Esta semana foi oficializado um acordo entre Marine Le Pen e
Geert Wilders, líderes da extrema-direita na
França e Holanda respectivamente. Este acordo consiste numa” aliança para as eleições europeias
de Maio de 2014(...)” com o “objectivo de “libertar” os respectivos países da
União Europeia”[1].
A aliança passaria por criar um grupo no Parlamento Europeu que permitira obter
uma maior visibilidade, para a causa nacionalista, no seio da União Europeia e
da própria Europa. No fundo querem utilizar as instituições europeias para se
libertar da própria UE porque como afirma Le Pen “Nós, velhas nações europeias,
somos obrigadas a pedir permissão a Bruxelas para tudo”, denunciou Marine Le
Pen”, no Parlamento de Haia, que visitou a convite de Wilders. “Temos de
recuperar a soberania territorial, a soberania monetária, a soberania orçamental.”[2] A julgar
pelas mais recentes sondagens para a eleição do Parlamento Europeu que atribuem
24% á Frente Nacional(Le Pen) à frente do UMP e dos socialistas ou ainda pelos
21% que o partido de Wilders tem neste momento nas sondagens, esta ideia poderá
ser uma realidade num futuro bastante próximo e que teria implicações no
funcionamento da União Europeia a médio-longo prazo e poderia eventualmente
contribuir para uma ascensão ainda mais acentuada da extrema-direita na Europa.
A aliança não é consensual entre a extrema-direita europeia e
por exemplo o Jobbik, da Hungria e sobre o qual escrevi um artigo a semana
passada, ficou excluído desta aliança pelas suas posições anti-semitas o que
segundo a própria Le Pen, é uma decisão que faz parte da estratégia de “limpeza”
de imagem da extrema-direita que é frequentemente associada a ideias nazis,
fascistas bem como a ataques físicos ás minorias e a organizações de esquerda.
Outra fonte de discórida na extrema-direita da Europa vem dos partidos nórdicos
que mostram alguma relutância em colaborar com a Frente Nacional por causa do
antigo líder e pai da Marine le Pen, Jean Marine Le-Pen muito famoso pela sua
negação do Holocausto. De acordo com Jan Werner Mueller, investigador
e professor de política na Universidade de Princeton ” Tal como o Tea Party
transformou o Congresso numa instituição paralisada e que se odeia a si
própria, uma aliança de partidos anti-União Europeia podem fazer com que a
Europa viva a sua própria versão de bloqueio, se estes conquistarem votos
suficientes nas eleições europeias do ano que vêm. As elites europeias – e
todos os cidadãos que se importam com o futuro da UE – deviam começar a pensar
neste cenário”[3]
Rui
Campos nº211648
[2] Idem
[3] http://www.publico.pt/mundo/noticia/e-se-houver-um-tea-party-no-parlamento-europeu-1612481 citando uma frase publicada no jornal The Guardian
Notícia original:
http://www.theguardian.com/commentisfree/2013/oct/21/europe-own-shutdown-anti-eu-parties
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.