quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Maçonaria e os seus Ritos



No fenómeno maçónico existe uma ligação que une o Homem a algo que o ultrapassa que é designada por Rito. Esta palavra tem duas acepções distintas: a mais comum é que representa um sistema maçónico, uma estrutura completa ou que representa uma técnica de acção sobre o corpo humano num plano espiritual.1 Nestes sistemas, é importante referir que cada Rito tem os seus próprios desígnios e Graus. Os Graus 1 e 2 representam o período de aprendizagem (em regra não inferior a um ano). Com a iniciação no grau 3, atinge-se a condição de Maçom Perfeito e passa-se a gozar de todos os direitos e deveres de um Membro da Ordem. Estes três Graus compõem a chamada de Maçonaria Azul.  Com a passagem para o Grau 4, entra-se na chamada de Maçonaria Vermelha que é destinada somente àqueles que demonstram qualidades excepcionais de trabalho e de compreensão dos fins da Maçonaria.  Entra-se portanto num domínio de Graus Superiores (ou de Cúpula) opostos aos Graus Inferiores (ou de Base). Do Grau 19 ao 32, percorre-se a Maçonaria Negra, composta pelos seus Areópagos, Tribunais e Consistórios. Os Maçons de Grau 33 compõem a chamada de Maçonaria Branca, composta pelos Supremos Conselhos.2 Aludir a estes Ritos e Rituais existentes levará a pecar por defeito, por esquecimento ou por ignorância de rituais já extintos ou raros. Mas, mesmo com carácter exemplificativo e recorrendo apenas à memória, é possível identificar alguns dos mais difundidos actualmente e são eles:

- o Rito Escocês Antigo e Aceite

- o Rito de York

- o Rito Escocês Rectificado

- o Rito Francês ou Moderno

- o Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misraim

- o Rito de Emulação

- o Rito Sueco

- o Rito de Zinnendorf

- o Rito Operativo de Salomão

- o Rito Adonhiramita.

            Referindo brevemente as características de cada um e começando pelo Rito Escocês Antigo e Aceite, este deriva do Rito de Heredom e da época da fuga dos Cavaleiros Templários para a Escócia. Ligados ao Antigo Testamento e à lenda de Hiram (na lenda, Hiram é abordado três vezes para revelar o segredo de um Mestre Maçom, no projecto do Templo, senão perderia a sua vida. Nas duas vezes ele recusa com a frase: "Perco a minha vida, mas não revelo os segredos”. Na terceira vez, negando novamente os segredos a um terceiro enviado para obtê-los, Hiram é morto. Quando Hiram Abiff é encontrado, ressuscita da sepultura) julga-se que alguns dos ritos descritos eram praticados por outras ordens secretas existentes em França, na Alemanha e na Escócia. O rito é composto por três graus simbólicos e trinta filosóficos. O Rito Escocês Antigo e Aceite é o mais especulado, difundido e praticado nos nossos dias. Geridos pelas Obediências Maçónicas, cada um dos três primeiros graus apresenta ensinamentos básicos simbólicos aos aprendizes Maçons. Quando o Maçon atinge o 3º Grau diz-se que este está em pleno usufruto de suas prerrogativas maçónicas. Os graus referidos como Filosóficos são graus elevados onde a filosofia e a moral são estudadas simbolicamente, em cada grau, com lendas ou mitos a estes associados. Os graus elevados Filosóficos são geridos por vários Supremos Concelhos, que têm como objectivo manter a uniformidade mundial dos rituais e dos métodos utilizados.3

O Rito de York é o Rito predominante na Maçonaria Norte Americana. Sob a sua égide desenvolveram-se líderes da sociedade americana com base nos princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. Este Rito de York ou Rito Americano teve início a partir de 1797 por intermédio de Thomas Smith Webb, que fez uma colectânea dos rituais dos Graus Simbólicos, Graus Capitulares, Graus Crípticos e as Ordens de Cavalaria. Webb tomou por base para composição do Rito, as Ilustrações de Maçonaria e os rituais e procedimentos da Grande Loja dos Antigos (1751). Acredita-se que o Rito de York foi levado para a Inglaterra por volta de 1777. Neste ano Thomas Webb consegue a proeza de reunir diversos Sumos-sacerdotes dos Capítulos numa Convenção. Após a Convenção o companheiro Ephraim Kirby foi eleito Grande Sumo-sacerdote, transformando a união de todos os Grandes Capítulos, o Grande Capítulo Geral dos Maçons do Real Arco. Nos EUA as Lojas Simbólicas são denominadas de Lojas Azuis e em muitas Grandes Lojas só se usa a terminologia Rito a partir do 4º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito e do Grau de Mestre de Marca do Real Arco. Este Rito é dividido em 4 partes:
Lojas Simbólicas - As Lojas Simbólicas, também chamadas de "Lojas Azuis", têm os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçon. Esses formam a base de entrada na Maçonaria.

