quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Aliança anti-União Europeia

Esta semana foi oficializado um acordo entre Marine Le Pen e Geert Wilders, líderes da extrema-direita na  França e Holanda respectivamente. Este acordo consiste  numa” aliança para as eleições europeias de Maio de 2014(...)” com o “objectivo de “libertar” os respectivos países da União Europeia”[1]. A aliança passaria por criar um grupo no Parlamento Europeu que permitira obter uma maior visibilidade, para a causa nacionalista, no seio da União Europeia e da própria Europa. No fundo querem utilizar as instituições europeias para se libertar da própria UE porque como afirma Le Pen “Nós, velhas nações europeias, somos obrigadas a pedir permissão a Bruxelas para tudo”, denunciou Marine Le Pen”, no Parlamento de Haia, que visitou a convite de Wilders. “Temos de recuperar a soberania territorial, a soberania monetária, a soberania orçamental.”[2] A julgar pelas mais recentes sondagens para a eleição do Parlamento Europeu que atribuem 24% á Frente Nacional(Le Pen) à frente do UMP e dos socialistas ou ainda pelos 21% que o partido de Wilders tem neste momento nas sondagens, esta ideia poderá ser uma realidade num futuro bastante próximo e que teria implicações no funcionamento da União Europeia a médio-longo prazo e poderia eventualmente contribuir para uma ascensão ainda mais acentuada da extrema-direita na Europa.
A aliança não é consensual entre a extrema-direita europeia e por exemplo o Jobbik, da Hungria e sobre o qual escrevi um artigo a semana passada, ficou excluído desta aliança pelas suas posições anti-semitas o que segundo a própria Le Pen, é uma decisão que faz parte da estratégia de “limpeza” de imagem da extrema-direita que é frequentemente associada a ideias nazis, fascistas bem como a ataques físicos ás minorias e a organizações de esquerda. Outra fonte de discórida na extrema-direita da Europa vem dos partidos nórdicos que mostram alguma relutância em colaborar com a Frente Nacional por causa do antigo líder e pai da Marine le Pen, Jean Marine Le-Pen muito famoso pela sua negação do Holocausto. De acordo com Jan Werner Mueller, investigador e professor de política na Universidade de Princeton ” Tal como o Tea Party transformou o Congresso numa instituição paralisada e que se odeia a si própria, uma aliança de partidos anti-União Europeia podem fazer com que a Europa viva a sua própria versão de bloqueio, se estes conquistarem votos suficientes nas eleições europeias do ano que vêm. As elites europeias – e todos os cidadãos que se importam com o futuro da UE – deviam começar a pensar neste cenário”[3]







Rui Campos nº211648



[2] Idem
Notícia original:  http://www.theguardian.com/commentisfree/2013/oct/21/europe-own-shutdown-anti-eu-parties

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