Ao que parece e de acordo com uma notícia do “Público” o
anti-semitismo está a crescer na União Europeia. “O anti-semitismo cresceu na
União Europeia nos últimos cinco anos, sobretudo através da Internet, dizem 76%
dos cerca de 6000 judeus que participaram num inquérito da Agência Europeia dos
Direitos Fundamentais, divulgado esta sexta-feira.”[1] Na
Hungria este tipo de pensamento e sentimento é particularmente grave já que dos
6000 judeus inquiridos em oito países da Europa(Alemanha, Bélgica, França,
Hungria, Itália, Letónia, Suécia e Reino Unido), 91% afirma esse nesse país há
um risco muito grande em ser judeu. O inquérito permitiu também concluir que
não é só na sociedade em geral que existe esse tipo de pensamento, o próprio
discurso político está “contaminado” com esse tipo de ideias e não é por acaso
que 84% dos inquiridos” reconhecem a presença do discurso anti-semita no
discurso político”[2].
É precisamente sobre a Hungria que irei falar um pouco esta
semana para dar a conhecer o movimento da extrema-direita desde há uns anos
para cá, a sua evolução nas eleições, ás acções de rua e as consequências
sofridas por aqueles que são o alvo da extrema-direita. O
movimento/partido de extrema-direita
mais conhecido na Hungria é o Jobbik( Movimento por uma Hungria melhor) e foi
fundado a 24 de Outubro de 2003, é actualmente a terceira força
política em termos de representação parlamentar com 43 lugares em 386 e tem
também 3 deputados no Parlamento Europeu. Afirmam ser contra a globalização
capitalista e defendem a preservação da cultura e identidade húngara, como
muitos outros movimentos de extrema-direita o Jobbik também rejeita ser
apelidado de força de extrema-direita preferem ser vistos como uma força
patriótica que não é nem de esquerda nem de direita. É uma estratégia política
que os novos nacionalismos têm utilizado com bastante sucesso que mais não
passa de uma operação de marketing e de omissão das verdadeiras intenções. Em
2007 o Jobbik formou a Guarda Húngara que procurava ser uma força com o
objectivo de manter a ordem social e em 2009 foi extinta por ordem judicial com
acusações de ter cometido crimes contra as minorias presentes na Hungria. O
facto é que esta força política tem conseguido captar a atenção de muitos
cidadãos e em particular dos jovens e veja-se, em 2006 o Jobbik obteve uma
votação para o parlamento húngaro de 2.20% (119.007 votos) sem conseguir obter
um único assento parlamentar, já em 2010 a votação subiu de forma brutal tendo
alcançado os 16.67%( 855.436 votos) elegendo assim 47 deputados.
Recentemente surgiu um novo movimento de extrema-direita na
Hungria, chama-se “Amanhecer Húngaro” e
nasceu a partir de uma dissidência do Jobbik. “Andras Kisgergely, o presidente desta
organização de extrema direita garantiu aos jornalistas que na página oficial
do partido na Internet vai ser divulgado o registo étnico de todos os membros…
além disso quer ainda rasgar o tratado de Trianon, assinado depois da 1ª Guerra
Mundial, de forma a recuperar territórios que pertenciam à Hungria até 1920.”[3] Por
enquanto ainda não se encontra legalizado mas isso não deverá ser um
impedimento à actuação deste movimento. A pergunta que se faz é, até quando se
vai tolerar a criação, o desenvolvimento e a consolidação deste tipo de
movimentos neonazis?
Rui Campos nº211648
13/11/2013
[1] http://www.publico.pt/mundo/noticia/antisemitismo-esta-a-crescer-na-europa-1611812 acedido a 12-11-2013 ás 18:24
[2] Idem
[3] http://pt.euronews.com/2013/10/31/amanhecer-hungaro-e-o-novo-movimento-extremista-do-da-hungria/ acedido a 12-11-2013 ás 18:36
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