Mais
uma manifestação saiu à rua para contestar as medidas previstas no novo OE. Desta
vez, e segundo algumas fontes, todos os serviços de segurança, incluindo a PJ,
juntaram-se neste mega protesto, que revelou ser inédito.
O
descontentamento que abraçou todos os membros das instituições do sector, fizeram
passar a mensagem da união nesta luta comum.
Foi
segundo a declaração do secretário-geral da Comissão Coordenadora (CCP): “a
maior manifestação de sempre” que abarcou a PSP, GNR, SEF, ASAE, Guarda
Prisional, Polícia Marítima, e ainda polícias municipais e inspectores da PJ.
Os
motivos que estiveram na origem deste acontecimento foram essencialmente os
cortes orçamentais; a redução nos vencimentos; a não admissão de novos efectivos
e pré-aposentações bloqueadas, que colocam em causa a qualidade da segurança
pública. O documento com estas e outras enunciações, foi entregue pela CCP aos
grupos parlamentares.
Em
termos práticos, o OE para 2014 prevê menos 66 milhões de euros em relação ao
ano vigente, o que perfaz um corte de 9%. Para além deste golpe colossal, estão
também inscritos cortes na verba destinada à compra de bens e serviços, que
representam um valor percentual de 21% (relativamente ao valor de 2013).
Para
além desta batalha, a PSP ambiciona um regime próprio, tal como os militares e
a GNR.
OS
militares referiram ainda que são os únicos cidadãos sem direito a horário de
trabalho.
Ainda
assim, apurou-se que pela primeira vez, o secretário-geral do Conselho Europeu
dos Sindicatos de Polícia fez questão de estar presente. E em comunicado
proferiu: «A partir desta noite, este
problema passa de uma dimensão nacional para uma questão de dimensão europeia [garantindo que vai pressionar as instâncias europeias
para que adoptem] uma posição favorável [em
relação às reivindicações destes profissionais].
O
protesto iniciou a sua marcha a partir do Largo de Camões em direcção à
escadaria da Assembleia da República. Paulo
Rodrigues admitiu que este poderá ter sido o ponto de partida de uma jornada
longa de contestação. [1]
Faltavam
poucos minutos para as 21h da passada quinta-feira, quando o corpo de
manifestantes decidiu aumentar o grau de tensão, conseguindo furar o cordão de
polícias, que tentavam impedir os seus colegas de invadir a escadaria da
Assembleia da República.
Porém,
como Portugueses de brandos costumes, a tensão foi por breves instantes. Pois
no final, o ambiente acabou por serenar.
O
secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos e o deputado do PCP, António Filipe
também decidiram demonstrar a sua solidariedade nesta luta.
O
presidente do Sindicato da Carreira da Investigação e Fiscalização do SEF,
Acácio Pereira, sublinhou que o SEF marcou o início de uma greve de quatro dias
para o dia da manifestação. [2]
No
final do clamor, houve cumprimentos entre os agentes manifestantes e os colegas
que estavam de serviço.
A
manifestação de quinta-feira teve como consequência directa a demissão do
director nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP). Como resposta, o
Ministro Miguel Macedo, aceitou o pedido de demissão (o do director, não o dele). [3]
O
Primeiro-Ministro não ficou isento à manifestação, que em declaração à
comunicação social, entendeu que deverá haver mais consequências, para além da
demissão do director nacional da PSP. Quem virá a seguir? (pergunto eu.)
Margarida Mendes
23 de Novembro de 2013
Fontes:
[1]
Jornal Público, Polícias todas na rua para manifestação
contra OE, artigo
publicado na página do Jornal Público a 20 de Novembro de 2013. Disponível em: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=92960
[consultado a 23 de Novembro de 2013 às 10h45]
[2] Jornal Público, Polícias invadem escadaria da Assembleia da República, artigo publicado na página do Jornal Público a 21
de Novembro de 2013. Disponível em: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/policias-juntos-em-lisboa-contra-cortes-1613444
[consultado a 21 de Novembro de 2013 às 23h54]
[3] Jornal Público, Manifestação de polícias leva à
demissão do director da PSP, artigo publicado na página do Jornal Público a 22
de Novembro de 2013. Disponível em: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/ministro-da-administracao-interna-aceita-demissao-de-director-da-psp-1613532#/0
[consultado a 23 de Novembro de 2013 às 11h28]
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