sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O poder financeiro e a campanha das eleições autárquicas


            Primeiramente, é essencial referir que, embora se esteja em período de campanha autárquica, a realidade vivida no país tem como principal foco a necessidade de resolver os problemas financeiros de Portugal. Deste modo, as principais manchetes apontam para os resultados da oitava avaliação da troika, para a incerteza política, para os elevados juros da dívida pública, para o falhado regresso aos mercados, para a análise da execução orçamental e para a possibilidade de existência de um segundo resgate financeiro.

            Relativamente à oitava avaliação da troika, Pedro Passos Coelho demonstrou a sua intenção em manter o rumo no que toca à definição do limite do défice, resguardando que o programa de ajustamento é para cumprir. Contudo, já não falando em oposição, até mesmo dentro do próprio Governo existem diferentes posições quanto a este assunto, talvez até por uma questão de campanha eleitoral, visto que existem entidades defensoras de que a oposição a algumas circunstâncias acabará quando as eleições autárquicas estiverem passadas.  Dentro deste grande tema, é fundamental referir as contradições existentes entre o Relatório do FMI e a mesa de negociações. Assim, crucial será mencionar que a debilidade económica só contribui para o aumento das tensões políticas e para a diminuição da credibilidade portuguesa a nível internacional.

            Para compreender melhor esta dinâmica há que ter em conta as afirmações de alguns entendidos relativamente ao poder financeiro como é o caso de Nouriel Roubini. Este afirma que são as eleições autárquicas e as decisões do Tribunal Constitucional que vão decidir o futuro visto que são o espelho da “fadiga da austeridade”. Esta fadiga poderá, então, conduzir a um segundo resgate e a uma reestruturação da dívida pública.

             Durante esta semana, Portugal falhou o regresso aos mercados e foram evocadas algumas ideias como a criação de um Orçamento de Estado mais duro para que se evite um segundo regate. A oposição ao Governo acabou por considerar que este estava a fazer uma espécie de chantagem para com os portugueses.

            Por fim, quanto aos resultados da execução orçamental, a receita atingiu maiores números mas a despesa manteve-se. Os juros da dívida pública acabaram por baixar mas não de uma maneira significativa. Neste seguimento conjuntural, o principal problema a ser debatido é a incerteza política que acaba por colocar em causa todas as decisões financeiras.
 
Fontes:
 
Programas: 25ª Hora - TVI 24
                   Noticiários diários - TVI 24 e SIC Notícias
 
Jornais: Diário Económico
 
Alguns links importantes a consultar:
 
"Fitch coloca incerteza política como um dos maiores riscos em Portugal", in http://economico.sapo.pt/noticias/fitch-coloca-incerteza-politica-como-um-dos-maiores-riscos-em-portugal_177920.html, consultado a  25/09/2013.  
 
"Receita Fiscal rende mais de 13 milhões até Agosto", in http://economico.sapo.pt/noticias/receita-fiscal-rende-mais-13-mil-milhoes-ate-agosto_177833.html, consultado  24/09/2013.
 
"Credores pressionam governo para garantir ajustamento", in http://economico.sapo.pt/noticias/credores-pressionam-governo-para-garantir-ajustamento_177763.html, consultado a 24/09/2013.

Patrícia Paulino
 19/09/2013 a 25/09/2013

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