terça-feira, 12 de novembro de 2013

A "libertação" de um povo livre



O Budismo Tibetano ou Lamaísmo, pertence a uma vertente do Budismo chamada Maaiana, que assume como representante supremo o Dalai Lama.
O termo Lamaísmo provém de Lama (tibetano), que significa “mestre” ou “superior”.
Tendo em conta o seu forte carácter místico, os estudiosos europeus utilizam este termo para distingui-lo do Budismo Indiano.
O Dalai Lama é a reencarnação de uma longa linhagem de professores de Darma (lei natural ou realidade), que escolhe de forma consciente reencarnar, de forma a continuar a exercer o seu juramento religioso e esclarecer a humanidade. Acredita-se que esta linhagem teve início a 1110.  
Após a morte de um Dalai Lama, os monges iniciam uma busca para descobrir o seu renascimento.
Uma antiga profecia declarava que o décimo-quarto Dalai Lama não governaria o Tibete, e tendo em conta a ameaça iminente da invasão Chinesa, este prenúncio não estaria nada mal direccionado. O Dalai Lama sobe ao trono com apenas 16 anos pela primeira vez, e a Novembro de 1950 é coroado. É-lhe permitido reinar até Março de 1959, quando é forçado a abandonar o Tibete pelo Exército de Salvação Popular. Acontece que os representantes do Tibete tinham assinado um acordo, chamado “Acordo dos Dezessete Pontos”, e se o consentimento do Dalai Dama tinha sido dado, é uma questão muito pouco clara. Neste acordo era permitido á China que “libertasse” o Tibete.   

O Dalai Lama é um líder religioso e político, sendo em uníssono um Monge e um Lama (Professor de Darma). Exerceu o poder político no Tibete a partir do Séc. XVII até 1959, e apesar de o Dalai Lama actual não se encontrar a exercer este poder, é considerado o líder oficial do Governo Tibetano em exílio.
A Administração Central Tibetana, oficialmente a Administração Central Tibetana de Sua Santidade o Dalai Lama (comumente chamado Governo Tibetano no Exílio), é dirigida por Tenzin Gyatso, o décimo-quarto Dalai Lama, que afirma ser o governante legítimo, por direito, do Tibete.  
Assumindo o poder assim que a China começa a exercer um forte controlo militar sobre o Tibete, concede a Tenzin Gyatso uma imagem não só de um líder espiritual extremamente importante como a de uma figura política preocupada com os seus cidadãos e com a libertação do seu povo. Apesar de ter sido forçado a afastar-se do perímetro político Tibetano, contínua a consciencializar todos aqueles a quem consegue chegar, a partir de Dharamsala, Índia.
A luta Tibetana contra a ocupação Chinesa, continua e continuará a ser um dos principais enfoques do discurso de Tenzin Gyatso, apresentando diversas soluções não violentas relativas a disputas religiosas e políticas.


                                                     1956 - O Dalai Lama (segundo à direita) com Mao Zedong
                                                  (no centro), o presidente da República Popular da China, numa 
                                                               tentativa de estabelecer relações diplomáticas 




O Governo no Exílio surpreendentemente, funciona com todos os aspectos institucionais e burocráticos exigidos a qualquer outro sistema de governo. É necessário ter em conta que cerca de 120 mil tibetanos vivem no exílio, e a grande maioria concentra-se na Índia.
O governo é dividido entre o poder Executivo, Legislativo e Judiciário.
O chefe do Executivo é eleito directamente pelos tibetanos exilados, para um mandato de 5 anos, enquanto os restantes membros do gabinete são nomeados pelo chefe do executivo e aprovados pela Assembleia dos Representantes do Povo Tibetano.
O Parlamento Tibetano no Exílio é o órgão superior do legislativo, composto por 46 membros, 43 eleitos directamente enquanto os 3 restantes são nomeados pelo Dalai Lama, para um mandato de 5 anos.
O principal órgão do judiciário é a Comissão Suprema Tibetana de Justiça, chefiada pelo comissário-chefe de justiça e outros dois comissários, todos eles são nomeados pelo Dalai Lama e posteriormente aprovados pela Assembleia.
O Governo no Exílio é sediado em Dharamshala (norte da Índia) e tem representações em Nova Deli (Índia), Nova York (EUA), Genebra (Suíça), Tóquio (Japão), Londres (Reino Unido), Canberra (Austrália), Paris (França), Moscovo (Rússia), Pretória (África do Sul) e Taipé (Taiwan).




Mariana Sacadura Franco




Fontes:

História da procura do novo Dalai Lama: http://www.sunnet.com.br/home/Noticias/A-Historia-do-Dalai-Lama.html (Consultado a 11 de Novembro de 2013)

Acordo dos dezessete pontos: http://www.tibetjustice.org/materials/china/china3.html (Consultado a 11 de Novembro de 2013)


http://www.salves.com.br/tibbudtib.htm (Consultado a 9 de Novembro de 2013)

http://pessoas.hsw.uol.com.br/dalai-lama.htm (Consultado a 10 de Novembro de 2013)


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