sábado, 28 de setembro de 2013

Comentadores económicos e financeiros (de 19 de Setembro de 2013 a 26 de Setembro de 2013)


Durante esta semana, os assuntos que estiveram na ordem do dia e em destaque nos mais variados meios de comunicação, a nível económico e financeiro, foram as metas do défice, a 8ª avaliação e a iminência de um segundo resgate e a reforma do IRC.
Relativamente às metas do défice são várias as opiniões dos comentadores. Jorge Coelho, que comenta a actualidade política na Sic Noticias, afirma preferir a flexibilização do défice, em vez dos cortes nas pensões. Como parece ter sido recorrente durante esta semana, segundo alguns analistas, havia aqui uma decisão a ser tomada, ou cortavam-se nas pensões ou diminuíam-se as metas do défice. Já Lobo Xavier, comentador na Sic Notícias e presidente da actual comissão de reforma do IRC, adopta uma perspectiva política da situação, dizendo que António José Seguro só afirma que se o défice fosse de 5%, não se cortaria nas pensões, tendo em vista unicamente a campanha eleitoral, mas que, segundo o comentador da Sic Notícias, em nada ajudaria a grave situação portuguesa. Entretanto, Mario Dragui, presidente do BCE veio a público, dizer que não acreditava na viabilidade de um défice de 4,5 % ou 5%, pois seria algo que impediria a descida dos juros da dívida, situação que Portugal tenta evitar. Posto isto, e segundo todo o dito e desdito do governo sobre este assunto, assume-se que a meta do défice ficará mesmo nos 4%.

Já falando da 8ª avaliação, e do seu resultado pouco esperado, seguido da possibilidade de um segundo resgate em Portugal, Henrique Raposo, cronista do Expresso, aponta como principal factor a falta de coerência governamental e afirma mesmo que Portugal funcionaria melhor se falasse a uma só voz. José Pacheco Pereira, comentador no programa Quadratura do Círculo na Sic Notícias, fala mais uma vez da situação governamental: “Paulo Portas antes das negociações com a troika, quer salvar a sua pele, não há um governo coerente, passando-se a imagem de que a troika é algo muito mau para Portugal.”. Marcelo Rebelo de Sousa, no seu comentário semanal na TVI, certifica que são os partidos na sua campanha eleitoral que colocam Portugal na iminência de um novo programa de ajustamento, devido aos cortes nas pensões que apontam como necessárias e à falta de alargamento das metas do défice. Já José Gomes Ferreira, comentador assíduo na Sic e na Sic Notícias, falando sobre a grave situação que assombra o país, diz que a instabilidade política só agrava a situação financeira a nível interno e a nível externo, que existe uma incapacidade da parte do governo de conseguir criar medidas estruturais que não sejam inconstitucionais (esta afirmação provem dos consecutivos chumbos do Tribunal Constitucional às medidas do governo), a austeridade aplicada não era a recomendada, e agora já não existe tempo para remediar a situação, existindo também o problema acrescido do aumento dos juros da dívida, que não só dependem da situação interna, quando da situação externa. Gomes Ferreira afirma também que é tudo uma bola de neve até à chegada do segundo resgate, e é “exequível pensar-se em diminuir a dívida sem haver crescimento económico”, enquanto os mercados avaçam que de forma a renegociar a dívida é necessário avançar-se com o segundo resgate.

Quanto à reforma do IRC, também existem as mais variadas interpretações e opiniões. Ana Paula Dourado, cronista no Jornal de Negócios, acredita que com esta reforma “Portugal pode tornar-se ponto de passagem e de branqueamento dos investimentos em territórios de baixa tributação”. Já Pedro Patrício Amorim, também ele do Jornal de Negócios, opina que esta reforma “pode ser benéfica a longo prazo, atraindo investimento externo, mas tem que ser bem negociada com o partido da oposição”, e tem de ser um compromisso a longo prazo, tendo em conta que o investimento inicial é bastante alto. Eduardo Paz Pereira, do Jornal de Negócios, discorda do momento em que a reforma surge, mesmo assim louva a tentativa de atrair investimento, e discorre ainda que a reforma não deve avançar nos moldes em que se encontra prevista.

Susana Amador


Deixo aqui alguns links de interesse para o tema:




Fontes:
·         http://sicnoticias.sapo.pt;
·         http://www.jornaldenegocios.pt;
·         http://expresso.sapo.pt/henrique-raposo=s24907;
·         http://economico.sapo.pt/.


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