Capítulo do Arco Real - Os Graus Capitulares, conhecidos como Maçonaria do Real Arco. Conferem 4 graus: Mestre de Marca, Past Master (virtual), Mui Excelente Mestre e Maçom do Real Arco.

Concelho Críptico - O Conselho Críptico ou Conselho de Mestres Reais e Eleitos, confere os graus de Mestre Real, Mestre Eleito e Super Excelente Mestre.

Comandaria Templária - Ou Ordem dos Cavaleiros Templários. Conferem Ordens que são: a Ordem da Cruz Vermelha, a Ordem de Malta e a Ordem do Templo.

O Rito Escocês Rectificado foi relançado nas suas bases actuais, graças ao trabalho de Jean-Baptiste Willermoz, que mantinha relações com maçons de toda a Europa, principalmente com os Irmãos mais qualificados de todos os ritos. O sistema maçónico que o interessava foi o da Estrita Observância Templária, por razões de origem templária que esse sistema atribuía à Maçonaria e pela sua organização. Este teve origem pela introdução em França, dos directórios escoceses em 1773 e em 1774. O sistema era constituído por 9 graus, compreendendo três classes:

1a classe: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

2a classe: Escocês vermelho e Cavalheiro da Águia Rosa Cruz.

3a classe: (ordem interna): Escocês verde; Escudeiro noviço; Cavalheiro e Professos.
Os Professos eram considerados Superiores Incógnitos, pois não eram conhecidos dos membros da Ordem. O chefe possuía o título de Grande Superior da Ordem. O sucesso das lojas do Rito Escocês Rectificado foi total na França, principalmente porque elas eram oriundas das tradições templárias e sobretudo porque os seus chefes eram nobres autênticos, príncipes, duques, barões e as iniciações eram muito selectivas. Nessa mesma época estava a instalar-se o Grande Oriente da França, que fez questão de agrupar os Directórios Escoceses sob a sua égide, promovendo a assinatura de um Tratado nesse sentido. Os rituais foram modificados substancialmente, diferenciando o sistema da Maçonaria Tradicional. Esta é a razão pela qual o sistema foi denominado de Rito Escocês Rectificado.

            O Rito Francês ou Moderno é utilizado por Maçons, com grande difusão e prática no continente europeu. O nome deve-se à adopção do Ritual da "primeira" Grande Loja de Londres, dita dos Modernos e que foi traduzido para a utilização das primeiras Lojas Simbólicas em França. Assim o Rito dos "modernos" é traduzido para francês e passa a denominar-se de Rito Francês ou Rito Moderno. Se citamos uma primeira Grande Loja, é porque na Maçonaria Inglesa assistiu-se em 1751 ao aparecimento de uma segunda Grande Loja. Esta Grande Loja, dita dos "Antigos Maçons" apresenta-se como congregando os Maçons fiéis aos "antigos costumes" e critica a primeira Grande Loja, dita dos "Modernos", por introduzir inovações e modificações aos Rituais. Estas rivalidades fazem parte da história da Maçonaria Inglesa até 1813, data a partir da qual se fundem, não na sua totalidade, a actual Grande Loja Unida de Inglaterra. O conjunto da Alta Maçonaria Filosófica deste Rito compreende cinco Ordens de Sabedoria:

 1ª Ordem: Eleito ou Eleito Secreto.

 2ª Ordem: Grande Eleito ou Grande Eleito Escocês.

 3ª Ordem: Cavaleiro Maçon ou Cavaleiro do Oriente.

 4ª Ordem: Soberano Príncipe Rosa-Cruz, Cavaleiro da Águia e do Pelicano ou Perfeito Maçon Livre.

 5ª Ordem: Ilustre e Perfeito Mestre.

O Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misraim é actualmente o Rito Maçónico mais esotérico e secreto. Foi fundado em Veneza em 1788. O Rito difundiu-se rapidamente em Milão, Génova, Nápoles e apareceu em França com Michel Bedarride. Este Rito foi constituído em Montauban em 1815, por Francos-maçons que em 1799 haviam participado com Napoleão Bonaparte da Missão no Egipto. A maioria dos membros que acompanharam Bonaparte na Missão no Egipto eram Maçons pertencentes a antigos Ritos iniciáticos: Irmãos Africanos, Rito Primitivo e Grande Oriente de França. Os Irmãos da Missão do Egipto decidiram renunciar à filiação maçónica vinda da Grande Loja da Inglaterra, e assim nascia em 1815 o Rito de Memphis em Montauban, com numerosas Lojas no exterior e personalidades ilustres nas suas fileiras. Até 1881 os Ritos de Memphis e Misraim seguiam rotas paralelas e concordes, no mesmo sentido em particular. Estes começaram a agrupar Maçons interessados no estudo do simbolismo esotérico da Maçonaria, no hermetismo e no ocultismo. Os Ritos de Memphis e de Misraim foram reunidos em 1881, por Giuseppe Garibaldi. Estes perpetuam a sua tradição na fidelidade aos princípios de liberdade democrática e das ciências iniciáticas. Os seus ensinamentos são dirigidos com 99 Graus, divididos em 3 séries, tornando-se desta forma o Rito Maçónico com mais graus dentro da Maçonaria Universal actual. Após os três graus simbólicos (Aprendiz, Companheiro e Mestre) o Rito de Memphis Misraim tem os seguintes graus filosóficos:

