Uma campanha eleitoral consiste em
transformar um candidato no único “herói credível” ou, ironismos à parte, a
única solução competente e honesta para, ainda que temporariamente, uma
significativa melhoria seja reconhecida.
Apesar da obtenção de poder esteja
limitada ao nível local, as campanhas adquirem um formato de alta dimensão. Nesta
fase, os quadros políticos têm assim o trabalho de organizar e dirigir
campanhas de forma a torná-las mais apelativas e potenciais vencedoras.
Neste sentido, por campanha
eleitoral entende-se o período em que os partidos e os seus candidatos
apresentam o seu plano para os anos seguintes, com promessas fantásticas, com o
objectivo de alcançar o maior número de votos.
Todavia, nem tudo corre bem. Em
consequência de uma campanha empobrecida em que o debate foi inexistente, a
consciência política dos portugueses fica clara e igualmente fragilizada. Também como se sabe, a televisão é o meio
de comunicação e informação por excelência dos portugueses. Esta aparenta ainda
igualdade em relação a todos os eleitores e, sem ela, não são conhecidos (e
reconhecidos!) os candidatos, os programas, os novos partidos ou quaisquer
outras informações fulcrais para o exercício do voto consciente.
Tal como o Jornal Público noticiou
no passado dia 9: “Esta será uma campanha eleitoral absolutamente inédita em
Portugal em 40 anos. Depois de terem decidido não realizar debates para as
autárquicas, as três televisões de sinal aberto e os respectivos canais de informação
pagos não darão qualquer notícia sobre acções de campanha dos candidatos às
câmaras municipais e assembleias de freguesia.”.₁
O director de Informação da SIC
considera ainda “impossível ignorar a “campanha eleitoral”, mas é preciso fazer
a cobertura com “sentido de responsabilidade sem violar a lei e cumprindo os
direitos de informar e ser informado”.₂
Mas, apesar de uma cobertura muito
limitada, estas continuam a abrir mote para ataques que não só são somente
políticos e ideológicos como muitas vezes pessoais.
Numa visão mais verde relativamente às
eleições autárquicas, D.M. Santos dá o seu contributo. Este afirma que é
preciso considerar as acções dos candidatos “considerando que muitas vezes nada
fizeram nem nada cumpriram do que prometeram, podemos no mínimo desconfiar das
suas reais intenções. (…) Eles aparecem em todo lado beijando crianças,
abraçando idosos, dando mensagens de esperança aos desempregados,
preocupando-se com os pobres, acendendo velas aos santos, mas também,
principalmente, organizando grandes festas e arraiais para os eleitores. É tudo
parte do negócio.”₃
Por fim, é importante referir não só a
exigência que estas eleições adquirem mas também numa maior participação activa
e empenho para que um simples voto seja o início de uma complexa luta.
Programas:
Noticiários diários – RTP Informações e SIC Notícias
Jornais:
Público
₁ http://www.publico.pt/politica/noticia/televisoes-nao-farao-cobertura-da-campanha-eleitoral-autarquica-1605334
- consultado às 20h50
do dia 26 de Setembro de 2013
₂ http://www.publico.pt/politica/noticia/televisoes-nao-farao-cobertura-da-campanha-eleitoral-autarquica-1605334 -
consultado às 21h do dia 26 de Setembro de 2013
Adriana Correia
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