Ao longo das
últimas semanas o mais esperado relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional)
surge com óptimas notícias para o país. Contudo, não deixa de ser uma questão
dúbia, isto porque, o que é melhor para o país no que toca à sua
competitividade, entrada e reconhecimento perante os mercados nem sempre são
boas notícias para a maioria dos portugueses que tanto sofrem com o peso de
austeridade que recaí sobre eles.
Explorando as
conclusões retiradas, os responsáveis consideram que serão necessários mais ajustamentos
estruturais em Portugal em 2015 e nos anos seguintes, admitindo que a agenda da
reforma pode não ser suficientemente ambiciosa. Salientam a importância de
apoios dos parceiros europeus para que se assegure os desafios financeiros a
médio prazo. No entanto, a Troika sabe que existem algumas limitações
acrescidas com a oposição do Tribunal Constitucional face a algumas medidas que
integram o Orçamento do Estado para 2014 e, devido à tamanha crise política,
decidiram aguardar para que mais tarde possam implementar o pacote fiscal, mas
com a consciência de que estão muito limitados.
O relatório
encara a situação com transparência e frontalidade ao afirmar que o crescimento
da actividade económica e a descida da taxa de desemprego são índices positivos,
salientando um aspecto negativo e importante, a taxa de desemprego cerca de
17,4% continua a ser das mais altas da zona europeia. As exportações cresceram
e os custos unitários de trabalho baixaram. Ou seja, o FMI prevê uma contracção
na economia de 1,8%, menos 0,5% do que inicialmente previsto. Baixar a taxa de
IRC (Imposto sobre Rendimento das Pessoas Colectivas) é visto com bons olhos
porque pode aumentar a competitividade entre as empresas e gerar mais emprego,
desta feita o relatório refere que as gerações mais jovens devem recair mais
para o sector privado.
Na análise
feita pelo economista José Gomes Ferreira, comenta que daqui só se poderá
melhorar, pois já se “bateu no fundo” como se costuma dizer. Igualmente refere
que a Organização Internacional quer que os cortes na despesa do Estado para
2014 sejam permanentes, os salários mais baixos e flexíveis como defende a
Troika e reporta que a dívida é sustentável desde que se faça tudo o que está
previsto no relatório. Com isto, aprovou-se um cheque de 1910 milhões de euros,
serão necessários 3400 milhões de euros para os dois anos seguintes, ou seja,
2015 e 2016 para que o PIB (Produto Interno Bruto) chegue a 2016 com a taxa de
défice estrutural de 0,5%. Isto porque, a meta prevista para 2014 de 4,0% não
se conseguiu atingir por existir divergências políticas tanto no próprio
governo, como na oposição em Portugal. A partir de 31 de Maio de 2014 o FMI
deixa de ser o principal credor do país, passando em 2015 e anos seguintes a
ser o BCE (Banco Central Europeu) e a Comissão Europeia.
Para concluir,
recordo que este tema é sensível e ao mesmo tempo é dúbio porque são boas
notícias para Portugal e más notícias para os trabalhadores, continuam a
contrair as suas despesas em detrimento das medidas fiscais previstas em
orçamento. A questão dos cortes na saúde, o FMI afirmou que a austeridade é
para continuar até mesmo, se possível, ir mais além. Querendo isto reforçar a
ideia de que as reformas no Estado são para ir a avante mesmo na incerteza que
se consiga regressar aos mercados.
Vale a pena
todo este esforço?
André Henrique Rodrigues
211109
Fontes:
- http://noticias.sapo.pt/videos/sic-noticias_5759/5283ce776aa7a24a2e0014c1/
- http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=3531374
- http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2013/11/13/reacoes-ao-relatorio-publicado-pelo-fmi
- http://expresso.sapo.pt/ajuda-externa-fmi-garante-que-nao-ha-plano-b-mas-que-o-governo-tera-de-compensar-eventuais-desvios=f840888
- http://www.tvi24.iol.pt/economia---economia/fmi-troika-avaliacao-portugal/1509428-6377.html
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