quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Abstenção, uma resposta dos madeirenses ?

             47,48%, foi a percentagem de abstenção na Região Autónoma da Madeira. No Domingo, 29 de Setembro, quase metade dos eleitores abstiveram-se do seu direito de ir as urnas e decidir os seus representantes autárquicos.  Quase metade da população preferiu exercer um outro direito: o de não participar da forma mais convencional na decisão política.
             O líder madeirense, desde de 1978, Alberto João Jardim afirmou que “ficar em casa é entregar o ouro ao bandido”[1], após ter exercido o seu direito de voto na freguesia de Santa Luzia, no Funchal. Freguesia que perdeu as cores laranja, para a coligação de partidos PS, BE, PND, MPT, PTP, PAN e que teve uma abstenção de 49,9%, maior do que a média nacional que ficou em 47%.  Ponderando nas palavras do mítico representante da Madeira, muito ouro foi entregue ao bandido.
         Em conformidade com o que foi dito por Alberto João Jardim, os líderes políticos da região apelaram à ida as urnas. Apelo que não foi escutado.
A cabeça de lista à Câmara Municipal do Funchal pela CDU considerou que “a abstenção é o grande inimigo da democracia”, “porque essa abstenção pode significar que os resultados não traduzem a vontade popular”[2].
Analisando, o voto não é obrigatório, ou seja, um cidadão pode nunca votar durante a sua vida apenas por opção. Não ir votar não deve ser considerado como um acto anti-democrático, mas como uma opção, muitas vezes, de contestação contra os políticos ou contra as suas políticas. A abstenção pode ser considerada como expressão da vontade popular, a sua insatisfação e descrença. Poder ser analisado, também, como um desinteresse e uma falta de sensibilidade sobre a vida política do país.
O direito ao voto foi conquistado arduamente. Não ir votar é não exercer esse direito. Os jovens, muitas vezes, não se sentem interessados pelo mundo político, não sentem ligação com as ideias e com os partidos, que não respondem as suas necessidades, interesses e preocupações. Não lutaram por esse direito e não viveram em nenhum regime onde não existia liberdade de opinião, pelo menos teoricamente. A população da Região Autónoma da Madeira é, segundo os Censos realizados em 2011, uma população relativamente jovem.
A abstenção aumentou, desde das últimas eleições em 2009. Em 2009 cerca de 44,98% dos madeirenses não se dirigiram às urnas. Este ano houve um aumento de 2,5% na abstenção. Em 2004 a abstenção, por sua vez, era de 39,53%.
Sopram ventos de mudança numa Madeira que ganhou um tom mais rosa nestas eleições. O PS-Madeira, coligado com outros partidos, foi considerado o grande vencedor, chegando a ganhar a Câmara do Funchal, com 39,22%, numa abstenção de 49,54%.
A perda das várias Câmaras foi um duro golpe para a liderança de Alberto João Jardim. O PSD-Madeira marcou eleições internas ainda para o final deste ano. 

Andreia Oliveira
212301





Fontes:
·        http://www.psmadeira.pt/parlamento/237-js01102013, consultado dia 8 de Outubro de 2013
·        http://expresso.sapo.pt/eleicoes-autarquicas-2013=f832687#300000 consultado dia 8 de Outubro de 2013
·        http://p3.publico.pt/node/9511 consultado dia 8 de Outubro de 2013
·        http://www.portaldoeleitor.pt/Paginas/HistoricodeResultados.aspx consultado dia 8 de Outubro de 2013
·        http://eleicoes.cne.pt/raster/index.cfm?dia=17&mes=10&ano=2004&eleicao=alrm consultado dia 8 de Outubro de 2013





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