4.º Grau (Mestre Secreto)

9.º Grau (Mestre Eleito dos Nove)

13.º Grau (Real Arco)

14.º Grau (Grande Eleito da Sagrada Abóbada)

18.º Grau (Cavaleiro Rosa-Cruz)

28.º Grau (Cavaleiro do Sol)

30.º Grau (Cavaleiro de Kadosh)

32.º Grau (Príncipe do Real Segredo)

33.º Grau (Soberano Grande Inspector Geral)

A partir do 33º grau, o Rito de Memphis-Misraim é composto pelos graus esotéricos.4

O Rito de Emulação é dos mais praticados em Inglaterra e pelo mundo. Este encontrou a sua origem na união em 1813 da Grande Loja dos Modernos, com a Grande Loja dos Antigos. O seu nome deriva de uma Loja a “Loja de Emulação de Aprendizagem”, que a partir de 1823 foi encarregue de instruir os maçons nas prácticas rituais, de que resultaram a união das grandes Lojas. Este Rito é extremamente rigoroso, uma vez que as cerimónias são regidas sobre a partitura de uma música. O ritual é sabido de cor e existe uma dinâmica de conjunto e um exercitar da dimensão do viver do “interior”. A linguagem corporal tem um papel mais importante que a própria linguagem arcaica sob a qual o ritual está escrito. A emulação, a concentração no Rito é um momento de extrema intensidade e importância para quem o pratica. As Lojas de Emulação dispõem de dois expertos e de jóias maçónicas específicas. Este funciona em Lojas Azuis de três graus e é complementado por graus superiores, “Side Degrees”. Estes graus superiores agregam as designações de:
- Mestre de Marca

- Ex-Mestre
- Muito Excelente Mestre Maçon

- Mestre Maçon do Arco Real
- Escocês Trinitário.

O Rito é praticado em vários países e nos Estados Unidos da América é dos mais frequentes. No sistema americano há graus adicionais que completam o trabalho da Loja, do Capitulo e do Conselho.5

O Rito Sueco é o mais praticado nos países e em menor escala nos Países Baixos e na Alemanha. Foi também o Rito mais popular na Rússia até meados da Revolução Russa de 1917. É explicitamente cavalheiresco de origem cristã e a sua origem está ligada ao Rito Escocês Rectificado e ao Rito Zinnendorf. A sua origem dá-se na reforma da Estrita Observância Templária na segunda metade do século XVII, concretamente a partir de 1759. Por isso, tem um sentido profundamente cristão, herdeiro da simbologia Templária. Em 1759, Carl Fredrik Eckleff estabeleceu que a partir de então, denominar-se-ia Rito Sueco, pleno da simbologia cristã, Templária e trinitária da Estrita Observância Templária, mas afastando-o das pretensões políticas da Ordem. Houve a modificação das suas estruturas em 1780 e em 1801. Passou a ser praticado dentro da regularidade administrativa exigida pela Grande Loja Unida da Inglaterra e por isso, a prática do Rito exige que os seus membros sejam explicitamente cristãos. A estrutura do Rito Sueco está organizada a partir dos onze graus repartidos em três grupos, mais um quarto grau com carácter administrativo.
I - Graus de San Juan  

1. Aprendiz

2. Companheiro (Colega)

3. Mestre Maçom ou Mestre de San Juan
II - Graus de San Andrés

4. Mestre Eleito de San Andrés

5. Mestre Escocês ou Mestre de San Andrés

6. Cavaleiro de Oriente ou Novicio
III - Graus capitulares

7. Muito Ilustre Irmão ou Cavaleiro de Ocidente ou Verdadeiro Templário ou Favorito de Salomão

8. Mui Alto e Ilustre Irmão ou Cavaleiro do Sul ou Mestre Templário

9. Irmão Alumiado ou Favorito de San Andrés ou do Cordão Púrpura
10. Irmão da Cruz ou Mui Alumiado

IV - Graus administrativos
11. Mui Alto e Alumiado Irmão. Cavaleiro Comendador da Cruz Vermelha. Grande Dignatário do Grande Capítulo

