quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Extrema-direita na Hungria

Ao que parece e de acordo com uma notícia do “Público” o anti-semitismo está a crescer na União Europeia. “O anti-semitismo cresceu na União Europeia nos últimos cinco anos, sobretudo através da Internet, dizem 76% dos cerca de 6000 judeus que participaram num inquérito da Agência Europeia dos Direitos Fundamentais, divulgado esta sexta-feira.”[1] Na Hungria este tipo de pensamento e sentimento é particularmente grave já que dos 6000 judeus inquiridos em oito países da Europa(Alemanha, Bélgica, França, Hungria, Itália, Letónia, Suécia e Reino Unido), 91% afirma esse nesse país há um risco muito grande em ser judeu. O inquérito permitiu também concluir que não é só na sociedade em geral que existe esse tipo de pensamento, o próprio discurso político está “contaminado” com esse tipo de ideias e não é por acaso que 84% dos inquiridos” reconhecem a presença do discurso anti-semita no discurso político”[2].
É precisamente sobre a Hungria que irei falar um pouco esta semana para dar a conhecer o movimento da extrema-direita desde há uns anos para cá, a sua evolução nas eleições, ás acções de rua e as consequências sofridas por aqueles que são o alvo da extrema-direita. O movimento/partido  de extrema-direita mais conhecido na Hungria é o Jobbik( Movimento por uma Hungria melhor) e foi fundado  a 24 de Outubro  de 2003, é actualmente a terceira força política em termos de representação parlamentar com 43 lugares em 386 e tem também 3 deputados no Parlamento Europeu. Afirmam ser contra a globalização capitalista e defendem a preservação da cultura e identidade húngara, como muitos outros movimentos de extrema-direita o Jobbik também rejeita ser apelidado de força de extrema-direita preferem ser vistos como uma força patriótica que não é nem de esquerda nem de direita. É uma estratégia política que os novos nacionalismos têm utilizado com bastante sucesso que mais não passa de uma operação de marketing e de omissão das verdadeiras intenções. Em 2007 o Jobbik formou a Guarda Húngara que procurava ser uma força com o objectivo de manter a ordem social e em 2009 foi extinta por ordem judicial com acusações de ter cometido crimes contra as minorias presentes na Hungria. O facto é que esta força política tem conseguido captar a atenção de muitos cidadãos e em particular dos jovens e veja-se, em 2006 o Jobbik obteve uma votação para o parlamento húngaro de 2.20% (119.007 votos) sem conseguir obter um único assento parlamentar, já em 2010 a votação subiu de forma brutal tendo alcançado os 16.67%( 855.436 votos) elegendo assim 47 deputados.
Recentemente surgiu um novo movimento de extrema-direita na Hungria, chama-se “Amanhecer Húngaro” e  nasceu a partir de uma dissidência do Jobbik. “Andras Kisgergely, o presidente desta organização de extrema direita garantiu aos jornalistas que na página oficial do partido na Internet vai ser divulgado o registo étnico de todos os membros… além disso quer ainda rasgar o tratado de Trianon, assinado depois da 1ª Guerra Mundial, de forma a recuperar territórios que pertenciam à Hungria até 1920.”[3] Por enquanto ainda não se encontra legalizado mas isso não deverá ser um impedimento à actuação deste movimento. A pergunta que se faz é, até quando se vai tolerar a criação, o desenvolvimento e a consolidação deste tipo de movimentos neonazis?



Rui Campos nº211648
13/11/2013

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