quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Programa cautelar (MEE) Vs Segundo resgate (FMI)

Numa semana em que os ânimos se exaltaram face às medidas de austeridade do Orçamento do Estado para 2014, debate-se agora o problema do programa cautelar e a preparação do Conselho Europeu que se realiza esta semana.
No passado Sábado, dia 19 de Outubro de 2013, realizou-se mais uma manifestação convocada pela CGTP na ponte 25 de Abril em Lisboa e consistiu numa travessia de autocarro desde a margem sul até Alcântara em marcha lenta, causando assim um fila interminável de trânsito para qualquer utente utilizador da ponte, participaram milhares de pessoas indignadas com esta profunda injustiça social.
O nosso Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, revelou hoje quarta-feira, dia 23 de Outubro, que só saberá se Portugal irá precisar de um programa cautelar no dia em que encerrar o actual programa de ajustamento. Isto porque afirma estar comprometido com o programa de assistência financeira e atento ao que se passa na Irlanda, pois em princípio será o primeiro país a sair do plano de ajustamento financeiro da Troika. Estas declarações do PM foram confirmadas pela ministra das Finanças, Maria Luísa Albuquerque afirmou que a questão do programa cautelar ainda não está a ser discutida nem está ainda definido.
Antes de demais, seria muito importante distinguir o que é um programa cautelar de um segundo resgate financeiro. Um programa cautelar refere-se ao apoio que um país recebe quando tem condições mínimas para se financiar nos mercados, por outro lado, o segundo resgate traduz-se num programa de assistência financeira, regulado por um conjunto de medidas e metas que têm de ser cumpridas pelo país que recebe ajuda. Ou seja, enquanto que o resgate pretende solucionar crises financeiras, o programa cautelar tem em vista evitar rupturas futuras, ou o seu agravamento. Quer isto dizer, à semelhança com a Irlanda, Portugal poderá receber um programa cautelar enquanto que a Grécia já recebeu o segundo resgate financeiro da Troika. É de todo necessário para a activação destes programas, enviar-se um pedido ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), enquanto que o segundo resgate se deve envolver o Fundo Monetário Internacional (FMI) que concede em forma de crédito os Estados em bancarrota e garantirem o seu regresso aos mercados.
O ex-ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos de José Sócrates, proferiu declarações onde argumenta que o PEC 4 (Plano de Estabilidade e Crescimento) era um programa cautelar com o apoio da Troika e da Alemanha, mas a falta de consenso político em Portugal foi a causa precipitada que potenciou o pedido de ajuda externa.
O economista José Gomes Ferreira, sustenta a ideia de que o segundo resgate financeiro está afastado das hipóteses e anuncia como uma boa notícia para o país o programa cautelar.

Para concluir, na minha opinião esta questão entre o programa cautelar e o segundo resgate na pior das hipóteses é preferível aceitar-se um programa cautelar, isto porque são indícios de que o país está a recuperar financeiramente, cada vez mais garante a sua posição no mercados e evita-se assim o agravamento da crise em Portugal. Porém, não posso deixar de salientar a importância para uma justa repartição de bens, sensibilidade social, mais igualdade porque não é justo serem os que menos têm a pagar a crise.



André Henrique Rodrigues
211109

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