12. Mestre Reinante.

O Rito Zinnendorf é hoje o mais praticado no sistema maçónico regular na Alemanha e amplamente divulgado na Áustria e em outros países. Sobreviveu na Rússia na época da Revolução de 1917, ao abrigo de uma combinação única com o Rito Sueco. É um Rito explicitamente cavaleiresco com influência cristã, sob um sistema de sete graus. O Rito de Zinnendorf tem o nome do seu fundador Johann Wilhelm Von Zinnendorf, sendo que foi também chamado de Rito Reichell. Recebeu este apelido do autor para ser diferenciado de outros praticados na Alemanha. É cristão e trinitário. A práctica deste Rito significa a crença explícita nos Evangelhos, bem como na Santíssima Trindade. Mantém os direitos de acesso irrestrito e reconhecimento de graus do Rito Sueco e do Rito Escocês, bem como do Rito Francês. A sua doutrina era uma mistura de cristianismo com templarismo, hermetismo e alquimia. Havia o sigilo dos altos graus, que propagaram de forma exponencial e algumas vezes de forma desordenada. O Rito Zinnendorf foi reformado em 1819 por Carl Christian Friedrich Wilhelm Von Nettelbladt adquirindo assim a sua forma actual, sendo ainda praticado na sua forma original em vários países.

O Rito Operativo de Salomão apareceu no século XX, nos anos 60, através de um projecto de investigação. O funcionamento deste Rito foi reconhecido oficialmente em Janeiro de 1974, após um longo período de gestação. Este ressurgimento da antiga maçonaria materializa-se como uma “Ordem Iniciática e Tradicional da Arte Real. Há o resgate para os tempos modernos, os traços e a essência da verdadeira maçonaria cavalheiresca. O Rito Operativo de Salomão, como qualquer outro Rito da maçonaria especulativa divide-se em nove níveis, subdivididos em três ordens:
I - Ordem do Templo

Aprendiz

Companheiro

Mestre

Master Secret

Mestre Maçom da Marca

 II - Ordem do Templo de Salomão
Cavaleiro do Arco Real

Cavaleiro Rosa Cruz
III - Ordem Interna do Templo Sagrado

Contrabandista de Luz

Mestre do Nome Inefável
O sistema originalmente concebido por Jacques Pessoa também inclui o Grau de Marca como uma exemplificação do companheirismo. As suas bases são as antigas formas tradicionais do Rito Francês, do Rito Emulação, do Rito de York, do Rito Escocês Rectificado, entre outros.6


O Rito Adonhiramita é histórico e tradicional, pois foram preservadas em toda a sua essência as tradições ritualísticas e as práticas iniciáticas da Antiguidade, sendo um Rito essencialmente metafísico, esotérico e místico. É um Rito profundamente espiritual e tem por bases teológicas as verdades bíblicas reveladas no Antigo e no Novo Testamento, particularmente, no que concerne à construção do Templo de Salomão e às origens do Cristianismo, com atenção especial para os aspectos proféticos e apocalípticos de ambos os documentos sagrados. A sua denominação deriva do nome da personagem central da Construção do Templo de Salomão, Adonhiram (Hiram de Deus). É derivado diretamente do Rito de Heredon, e abrangia até 1873 cerca de 12 graus, sendo 3 simbólicos e 9 filosóficos. Um século mais tarde, o Rito passou a compor-se de 33 graus e a sua Oficina-Chefe denominou-se de Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita. 7
 


Ana Cristina Santos

 

Fontes:
1 - CARVALHO, ANTÓNIO CARLOS – Para a história da MAÇONARIA em Portugal 1913-1935. Editorial Vega 1976. Consultado a 4 de Novembro de 2013, pelas 15h

2 - MARQUES, A.H. DE OLIVEIRA – A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo. Publicações Dom Quixote 1975. Consultado a 4 de Novembro, pelas 19h

3- Maçonaria em Portugal. Ritos Maçónicos. Acedido em http://www.maconariaportugal.com, no dia 4 de Novembro de 2013, pelas 20h

4- Idem

5- Os Ritos Maçónicos como exegese simbólica. Acedido em http://www.freemasons-freemasonry.com, no dia 5 de Novembro de 2013, pelas 12h

6- Ritos Maçónicos. Rito maçónico de Origem Antiga, Primitivo e Cavalheiresco. Acedido em http://arlsconstrutoresdapaz.blogspot.pt, no dia 5 de Novembro, pelas 13h

7- A Liturgia do Rito Adonhiramita. Acedido em http://www.adonhiramita.org, no dia 6 de Novembro, pelas 20h

 

 

 

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