29 de Setembro
foi um dia agitado para todo o país ao que muitos dizem, mas tomando partido do
resultado da abstenção, 47,4%, este domingo foi apenas impetuoso para cerca de
metade dos eleitores portugueses. Não esquecendo as regiões autónomas, os
valores de abstenção na Região Autónoma dos Açores corresponderam a uma
percentagem de 45,99%, número que ultrapassa a média de abstinência de todo o
país.
Analisando os resultados
das autárquicas nas nove ilhas dos Açores, o partido que pode ser considerado
como o grande vencedor destas eleições tinha o slogan “Um novo ciclo para
vencer novos desafios”, Partido Socialista. Foram 46,62% dos votos
correspondentes 62 eleitos. O PSD, por sua vez, obteve 31,22% dos votos,
segundo a segunda maior força política na região. Este ano verificou-se uma
maior diferença nos resultados das eleições entre estes dois partidos, em 2009
separavam-se apenas por cerca de 3% dos votos. (
Referente
a outros partidos, o CDS-PP obteve um decréscimo na percentagem de votos
comparando com as eleições de há 4 anos atrás (2,62% em 2013 e 4,17% em 2009);
o CDU manteve praticamente a mesma percentagem de votos com 1,71% em 2009 e
1,72% em 2013; por fim o Bloco de Esquerda evolui na percentagem de votos, de
1,30% em 2009 para 1,69% em 2013. Ao contrário das autárquicas de há quatro
anos, em 2013 houve um maior número de coligações que apresentaram uma
percentagem entre 1,98% a 6,39%, nomeadamente o PSD.CDS-PP (6,39%),
PSD.CDS-PP.PPM (2,23%) e PSD.PPM (1,98%).
No entanto, é
curioso observar que há um maior número de candidatos eleitos mesmo que a
percentagem dos votos seja mais curta, por exemplo: no caso do PS que
apresentou uma percentagem de 46,62% e 62 eleitos, em 2013, obteve uma
percentagem ligeiramente maior em 2009, 46,93% mas com menor número de eleitos,
cerca de 58. Igualmente no caso do CDS-PP que apresentou um decréscimo de quase
metade da percentagem de votos de 2009 a 2013, porém tenha triplicado o número
de candidatos eleitos, tendo apenas um nas autárquicas de 2009 e agora três
candidatos, em 2013. Para explicar este fenómeno temos que ter em conta os
valores dos restantes candidatos partidários que se tem vindo a alterar nas
duas últimas eleições e nos valores exagerados da abstenção nestas autárquicas
de 2013. A má influência que a abstenção causa nos resultados das eleições, nomeadamente
no efeito do número de candidatos eleitos só tem vindo a beneficiar as maiores
potências partidárias como são os casos do PS e PSD, como já fora referido
anteriormente.
No Domingo,
dia 29 de Setembro de 2013, os valores de abstenção na Região Autónoma dos
Açores foram de 45,99%, valores superiores às últimas que corresponderam a uma
percentagem de 43,34%.
O
candidato vencedor do Governo dos Açores, Vasco Alves Cordeiro, associado ao
Partido Socialista, não deixa de referir que os números da abstenção provocam
um sentimento de preocupação para qualquer interessado na política. Embora
compreenda a dificuldade de praticar o direito ao voto dos jovens estudantes e
residentes fora da sua localidade natural, devido aos processos complexos e
mesmo na falta de informação de como votar fora do local onde se encontra
recenseado, o Presidente do Governo não perdoa a mentalidade popular de “serem
todos iguais” influenciada pelas más decisões do governo, no qual salienta que
a ausência às urnas funcionou como forma de castigo à política governativa. O
candidato socialista ainda lamenta a falta de instrução e apela à captação das
pessoas, principalmente os jovens, pelo interesse na vida política.
Examinando
redondamente os resultados obtidos nas autárquicas de 2013, ora, não se pode
propriamente justificar o resultado destas eleições com a situação actual do
nosso Governo. Como foi debatido na última aula, coube ao bom funcionamento das
campanhas dos partidos nos concelhos respectivos para o resultado nas eleições.
Apesar de o Partido Social Democrata ter apresentado um péssimo resultado nestas
autárquicas não podemos esquecer que ainda conseguiram ganhar algumas câmaras
que não possuíam em 2009 aos partidos rivais, não esquecendo ainda as que
conseguiram manter. Também a mentalidade de castigo ao PSD e dar valor ao PS
não justifica as grandes vitórias por parte da CDU que recuperou um número
variado de municípios no sul do Tejo; e do CDS-PP que conseguiu quintuplicar o
número de câmaras que tinha em 2009, nomeadamente a primeira câmara que
conseguiu nos Açores, em Velas S. Jorge, que retirou do PSD.
Deixando de
parte a preocupação de quem venceu ou perdeu as autárquicas, há que ter o
consenso de que metade do país foi quem perdeu as autárquicas escapando ao
direito ao voto. É caso paradigmático, o do arquipélago dos Açores visto que
não se deram enormes mudanças nas vitórias dos partidos, mas o valor obtido na
percentagem de abstenção não deixa de ser preocupante, ultrapassando a média
nacional. O desinteresse na política manifesta-se cada vez mais por razões
menos óbvias. Não escapa a ninguém a ideia da situação precária do país e de
que deve haver mudança, e que todas as vozes devem ser ouvidas. O direito à
greve, à manifestação e ao voto servem para esse efeito e a decisão de fugir às
urnas não deveria ser considerado um acto de contestação nomeadamente para as
acções do actual governo, pois como já foi explicado, a abstinência só vem a
prejudicar qualquer resultado para qualquer uma das vertentes partidárias. Não
haverá melhor maneira de saber enviar a mensagem de aviso aos responsáveis do
Governo?
Fontes:
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http://expresso.sapo.pt/eleicoes-autarquicas-2013=f832687#400000
consultado a dia 8 de Outubro de 2013
·
http://www.jornalacores9.net/nacional/abstencao-de-474-a-mais-alta-de-sempre-em-eleicoes-locais/ consultado a dia 8 de Outubro de 2013
·
http://www.eleicoesautarquicas.pt/category/concelhos/r-a-acores/ consultado a dia 8 de Outubro de 2013
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