O terrorismo por motivos religiosos é um dos mais frequentes
em todo o mundo. Portugal pode ser considerado um oásis nessa área, visto não
ser feita sequer referência a esta pontinha da Europa, no Relatório sobre
terrorismo por país do Departamento de Estado, elaborado pelo Consórcio
Nacional para o Estudo do Terrorismo e Respostas ao Terrorismo (Start) da
Universidade de Maryland.
Este relatório apresenta a avaliação anual realizada pelo
Departamento de Estado das tendências e dos eventos no terrorismo
internacional, de 1o de Janeiro a 31 de Dezembro de 2012. Expõe uma
avaliação estratégica, descrições por país dos esforços de contra terrorismo e secções
sobre patrocinadores estatais do terrorismo, refúgios seguros para terroristas
e organizações terroristas estrangeiras. Disponível em: http://www.state.gov/j/ct/
Em 2011, 12800 pessoas morreram vítimas de ataques
terroristas motivados por questões religiosas, tendo-se registado 5000 ataques,
e em 2012 registaram-se 15500 vítimas mortais em 8500 ataques.
O número tem vindo a aumentar de ano para ano, indiciando que em 2013 se registarão números assombráveis, tendo acorrido nos seis primeiros meses de 2013, 5100 ataques terroristas.
África, Ásia e Médio Oriente, apresentam os mais elevados valores deste estudo.
O número tem vindo a aumentar de ano para ano, indiciando que em 2013 se registarão números assombráveis, tendo acorrido nos seis primeiros meses de 2013, 5100 ataques terroristas.
África, Ásia e Médio Oriente, apresentam os mais elevados valores deste estudo.
Tendo em conta que a maior parte destes ataques são baseados
em fundamentos e ideologias religiosas, o terrorismo por motivos religiosos
torna-se (aliás, tornou-se à muito tempo), uma das maiores e mais letais armas
do mundo.
De acordo com dados apresentados pela CNN seis dos sete grupos terroristas mais perigosos estão associados à Al Qaeda, como por exemplo o Boko Haram da Nigéria, que tem realizado diversas perseguições religiosas contra cidadãos cristãos, e o grupo Al-Shabaab, que elaborou um ataque a um centro comercial de luxo em Nairobi, capital do Quénia, onde 67 pessoas morreram. [1]
De acordo com dados apresentados pela CNN seis dos sete grupos terroristas mais perigosos estão associados à Al Qaeda, como por exemplo o Boko Haram da Nigéria, que tem realizado diversas perseguições religiosas contra cidadãos cristãos, e o grupo Al-Shabaab, que elaborou um ataque a um centro comercial de luxo em Nairobi, capital do Quénia, onde 67 pessoas morreram. [1]
De acordo com a Enciclopédia Britânica, terrorismo refere-se
ao “uso sistemático da violência para criar um clima generalizado de medo na
população e, assim, atingir um objectivo político específico. O terrorismo tem
sido praticado por organizações políticas com objectivos tanto de direita como
de esquerda, por grupos nacionalistas e religiosos, pelos revolucionários, e
até mesmo por instituições estatais, como exércitos, serviços de inteligência e
policiais.”
(in http://www.britannica.com/EBchecked/topic/588371/terrorism)
(in http://www.britannica.com/EBchecked/topic/588371/terrorism)
O recurso ao terrorismo por motivos religiosos tem também de
ser compreendido consoante o contexto em que está inserido, e actualmente dadas
as condições de diferenciação social, crise económica, crise de valores, etc.,
a religião é vista como um quesito de fé, o acesso a ela é feito por
necessidade em obter apoio de algo superior ao ser humano. Consequentemente,
qualquer acção feita em nome desse Deus passa a ser legitimada (aos olhos de
quem a pratica), tendo em conta que está a ser praticada em nome de algo
superior a todos nós.
A esta perspectiva chama-se fanatismo, a uma interpretação das escrituras de acordo com as perspectivas ideológicas e/ou pessoais de cada um.
Casos como Ku Klux Klan, IRA e Al Qaeda, são exemplos desta perspectiva extremista do que a religião pode significar.
A esta perspectiva chama-se fanatismo, a uma interpretação das escrituras de acordo com as perspectivas ideológicas e/ou pessoais de cada um.
Casos como Ku Klux Klan, IRA e Al Qaeda, são exemplos desta perspectiva extremista do que a religião pode significar.
De acordo com a teoria da Jihad [2], desenvolvida por Sayyid
Quttub [3] o principal objectivo do terrorismo será acabar com os valores da
democracia. Valores que se baseiam em governos praticantes de uma política
igualitária, religiosamente tolerante e permissiva, que vão contra todas as
bases ideológicas dos membros de grupos religiosos extremistas.
As causas que motivam as acções terroristas, podem ter a sua origem em muitas questões diferentes, como a expulsão de estrangeiros, mudanças políticas, acções de retaliação e vingança, projecção local ou global, construção de uma imagem de poder, preservação do território, motivos religiosos, entre outras. Contudo esta visão é sempre afectada pela sua interpretação da religião, e na maioria das vezes, dentro da mente de um terrorista, as suas acções são desculpáveis, pois são apenas males menores para atingir um bem maior.
As causas que motivam as acções terroristas, podem ter a sua origem em muitas questões diferentes, como a expulsão de estrangeiros, mudanças políticas, acções de retaliação e vingança, projecção local ou global, construção de uma imagem de poder, preservação do território, motivos religiosos, entre outras. Contudo esta visão é sempre afectada pela sua interpretação da religião, e na maioria das vezes, dentro da mente de um terrorista, as suas acções são desculpáveis, pois são apenas males menores para atingir um bem maior.
Mariana Sacadura Franco
[1] Dados apresentados em: http://noticias.gospelmais.com.br/2013-recorde-ataques-terroristas-motivados-extremismo-religioso-62195.html
[2] Conceito fundamental da
religião Islâmica, significa “empenho” ou “esforço”. Consiste na luta pessoal
para atingir um estado de fé perfeita.
[3] Poeta, ensaísta e crítico
literário egípcio. Foi também um importante activista político e militante
radical muçulmano. Acredita-se que o seu pensamento foi uma das principais
influências que levaram á formação da Al-Qaeda.
Fontes:
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