por assistir-se ao inverso. Surpreendentemente sobreviveu e hoje, passado um ano, é activista dos direitos à educação das mulheres no seu país. Com este percurso de coragem e de força, Malala tornou-se a pessoa mais jovem a ser nomeada para o Prémio Nobel da Paz, prémio que acabou por ser conquistado pela Organização contra Armas Quimicas. Contudo, já conquistou muitos outros prémios. O mais recente triunfo foi o prémio Sakharov, prémio esse atribuído a pessoas ou organizações que lutam a favor e em defesa dos direitos humanos e da liberdade.  
Esta "pequena gigante" jovem já conseguiu algo inédito. Em Swat, província onde cresceu, o número de meninas na escola é cada vez maior. Apesar do medo imposto pelos radicais o sucesso de Malala tem conseguido mudar mentalidades e atrair cada vez mais pessoas às salas de aula.

Com apenas 16 anos, sonha em ser Primeira Ministra do Paquistão e tem já uma vida recheada de momentos marcantes, Malala em colaboração com uma jornalista acaba de lançar um livro intitulado "I am Malala". Para apresentar o seu livro, a jovem foi convidada para o programa Daily Show na CNN, deixando o apresentador sem palavras com algumas das suas respostas.

 
Numa outra entrevista a um site, Malala refere que os Talibã não seguem verdadeiramente as leis do Alcorão: “O Talibã criou um sistema próprio de leis, que não tem nada a ver com o Islã. O Islã nos diz que a educação e o conhecimento são direitos de todas as pessoas. Então, eu acho que o Talibã não leu o Corão da forma apropriada. Eles precisam sentar e ler o texto novamente, com calma.” (1)
 
 
No dia 11 deste mês, dia internacional da Rapariga, foi apresentado em Portugal um documentário "Girl Rising", sobre nove raparigas de 9 países diferentes que lutam, todos os dias, por uma educação livre e justa, sem géneros, sem racismos, sem diferenças. Verdadeiros exemplos para todos nós.

 
 



(1)- http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/a-educacao-e-o-caminho-para-acabar-com-o-terrorismo-diz-malala


Fontes:
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=87724
http://br.noticias.yahoo.com/malala-lan%C3%A7a-livro-afirma-quero-tornar-primeira-ministra-223244909.HTML
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3469067




Marta Fernandes,
 
212295

  
 
 


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