No inicio do mês , surgiram reacções por parte da Igreja
Católica face a possível alteração do Orçamento de Estado na sequência do
Governo ter confirmado que , a partir do proximo ano , alguns dos 800 mil beneficiários
de pensões de sobrevivência verão a prestação reduzir-se.
D.Manuel Clemente , alertou que este possível corte podera vir a
causar danos sistema de direitos sociais
, dissendo que a “Justiça social não pode ser posta em causa” .
Na sequência deste acontecimento, também o
bispo de Vila Real criticou duramente o corte nas pensões de sobrevivência . “É uma ingratidão, uma injustiça e é um
pecado que brada ao Céu”, disse D. Amândio Tomás à Rádio Renascença,
propondo que o Governo vire as atenções para “as grandes fortunas, pessoas que têm algumas possibilidades, que podem
prescindir de um ordenado mais chorudo” e tenha mais “atenção aos pobres”.
Num tom criticou o prelado diocesano, considera que “Caímos
naquilo que o Papa denunciou em Lampedusa, que também é extensivo a nós e a
todo o mundo ocidental, egoísta e materialista, que é a globalização da
indiferença. Os pobres são pobres e ficam, muitas vezes, mais pobres”.
Na voz dos bispos católicos portugueses , o
porta-voz da Conferência Episcopal
Portuguesa (CEP), Manuel Morujão expressa uma grande preocupação com o
anunciado corte nas pensões de sobrevivência “O
Governo deve esclarecer o que se passa [...] numa linguagem acessível ao povo
comum”, exortou o padre.
Os bispos lembraram também “a ansiedade que as instituições particulares de solidariedade social vêem
nos possíveis cortes”, uma vez que “também vivem das contribuições destas pessoas que têm pensões que não são de
luxo”.
O porta-voz da CEP salientou que existe o receio de que as mães
e os avós “que estão a ajudar os filhos e
netos” neste momento de crise não o possam fazer “caso se verifique a redução em pensões junto das franjas mais pobres”
da sociedade.
“Quem nos governa tem a
obrigação de ser solidário” e “confiamos
que tudo seja esclarecido”,frisou Manuel Morujão.
Por outro lado , o bispo da Guarda, Manuel
Felício, disse á agência lusa num tom de protesto que os bancos e os ricos é
que “ tem de pagar a crise” e sugeriu
que em vez de cortes nos rendimentos dos trabalhadores e nas pensões de
sobrevivência , deve ser feita aplicação de taxas para automoveis topo de gama
e casas de luxo “ que custam mais de um milhão de euros e que se
compram e que sem têm” .
Denunciou que, actualmente, "as pessoas são tratadas como números e,
predominantemente, como número de contribuinte", o que considerou
"uma grande injustiça".
O Bispo acredita mesmo que as opções do Governo podem
conduzir a convulsões sociais graves, nunca vistas em Portugal.
Fontes:
Joana Reais
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