Esta
semana tem sido um autêntico inferno para os funcionários públicos e
pensionistas. Um governo sem coragem e capacidade de enfrentar os cidadãos com
clareza e transparência, isto deve-se ao facto do nosso Vice-Primeiro Ministro
Paulo Portas omitir aos portugueses um pacote de austeridade brutal que irá
atingir a função pública entre os 600€ e 2000€, bem como acima deste último
valor. Na passada terça-feira dia 15 de Outubro foram apresentadas as medidas
de austeridade pela ministra Maria Luísa Albuquerque que incluíram no orçamento
do estado para 2014. Prevê-se um corte entre os 2,5% e os 12% na função
pública, sendo que a partir dos respectivos 600€ até 2000€ equivale a cortes de
2,5% a 12% e dos 2000€ para cima cortes previstos de 12%, fazendo-se notar que
a penalização máxima não irá para além deste último valor percentual. As
pensões do estado até 5000€ serão isentas da CES (Contribuição Extraordinária
de Solidariedade), isto é na generalidade dos pensionistas da CGA (Caixa Geral
de Aposentações) que forem atingidos pelo corte de 10% previsto no diploma que
faz convergência entre o sistema público e privado de pensões ficará a salvo da
contribuição extraordinária de solidariedade. O governo mantém o CES entre 3,5
e 10% para pensões acima dos 1350€. Nas pensões de sobrevivência com
penalização para rendimentos a partir dos 2000€, irá afectar cerca de 25 mil
pessoas, ou seja 96% dos pensionistas desta categoria não irá sofrer qualquer
corte. Suspensão de pensões vitalícias para ex-políticos com rendimentos acima
dos 2000€. O subsídio de Natal será em duodécimos, funcionários públicos e
pensionistas receberam em fracções. Imposto de circulação do sobe 1% (selo do
carro fica mais caro), bem como a taxa adicional para o gasóleo, onde os
veículos a diesel vão pagar mais impostos. A idade de reforma sobe para os 66
anos de idade, Porém, nada destes cortes estavam referidos pelo doutor Paulo
Portas até à data de apresentação do orçamento, excepto a questão das pensões
de sobrevivência.
Todo
este esforço imposto aos portugueses deve-se ao facto do nosso governo querer
ser considerado perante a Troika, “o bom aluno” mas, esquece-se que do ponto de
vista fiscal não está a ser equitativo, igualitário, nem compreensivo. Porque
cada vez mais abafa a classe média, a taxa de desemprego subiu para os 17,7% e
contribui para quase 3 milhões de pobres em Portugal. Neste momento, o nosso
défice fixou-se nos 5,9% e como foi acordado com o FMI (Fundo Monetário
Internacional) para 2014, o nosso défice teria que chegar aos 5,5%. Portanto
compreende-se de certa forma o peso brutal do Estado face aos funcionários
públicos e os pensionistas, mas não se compreende como e porquê de serem sempre
os mesmos a pagar a crise.
Contudo,
cada vez mais a esperança para muitos em Portugal está perdida, chega-se à
conclusão de que será melhor procurar ou tentar uma vida mais próspera para
além das fronteiras, ou seja estamos a hipotecar uma geração onde se investiu o
nosso dinheiro em formação e exportamos esta riqueza assim sem mais nem menos.
Quando os senhores ministros estão a elaborar o nosso Orçamento do Estado,
deviam repensar num plano estratégico a longo prazo e não querer só apenas
“tapar” buracos ou simplesmente fazer um orçamento sem conta, peso e medida. Nas
GOP’s (As Grandes Opções do Plano), fala-se de que não há uma visão nem ideia
do que se quer para o futuro, o nosso orçamento do Estado é plurianual, isto é
abrange um quadro estratégico de quatro anos, incluindo 2014, sendo assim para
2014, 2015, 2016 e 2017. Portanto, eu pergunto-me como é que ainda ninguém se
lembrou de elaborar um plano estratégico delineado visto que os fins do
orçamento são para isso mesmo?
Para
concluir, o economista José Gomes Ferreira refere que neste pacote de
austeridade consegue-se abranger alguns sectores que estariam de certa forma
quase isentos de impostos, nomeadamente os fundos imobiliários ligados aos
sector financeiro, para ele seria uma vergonha que não pagassem de igual forma,
bem como na contribuição directa da área da electricidade, vão cortar
directamente 100 milhões para o orçamento do Estado.
André Henrique Rodrigues
211109
Fontes:
- http://sicnoticias.sapo.pt/especiais/oe2014/2013/10/15/jose-gomes-ferreira-e-antonio-jose-teixeira-comentam-o-orcamento-de-estado-para-2014
- http://expresso.sapo.pt/jose-gomes-ferreira-diz-que-estamos-perante-um-ciclo-de-mais-austeridade=f836095
- http://www.publico.pt/economia/noticia/ces-so-afecta-pensoes-mais-elevadas-do-estado-1609240
- http://www.publico.pt/economia/noticia/cortes-nas-pensoes-de-sobrevivencia-a-partir-de-2000-euros-1609001
- http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/detalhe/a_austeridade_nao_chega_aos_politicos.html
- http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=662076
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